Em algumas regiões do Brasil a semeadura da soja já está ocorrendo, enquanto em outras, próxima ao seu início. De acordo com a Conab a expectativa para a área cultivada da soja é que ultrapasse os 36 milhões de hectares. Sendo assim, para alcançarmos o sucesso de uma lavoura, seguramente, o mais importante é a utilização de sementes de alta qualidade fisiológica que resultam em desempenho elevado no campo, favorecendo a expressão genética, garantindo o bom estabelecimento e desenvolvimento das plantas, mesmo em condições de estresse relacionadas ao clima, fungos, pragas e doenças. O que se espera em uma semente é que essa seja pura e apresente alto vigor, mantendo todas as características da cultivar.

Para determinarmos a qualidade fisiológica das sementes, existem diversos testes que podem ser realizados como germinação, vigor, desempenho de plântulas e outros. Entretanto, hoje na legislação é obrigatório para comercialização de sementes somente o teste de germinação, sendo os demais realizados como testes complementares. Porém, devemos estar cientes da diferença entre os testes.

Assim, podemos definir o teste de germinação, como aquele realizado em laboratório, sob condições de ambiente controlado e favorável, visando a obtenção da mais completa e rápida germinação dos lotes de sementes (COIMBRA, 2007). De acordo com a Association of Official Seed Analysts  o vigor pode ser definido como aquela propriedade das sementes que determina o potencial para uma emergência rápida e uniforme e para o desenvolvimento de plântulas normais sob uma ampla faixa de condições de campo, as quais muitas vezes são desfavoráveis para a germinação.

Diferentes testes podem ser realizados para a determinação da qualidade de sementes, sendo a semente avaliada através de um conjunto de procedimentos e normativas que é determinado dentro do sistema de Regras de Análise de Sementes (RAS). Sendo estes de uso obrigatório nos Laboratórios de Análise de Sementes (LAS) credenciados no MAPA.



De acordo com dados de pesquisas, feitos com soja relacionando vigor com produtividade, pode se observar um acréscimo da produtividade próximo a 30%, quando utilizado sementes de alto vigor em determinadas culturas, como por exemplo a soja. Já no milho o acréscimo na produtividade pode chegar a 15%, em relação a sementes de baixo vigor, pois as empresas já utilizam do teste de vigor a muito mais tempo e só colocam no mercado sementes de alta porcentagem de germinação (PESKE 2010). O acréscimo no rendimento relacionado ao vigor em um mesmo lote, pode ser diferente, mesmo utilizando altas tecnologias, devido a desuniformidade de maturação.

Portanto, podemos definir uma semente de alta qualidade aquela que apresenta uma germinação acima de 90% e vigor acima de 80%. Por isso, o sucesso de uma lavoura depende de diversos fatores relacionadas a época de semeadura, cultivar, população, fertilidade do solo, manejos fitossanitários e clima. Mas nada do que foi colocado anteriormente será eficiente, se erramos com relação à qualidade da semente que representa nossa unidade de produção.

Considerando todos os aspectos que estão envolvidos na qualidade da semente e seus efeitos positivos de produtividade, pode-se observar a importância de se utilizar semente de alto vigor e qualidade, pois assim se tem uma garantia da população adequada de plantas, uma maior velocidade de emergência e desenvolvimento das plantas e uma maior uniformidade no estabelecimento da lavoura. Por isso, o sucesso final de uma lavoura de soja é função de uma série de fatores, mas passa necessariamente por uma semente de boa qualidade.



Autores: Álex Theodoro Noll Drews e Renata Candaten – Membros do PET Ciências Agrárias, UFSM Campus Frederico Westphalen/RS.

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