Com o surgimento da soja rr (roundup ready), o glifosato passou a ser o herbicida mais utilizado na cultura da soja, contribuindo significativamente para o manejo e controle de plantas daninhas. Entretanto, com o passar do tempo, o uso frequente do glifosato e de outros herbicidas promoveu a seleção de biótipos resistentes de plantas daninhas a dados mecanismos de ação.

A exemplo de espécies que apresentam resistência conhecida a herbicidas, podemos destacar a buva (Conyza spp.); o capim-amargoso (Digitaria insularis); o caruru (Amaranthus spp.) e o azevém (Lolium multiflorum). Os registros dos casos de resistência dessas e de outras plantas daninhas a herbicidas podem ser observados mediante consulta ao The International Herbicide-Resistant Weed Database.

Além da presença das plantas daninhas representar perda produtiva em função da matocompetição estabelecida, em casos em que há resistência de populações de plantas daninhas a herbicidas, o custo de controle também é superior, sendo necessário alterar a dinâmica de controle dessas plantas.



Dentre as principais estratégias disponíveis para o manejo da resistência de plantas daninhas a herbicidas, podemos destacar a rotação de mecanismos de ação de herbicidas. O uso de distintos mecanismos de ação pode auxiliar na redução da seleção de biótipos resistentes de plantas daninhas, possibilitando a manutenção e durabilidade da eficiência dos herbicidas já utilizados no controle de daninhas.

Caso não se opte pela rotação desses mecanismos, o uso frequente do mesmo mecanismo de ação do herbicida pode acelerar a seleção de biótipos resistentes, resultando em controle ineficiente de plantas daninhas. Dessa forma, além do manejo cultural e das boas práticas agronômicas, a rotação de mecanismos de ação é de fundamental importância para a sustentabilidade e rentabilidade dos cultivos agrícolas.

Cabe destacar que a seletividade dos herbicidas às plantas cultivadas varia de acordo com o mecanismo de ação, sendo assim, para um adequando posicionamento de herbicidas é preciso estabelecer um eficiente planejamento não só dos herbicidas utilizados, mas também da rotação de culturas a ser seguida.


Veja mais: Rotação de culturas – muito além da palhada…


Em virtude da grande variedade de moléculas e mecanismos de ação de herbicidas, nem sempre o planejamento ou estabelecimento de uma rotação de mecanismos de ação é simples. Distintas moléculas podem apresentar mesmo mecanismo de ação, o que pode dificultar o estabelecimento da rotação, sendo assim, conhecer os herbicidas de mesmo mecanismo de ação é essencial para o planejamento da rotação.

Visando auxiliar técnicos e produtores, o Comitê de Ação a Resistência aos Herbicidas (HRAC-BR), disponibiliza um folder onde é possível observar a classificação dos herbicidas quanto ao mecanismo de ação. Trata-se de um material de fácil entendimento que pode auxiliar no estabelecimento da rotação de mecanismo de ação de herbicidas, contribuindo consequentemente para o manejo da resistência das plantas daninhas.

Clique aqui e confira o folder.

Referências:

HEAP, I. THE INTERNATIONAL HERBICIDE-RESISTANT WEED DATABASE. Disponível em: < http://weedscience.org/Pages/Species.aspx >, acesso em: 26/08/2021.

HRAC-BR. COMITÊ DE AÇÃO A RESISTÊNCIA AOS HERBICIDAS. Disponível em: < https://www.hrac-br.org/?utm_campaign=c6958f6a-d095-4021-9f76-1eeb2125f02a&utm_source=so&utm_medium=mail&cid=772f0fee-4804-4658-925e-c7edea4edbca >, acesso em: 26/08/2021.

Acompanhe nosso site, siga nossas mídias sociais (SiteFacebookInstagramLinkedinCanal no YouTube

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.