O controle de plantas daninhas é fundamental em cultivos agrícolas para diminuir a competitividade entre planta daninhas e cultivadas, impedindo a interferência das daninhas na produtividade e qualidade das culturas agrícolas, além de impossibilitar que plantas daninhas atuem como hospedeiras de patógenos e insetos pragas.
No cultivo da soja, uma das plantas daninhas de maior dificuldade quando ao controle é a Buva (Conyza spp.), espécie dicotiledônea, com rápido crescimento, desenvolvimento e grande produção de sementes, o que torna o controle dessa planta extremamente difícil, principalmente quando realizados em estádios mais avançados do seu desenvolvimento. Além disso, a Buva apresenta resistência simples e múltipla ao glifosato, herbicida mais utilizado para controle de plantas daninhas no cultivo de soja com a tecnologia RR. A Presença de plantas de Buva no cultivo da soja pode representar perdas significativas na produtividade da soja, variando de acordo com a população de plantas daninhas por área.
Figura 1. Interferência de diferentes densidade populacionais de Buva na produtividade da Soja.
Entretanto, alternativas de manejo tendem a ajudar no controle da buva, principalmente se tratando do manejo na entressafra da cultura da soja, onde herbicidas como o 2,4-D, um mimetizador de auxinas que atua como regulador de crescimento, são utilizados para o controle da buva.
Conforme observado por pesquisadores do Grupo Supra Pesquisa, o feito do 2,4-D na Buva pode levar alguns biótipos da Buva á “rápida necrose” em menos de 8 horas, como um possível mecanismo de defesa/resistência da planta.
Vídeo 1. Efeito da aplicação de 2,4-D sob uma planta de Buva.
Segundo Juliano, Acadêmico de Doutorado da Universidade Federal do Paraná, a rápida necrose da buva, decorrente da aplicação do herbicida 2,4-D, é uma das principais características da resistência da planta daninha ao herbicida. Juliano destaca que a ausência de sintomas após a aplicação do 2,4-D também pode ser observada em alguns biótipos da Buva.
Figura 2. Comportamento de plantas de buva após a aplicação do herbicida 2,4-D.
O interessante, é que diferentes biótipos da planta daninha apresentam distintos comportamentos frente a aplicação do herbicida, destacando a capacidade da planta daninha em se adaptar e desenvolver seu mecanismo de resistência, o que é preocupante quando relacionado ao manejo e controle dessa planta daninha. Assim como o sintoma da rápida necrose e epinastia, a ausência de sintomas também pode ser observada em plantas da Buva. E epinastia é o principal sintoma desencadeado na planta daninha após a aplicação do herbicida 2,4-D, e consiste na curvatura e/ou encarquilhamento das folhas e caules da planta (figura 3). Juliano destaca que pesquisa vem sendo realizadas para descobrir se há outros mecanismos de resistência da buva ou se estão condicionados a fatores ambientais.
Figura 3. Sintoma de epinastia em planta de Buva.
Sintomas de hipersensibilidade ou rápida necrose também foram observados por pesquisadores em território Paraguaio, demonstrando possíveis casos de resistência da Buva ao herbicida 2,4-D.
Veja também: Buva resistente ao 2,4-D no Paraguai
Cabe destacar que é fundamental atentar para os sintomas de rápida necrose, epinastia e plantas assintomáticas após a aplicação do 2,4-D para o controle da Buva. A identificação de plantas com rápida necrose pode indicar possíveis casos de resistência da planta daninha ao herbicida, requerendo novas estratégias para o controle da daninha no cultivo da soja.
Confira o vídeo com as contribuições do Doutorando Juliano.
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Referências:
REVISTA CULTIVAR. RÁPIDA NECROSE. Revista Cultivar, disponível em: <https://www.grupocultivar.com.br/materias/rapida-necrose>, acesso em: 31/07/2020.
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