Embora o melhoramento genético tenha possibilitado grande uniformidade de ciclo das cultivares modernas de soja, o ciclo em dias entre um estádio e outro pode ligeiramente variar em função da região de cultivo para uma mesma cultivar, principalmente pela influência da temperatura e fotoperíodo. Essa variação faz com que questionamentos sejam levantados em especial se tratando do manejo fitossanitário da cultura.
Com relação ao manejo de doenças em soja, uma prática cada vez mais usual é a aplicação “zero” de fungicidas, ou “falsa verdadeira” como é popularmente conhecida. A aplicação zero consiste na aplicação de fungicidas de menor efeito residual, antes da primeira aplicação verdadeira de fungicidas onde produtos com melhor desempenho e efeito residual são empregados.
A aplicação zero é realizada na soja, normalmente entre V3 e V4, juntamente com a aplicação de herbicidas (capina). Normalmente são empregadas misturas de fungicidas como Triazol + Estrobilurinas, Triazol + Carbendazim ou então Triazol + multissítios. Para quem adota esta aplicação, uma duvida recorrente é, qual o intervalo entre a aplicação “zero” e a primeira “verdadeira”?
De maneira geral, quando a aplicação zero é realizada em período adequado, respeitando o intervalo de aplicação entre V3 e V4, recomenda-se que em virtude do baixo efeito residual dos fungicidas empregados na aplicação zero, o intervalo entre essa aplicação e a primeira verdadeira (com produtos de maior residual), não seja superior a 12 dias (pré fechamento da entrelinha – V6), estádio esse que pode ligeiramente variar em dias em função do local de cultivo pelas respostas fenológicas da planta.
Sobretudo, conforme destacado pelo professor e pesquisador Marcelo Madalosso, em algumas situações, onde não é possível realizar a aplicação zero, a antecipação da “primeira verdadeira” traz mais benefícios produtivos do que um esquema de aplicação em que o intervalo entre a aplicação zero e a primeira verdadeira é superior ao período recomendado (12 dias).
Da mesma forma, em situações onde a sanidade da lavoura é boa e não há necessidade de se realizar a capina (aplicação de herbicidas) para o controle de plantas daninhas, a aplicação zero pode ser retirada do programa de manejo, desde que, ocorra a antecipação da primeira aplicação verdadeira de fungicidas, com produtos adequados.
Contudo, vale destacar que principalmente se tratando de áreas com histórico de ocorrência de doenças, bem como condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento de patógenos, o posicionamento de fungicidas no tempo é tão importante quando a escolha do fungicida que irá integrar o manejo fitossanitário da cultura.
Confira abaixo as dicas do professor e pesquisador Marcelo Madalosso.
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