O trabalho dos autores Adeney de Freitas Bueno I, (*); Regiane Cristina Oliveira de Freitas Bueno II ; Paul David Nabity III ; Leon George Higley III e Odair Aparecido Fernandes IV, buscou esclarecer a interação planta-pragas no sistema ácaro-soja, foram avaliadas a fluorescência foliar, as respostas fotossintéticas aos níveis variáveis ​​de dióxido de carbono e o teor de clorofila. Confira na íntegra o trabalho publicado em Braz. arco. biol. technol. vol.52 no.4 Curitiba July \ Aug. 2009, acessando aqui.

Para a soja brasileira elenca-se como principais espécies de ácaros-praga em soja as as seguintes espécies: ácaro-rajado (Tetranychus urticae), o ácaro-verde (Mononychellus planki) e os ácaros-vermelhos (Tetranychus desertorumTetranychus ludeni e Tetranychus gigas)(Roggia, 2007). Tem-se como sintoma característico do ataque de ácaros o aparecimento de pontuações de coloração branca ou amarela, que com o passar do tempo se tornam bronzeadas e com aspecto necrótico (Dehghan et al., 2008).

Como consequência do ataque de ácaros em soja, vários pesquisadores elencam que a injuria é refletida em uma redução nos parâmetros de troca gasosa (Ferree e Hall, 1980; Sances et al., 1982a; Sances et al., 1982b; Brito et al., 1986; Candolfi et al. , 1992; Lakso e outros, 1996; Sadras e Wilson, 1997; Haile e Higley, 2003). Apesar desta informação segundo os autores deste trabalho, os mecanismos que desencadeiam essa redução ainda não são totalmente compreendidos.  

Para tal, este trabalho foi desenvolvido em campo e em estufa, onde o conteúdo de troca gasosa, fluorescência e clorofila foram medidos nos mesmos foliolos de soja após a remoção dos ácaros T. urticae. 



Resultados apresentados:

  • Ensaios de efeito estufa: O ataque de ácaro causou danos visíveis às folhas de soja quando as plantas estavam em fase vegetativa, já aos três dias após a infestação. Através deste ensaio, obteve-se que a principal resposta fisiológica da planta à lesão de T. urticae foi o fechamento dos estômatos. Assim, a redução fotossintética foi conseqüência do fechamento estomático, onde a redução do conteúdo de clorofila pareceu ser um evento pós-comprometimento.

Adaptado do original

  • Ensaios de campo: Quando as plantas estavam em fase reprodutiva não apresentaram sintomas visuais e a população não aumentou significativamente de 5 a 10 dias após a infestação. Mesmo sem nenhum sintoma visual, a capacidade fotossintética foi prejudicada pela lesão de T. urticae. Semelhante ao ocorrido no estágio vegetativo, a condutância estomática foi provavelmente a razão do comprometimento do aparato fotossintético, e isso se deve ao fechamento estomático, sendo esta a principal resposta fisiológica da planta ao estresse de T. urticae e a redução fotossintética foi conseqüência deste fechamento estomático.

Adaptado do original

Os autores frisam que “Avaliar a resposta fisiológica da planta a um estresse biótico é crucial para estabelecer os limiares econômicos que são a pedra angular de qualquer tomada de decisão sobre o manejo de pragas”.


Leia também: Percepção sobre o ataque de ácaros em soja


Ainda sobre ácaros: confira as dicas elaboradas pelo Prof Jonas Arnemann e seu grupo de pesquisa sobre “O que fazer para manejo dessa praga em soja?”:

  • Amostrar semanalmente os ácaros em soja.
  • Aumentar a atenção com altas temperaturas, falta de chuva e baixa UR.
  • Não usar piretroides precocemente.
  • Usar cultivares de soja menos suscetíveis ao ataque de ácaros em soja (Figura 4).
  • Aplicar acaricidas registrados, na dose recomendada e no nível de controle.
  • Aproveite e acesse o material “O que você precisa saber sobre Ácaros em Soja?”.

https://www.facebook.com/maissoja/videos/1595632437185173/?t=2


I Centro Nacional de Pesquisa de Soja; Embrapa-Soja; CP 231; 86001-970; Londrina – PR – Brasil 
II Bolsista Pós Doutorado Capes PNPD; Universidade de Rio Verde; 75901-970; Rio Verde – GO – Brasil 
III Departamento de Entomologia; Universidade de Nebraska-Lincoln; 68583-0816; Lincoln, NE – EUA 
IV Departamento de Fitossanidade; Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho; 14884-900; Jaboticabal – SP – Brasil


As referências utilizadas nesta publicação que não estão citadas na integra, fazem parte do trabalho principal, e podem ser consultadas acessando trabalho original.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.