A colheita avançou para 34% da área cultivada. As altas temperaturas e predomínio de tempo seco induziram à rápida maturação. A massa colhida apresentou espigas e grãos de
tamanho reduzido, dificultando a operação de separação do restante da planta, necessitando redução de velocidade de deslocamento e maior atenção na plataforma de colheita mecanizada. As lavouras em enchimento de grãos e maturação, que representam 41% da área plantada, apresentam uma rápida senescência das folhas, podendo comprometer a formação final dos grãos.
As lavouras irrigadas ainda apresentam potencial produtivo satisfatório, porém o fornecimento de água não é capaz de reduzir o estresse causado pelas temperaturas noturnas elevadas, que aumentam a respiração das plantas e causam menor acúmulo dos produtos oriundos da fotossíntese. As temperaturas máximas próximas dos 40°C também podem reduzir a duração do ciclo da cultura e afetar a germinação dos grãos de pólen na floração, fatores que podem condicionar a redução da produtividade.
Considerando os diferentes sistemas de produção, a expectativa de produtividade atual é menor em todas as regiões, mas a distribuição heterogênea das chuvas, causou diferenças entre as regionais da Emater/RS-Ascar. As altas temperaturas também Na de Porto Alegre, a redução na expectativa de safra é menos expressiva e a produtividade esperada. De forma geral, as lavouras estão com bom desenvolvimento e as precipitações, entre os dias 17 e 18/01, recuperaram umidade nos solos para o plantio do milho safrinha.
Na de Pelotas, a produtividade atual já apresenta redução de cerca de 15% devido ao clima, mas as chuvas ocorridas entre 16 e 23/01 beneficiaram lavouras em floração, que representam 30% do total cultivado.
Na de Bagé, a redução é 41% em média. Na Fronteira Oeste, os efeitos da estiagem são mais graves alcançando 60% nas perdas. O aproveitamento da massa verde das áreas de milho para alimentação animal é a estratégia adotada, considerando o alto custo da colheita e a baixa produtividade das lavouras. Na Campanha, os prejuízos são observados em lavouras nas fases de floração e de enchimento de grãos. Após a ocorrência de chuva no dia 17/01, foi retomada a semeadura escalonada em novas áreas e realizadas pulverizações de herbicidas para controle de ervas daninhas, adubação nitrogenada em cobertura.
Na de Santa Rosa, a expectativa de queda de produtividade é de 48%. Faltam 10% da área a ser semeada em safrinha, mas há risco de não ser concluída, dependendo da condição do tempo. Nas regionais de Caxias do Sul, Ijuí, Lajeado, Soledade, Santa Maria e Erechim, a redução supera 50% da produtividade média estimada para as regiões inicialmente. Apesar
da distribuição irregular das chuvas na semana que passou, estas favoreceram os cultivos em floração e enchimento de grãos.
Na de Caxias do Sul, o prejuízo estimado supera 750 milhões de reais. Na de Soledade, após as chuvas de 16 e 17/01 a semeadura foi retomada especialmente no do Vale do Rio Pardo, onde havia atraso, em sucessão ao tabaco. Na de Ijuí, a colheita alcançou 56% das lavouras e à medida que a operação avançou a produtividade das lavouras decresceu consideravelmente.
A maior quebra na expectativa de produtividade é de 65% na regional de Frederico Westphalen, e de 64% na de Passo Fundo.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, o preço médio da saca de milho passou de R$ 94,40 para R$ 95,40, variação positiva de +1,06%.
Fonte: Emater/RS