A regularidade das precipitações que vêm ocorrendo tem favorecido a cultura, e o bom desenvolvimento vegetativo, florescimento e enchimento de grãos no atual período trazem tranquilidade aos agricultores que haviam atrasado o início do plantio em função da baixa umidade do solo.
No geral, as condições fitossanitárias das lavouras estão boas, e vêm diminuindo os relatos da ocorrência de tripes em várias regiões do Estado em função do aumento da umidade. As lavouras em estágio de floração apresentam um bom índice de flores e vagens, sendo beneficiadas pela umidade e temperaturas favoráveis à cultura.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, o plantio está finalizado. Observa-se um aumento de área em alguns municípios, devido aos preços praticados e em substituição ao arroz, com reserva insuficiente de água. Na Fronteira Oeste, em Barra do Quaraí, houve aumento de mil para 1.600 hectares; em Itacurubi, passou de 14.500 para 21.500 hectares cultivados com a oleaginosa.
Os cultivos apresentam ótimo aspecto, com elevado potencial produtivo; as flores apresentam reduzida taxa de aborto, evidenciando as condições adequadas de umidade, temperatura e disponibilidade de nutrientes. As cultivares precoces estão em fase mais avançada de enchimento dos grãos e próximas de garantir a produtividade prevista. Problemas pontuais foram observados em Maçambará, com precipitação acumulada de 120 mm na semana e com ocorrência de enxurradas.
Ao longo da semana, as atividades de manejo foram muito prejudicadas pelo excesso de umidade nos solos e pelos períodos chuvosos. Há presença de buva (conyza sp) em populações variáveis nas lavouras, algumas delas com intensa infestação. Há relatos da maior incidência de percevejos em lavouras em fase de floração. Alguns inseticidas aplicados para essas pragas não estão resultando em controle satisfatório, sendo necessários acompanhamento constante e reaplicações em intervalos mais curtos de inseticidas com diferentes mecanismos de ação e também em misturas para aumentar os índices de eficiência.
As infestações de ácaros ainda são observadas, porém com reduzida taxa de evolução devido à frequência de precipitações. Quanto à presença de doenças, são muito frequentes os relatos de ocorrência de oídio. Até o momento, não foram detectados esporos de ferrugem asiática em áreas de monitoramento.
Na de Caxias do Sul, embora em estágios vegetativos diferenciados, as lavouras apresentam bom vigor, e principalmente as implantadas mais tarde demonstram um ótimo potencial produtivo. Nas áreas monitoradas, pragas como lagartas e percevejos se mantêm
abaixo do nível de dano econômico.
Na de Erechim, o plantio foi encerrado, e a cultura está em pleno desenvolvimento, com plantas saudáveis e vigorosas. Os tratamentos fitossanitários ficaram prejudicados em virtude das constantes chuvas ocorridas no período, o que tem causado muita apreensão aos sojicultores. Já há 5% das lavouras em enchimento de grãos.
Na regional de Frederico Westphalen, o plantio da soja está encerrado, com 30% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 55% em floração e 15% em formação de grãos.
De maneira geral, as lavouras recuperaram o desenvolvimento e deverão alcançar tamanho
normal, pois depois de um momento inicial de atraso no plantio e de crescimento lento das
lavouras, as chuvas de janeiro foram decisivas para a volta da normalidade e para restabelecer a confiança do produtor.
Embora essas chuvas tenham sido importantes para o desenvolvimento da cultura, por outro lado atrasam a realização de tratos culturais como tratamentos com fungicidas e controle de pragas e ervas daninhas.
Na regional de Ijuí, a semana de alta umidade no solo beneficiou o crescimento da cultura, com bom desenvolvimento do número de folhas e tamanho das plantas. As lavouras em estádio de florescimento e granação apresentam bom número de flores e vagens concentradas no terço médio e superior da planta e baixo número de vagens no terço inferior.
Até o momento, a pressão de doenças é baixa, sendo observados pequenos sintomas em número reduzido de folhas. Devido à alta umidade no solo e às chuvas frequentes, a aplicação de fungicidas e inseticidas só foi possível durante curtos períodos nas localidades onde os volumes de precipitações foram menores. Até o momento, o atraso na aplicação dos fungicidas não impactou no aumento de doenças.
Na regional de Pelotas, as áreas estão predominantemente em desenvolvimento vegetativo, com bom estande de plantas emergidas e desenvolvimento normal; já há lavouras em estágio reprodutivo. Segue o controle de ervas daninhas, pragas e doenças.
Na de Porto Alegre, os plantios encontram-se em diferentes estágios de desenvolvimento, a maior parte da área em V10 a R1. O desenvolvimento está dentro do esperado. Os produtores realizam controle de invasoras e monitoram pragas e doenças. Com chuvas mais regulares, o desenvolvimento no geral é bom na maioria das áreas.
Segundo o monitoramento pelo método do pano de batida – MIP, até o momento o nível populacional das pragas não justifica a realização de controle químico. Na de Santa Maria, as condições foram favoráveis ao desenvolvimento das lavouras, com bons volumes de precipitações na semana; em alguns locais, em especial nas áreas mal drenadas, o solo ficou excessivamente encharcado. Em função da alta umidade e das altas temperaturas, foram intensificados o monitoramento e os controles fitossanitários.
Na regional de Santa Rosa, as chuvas favoreceram o desenvolvimento das lavouras, e foi observado o acréscimo de várias folhas nas plantas. Também em função das chuvas recorrentes, houve forte redução da população de tripes, que causaram danos nas folhas baixeiras nas semanas anteriores.
Com as vistorias nas lavouras, tem sido possível verificar a presença de lagarta em surto inicial, que deverá exigir controle; além disso, também foram identificados os primeiros esporos de ferrugem nas áreas sentinelas, o que deverá exigir a aplicação de fungicida, uma vez que a alta umidade do ar com temperaturas de verão proporciona o desenvolvimento da ferrugem.
Durante esta semana, os agricultores não puderam entrar nas lavouras para fazer as aplicações/pulverizações devido à grande umidade do solo em consequência das chuvas na maior parte da semana. Assim que o clima colaborar e o tempo ficar firme, proporcionando um solo um pouco mais seco, os agricultores irão intensificar as pulverizações nas lavouras na região.
Espera-se que a cultura tenha um porte menor nesta safra em função do atraso da semeadura e do estresse enfrentado em novembro, o que não deve impactar decisivamente na produtividade da cultura, já que as plantas apresentam entrenós mais próximos e um bom número de ramos.
Na regional de Soledade, a cultura desacelerou na semana a atividade fotossintética, pois houve baixa incidência de radiação solar devido ao tempo predominantemente chuvoso. Apesar disso, o desempenho da soja (crescimento e desenvolvimento) ainda foi satisfatório. A ocorrência de chuvas gerais e volumosas na semana restabelece a umidade do solo e tranquiliza os produtores em toda a região.
Se por um lado o excesso de chuvas diminuiu o desempenho da soja (baixa radiação solar), por outro, o restabelecimento da umidade do solo normaliza o balanço hídrico proporcionando condições adequadas de crescimento e desenvolvimento da cultura para as próximas semanas. Segue o controle de plantas invasoras em pós-emergência em algumas áreas de soja implantadas em restevas de tabaco.
Registrou-se baixa incidência de lagartas com presença de algumas falsas medideiras. O tempo chuvoso diminuiu a pressão de incidência de ácaros e tripes. As chuvas na semana dificultaram a realização de tratamentos fúngicos preventivos. Em Soledade, a ferrugem asiática está sendo monitorada semanalmente com coletor de esporos; conforme análise laboratorial, os resultados são negativos.
Comercialização (saca de 60 quilos)
No levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, o preço médio da soja aumentou 1,67%, de R$ 155,04 para R$ 157,63/sc. Na regional de Ijuí, o preço médio ficou em R$ 156,20/sc. O preço para o produto disponível em Cruz Alta é de R$ 165,00. Na de Erechim, chegou a R$ 161,00; na de Passo Fundo, R$ 153,00; em Caxias do Sul R$ 156,00 e em Santa Maria, a R$ 156,15; na de Porto Alegre, R$ 162,00; em Soledade, chegou a R$ 155,50.
Em Pelotas, o preço varia entre R$ 154,00 e R$ 165,00; em Frederico Westphalen, R$ 156,00. Na de Bagé, os preços oscilam entre R$ 132,00 e R$ 162,00. Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, o preço se mantém atrativo, em R$ 154,51/sc.
Fonte: Emater/RS