O oídio, doença fúngica causada pelo fungo (Microsphaera difusa) é comumente observado em lavouras da soja, por ocasião, principalmente no início do florescimento da cultura (figura 1). Os danos podem variar em função da suscetibilidade da cultivar e severidade da doença, mas há relatos de reduções de produtividade de até 40% em casos mais severos (Yorinori, 1997).
Figura 1. Perídio de ocorrência de doenças em soja.
A doença é favorecida por condições de baixa umidade relativa do ar e temperaturas amenas, variando entre 18°C a 24°C. O principal sintoma da doença consiste na formação de uma fina camada esbranquiçada sobre a folha, constituída por micélio e esporos pulverulentos do fungo (Henning et al., 2014).
Figura 2. Sintomas típicos de oídio em soja.
Além da presença de inóculo da doença, um dos principais fatores que influencia no desenvolvimento do oídio é a condição ambiental. Como visto anteriormente, a doença tem seu desenvolvimento favorecido por condições de baixa umidade e temperaturas amenas.
Figura 3. Ciclo de desenvolvimento do oídio (Microsphaera difusa).
Levando em consideração a ocorrência de fenômenos climáticos como o La Niña ou o El Niño, em algumas circunstâncias esses fenômenos podem interferir no desenvolvimento de doenças em soja. Como a principal consequência do La Niña no Sul do Brasil é a baixa disponibilidade e volume de chuvas, o clima seco, atrelado a temperaturas amenas nessas regiões, tende a favorecer o desenvolvimento do oídio.
Visando um manejo eficiente da doença, reduzindo perdas produtivas, é essencial intensificar o monitoramento das áreas de cultivo em busca de focos de oídio, especialmente em áreas onde as condições de baixa umidade prevalecem. Além do uso de cultivares resistentes, o manejo do oídio em soja baseia-se principalmente no controle químico com o emprego de fungicidas. Sobretudo, para evitar custos desnecessários com aplicações de defensivos e/ou perdas produtivas, recomenda-se realizar a aplicações de fungicidas quando atingido o nível de severidade recomendado.
Para o oídio em soja, recomenda-se que o controle químico seja realizado quando atingidos níveis de severidade variando entre 40% e 50% da área foliar da cultura (Castro, 2016). O controle anterior a esse momento pode resultar na necessidade de realizar aplicações adicionais de fungicidas.
Figura 4. Escala diagramática para identificação da severidade de oídio da soja.
Em áreas com histórico de ocorrência da doença, especialmente sob condições climáticas favoráveis, é recomendado que as primeiras aplicações de fungicidas contenham produtos com eficiência para o controle do oídio. Embora possa ocorre durante um amplo período em soja, deve-se destinar atenção especial ao monitoramento do oídio no início do florescimento da soja, período mais suscetível da cultura à doença.
Veja mais: Oídio em soja – Em qual período do desenvolvimento da soja a doença causa maiores danos?
Referências:
CASTRO, R. L. A. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS CAUSADAS POR FUNGICIDAS EM SOJA INFECTADA NATURALMENTE POR OÍDIO. Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, 105p, 2016. Disponível em: < https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/17802/1/AlteracoesFisiologicasCausadas.pdf >, acesso em: 24/01/2023.
HENNING, A. A. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa, Documentos, n. 256, ed. 5, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/105942/1/Doc256-OL.pdf >, acesso em: 24/01/2023.
MATTIAZZI, P. EFEITO DO OÍDIO (Microsphaera diffusa Cooke & Peck) NA PRODUÇÃO E DURAÇÃO DA ÁREA FOLIAR SADIA DA SOJA. Tese (Doutorado em Agronomia), Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2003.
PRESTES, S.; KOCHINSKI, G.; ORTIZ, R. OÍDIO E MOFO-BRANCO EM SOJA: LA NIÑA FAVORECE O DESENVOLVIMENTO DESSAS DOENÇAS. Fundação abc, 2022. Disponível em: < https://fundacaoabc.org/wp-content/uploads/2022/11/202211revista-pdf.pdf >, acesso em: 24/01/2023.
YORINORI, J. T. OÍDIO DA SOJA. Embrapa, Comunicado Técnico, n. 59, 1997. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPSO/17662/1/comTec059.pdf >, acesso em: 24/01/2023.