Para a cultura do algodão, na safra 2016/17, o custo dos produtores foi de R$ 300 milhões em fungicidas, R$ 1,2 bilhão em inseticidas e R$ 500 milhões em herbicidas, totalizando R$ 2 bilhões. Este valor corresponde a 27% do Custo Total de produção do algodão brasileiro nessa safra, cuja área cultivada foi de 940 mil hectares. A produção em 2016/17 somou 1,5 milhão de toneladas de algodão em pluma, segundo dados da Conab.

BICUDO

  • O Bicudo do algodão é a praga mais relevante dessa cultura, atualmente, no Brasil. A fim de avaliar a dimensão econômica de sua presença, simulou-se, a partir de dados da safra 2016/17, a ausência do controle químico pelos produtores. Nesse cenário hipotético, estima-se que haveria uma economia de R$ 460 milhões, mas que resultaria numa redução de 30% da produção.
  • Supondo que todos os produtores pudessem compensar a queda na produtividade, causada pelo Bicudo (sem controle) expandindo sua área produtiva, estima-se que teriam custos adicionais de R$ 2,53 bilhões.
  • Já ao se considerar a ausência de uma compensação via aumento de área, a quebra na produção do algodão, devido ao ataque do Bicudo, levaria a um aumento nos preços internos de 5,5%.
  • A queda de produtividade de 30% combinada com um aumento de 5,5% no preço levariam à queda na Receita Bruta de 26%. O resultado da safra teria passado então, de um lucro registrado de R$ 90 milhões na safra 2016/17, para um prejuízo de R$ 1,39 bilhão, configurando uma perda de R$ 1,48 bilhão para o conjunto de produtores.
  • As implicações desse cenário de ausência de controle do bicudo, queda na produção e elevação dos preços do algodão seriam, ainda, conforme as estimativas do modelo: queda de 26,2% da receita com exportações da pluma, aumentos de 0,024 ponto percentual no IPCA geral de 2017 e de 0,12 no IPCA alimentos.

Fonte:  Cepea, MENSURAÇÃO ECONÔMICA DA INCIDÊNCIA – DE PRAGAS E DOENÇAS NO BRASIL: uma aplicação para as culturas de soja, milho e algodão; Parte 1.

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