A semana iniciou com tempo seco, dias ensolarados, com temperaturas amenas que foram se elevando e, em geral, beneficiaram o desenvolvimento da cultura e auxiliaram na recuperação das plantas atingidas pelas geadas. No final do período houve mudanças com a formação de nebulosidade e ocorrência de chuvas de baixa intensidade e distribuição variável no Estado, que favoreceram a cultura ao reestabelecer a umidade no solo.

Na regional de Santa Rosa, 38% dos cultivos se encontram em desenvolvimento vegetativo, 48% em floração e 14% entraram na fase de enchimento do grão. Após as fortes geadas ocorridas em 21 e 22 de agosto, os danos foram impactantes e provocaram perdas estimadas em 25%, reduzindo a produtividade esperada para 2.280 quilos por hectare. Só será possível avaliar a dimensão do dano real próximo à maturação da planta, quando o dano ficará visível.

Os efeitos visuais são de queimadura de folhas, branqueamento de espigas e danos nos colmos, principalmente próximo aos últimos entrenós. A partir desta semana os produtores com perdas solicitam cobertura de Proagro.

A semana transcorreu com tempo favorável que contribui para o bom desenvolvimento das plantas de trigo e possibilitou que os agricultores realizassem as pulverizações com fungicidas para o controle de doenças foliares e oídio e também com inseticidas para controle de pulgão. No geral, o aspecto sanitário das lavouras está bom.

Na de Frederico Westphalen, 55% das lavouras já estão na fase de enchimento de grãos. A cultura apresenta ótimo desenvolvimento e está com bom estande de plantas; passado o período de chuvas, mais luminosidade tem favorecido os tratos culturais de aplicação de fertilizantes e de controle de pragas, doenças e ervas daninhas. As ocorrências de granizo, ventos fortes e as geadas de agosto provocaram perdas estimadas em 21% na produção, reduzindo o rendimento para 2.740 quilos por hectare.



Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, onde se concentra a maior produção do cereal, é possível visualizar os efeitos da sequência de geadas. Em Maçambará, com cerca de 20 mil hectares cultivados, verificou-se a significativa morte precoce de plantas em lavouras em fase de florescimento e enchimento de grãos, principalmente na região Leste do município, com maior altitude, onde são estimadas perdas de 15%. Em São Borja, com 16 mil hectares plantados, triticultores atingidos solicitaram Proagro nas áreas seguradas. Os prejuízos, ainda em estimativa, apontam cerca de 80% de danos em 20% das lavouras nas quais a cultura estava na fase de enchimento de grãos.

As demais áreas, em fase de alongamento dos colmos e em floração, também apresentaram perdas expressivas, mas ainda não quantificadas. Na Campanha, onde a semeadura foi posterior, não há indicativo de perdas. A volta das chuvas ocorreu em um momento crucial, pois as plantas já estavam com o desenvolvimento paralisado. O potencial produtivo continua próximo do estimado no início do plantio, e o manejo de adubação nitrogenada poderá ser realizado quando houver o retorno da umidade nos solos.

Na de Santa Maria, seguem aplicações de herbicidas, fungicidas e adubação nitrogenada. O dimensionamento das perdas decorrentes das geadas em agosto teve magnitudes diferentes na região e dentro de um mesmo município. Em Santiago, há lavouras praticamente com perda total; em média, a perda nos seis mil hectares chega a 60%. Já em Tupanciretã, nos 15 mil hectares cultivados, as perdas médias avaliadas ficaram entre cinco e 10%. Na região como um todo, a primeira avaliação estima média de 10% de perdas.

Nas lavouras da regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, especialmente as dos Campos de Cima da Serra, as geadas de 21 e 22 de agosto foram muito intensas, de tal forma que ocorreram injúrias nas folhas, mesmo nas lavouras que ainda se encontravam em fase de perfilhamento. Na recuperação, poderá haver descompasso na maturação, como efeito da desuniformidade das lavouras. A maioria das lavouras – mais de 80% dos cultivos – recebe adubação nitrogenada em cobertura, prática que ainda deverá se estender pelos próximos dias.

Nos demais municípios que cultivam trigo, muitas áreas que estão no início da fase reprodutiva tiveram prejuízos que ainda são avaliados. Nas regionais da Emater/RS-Ascar Erechim e de Passo Fundo, a semana foi de dimensionamento dos efeitos da geada. Na de Erechim, as lavouras que se encontravam em floração sentiram mais os efeitos, fazendo com que os produtores solicitassem perícias de Proagro. A magnitude da perda ainda não foi dimensionada. Na de Passo Fundo, 30% da cultura encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo, 30% em fase de perfilhamento, 20% em fase de alongamento de colmo e 20% em fase de emborrachamento, estádios de desenvolvimento mais tolerantes ao frio. Em geral, houve algumas perdas na região devido às geadas em áreas de baixadas, locais onde se concentra mais o frio.

As lavouras mais suscetíveis aos efeitos da geada estão passando por avaliação do impacto nos cultivos. Na de Ijuí, o tempo seco e a alta insolação predominantes na semana beneficiam o desenvolvimento da cultura, embora as temperaturas tenham se comportado acima do ideal no final de semana. O período foi de avaliação dos danos provocados pelas geadas. Os sintomas nas plantas foram se acentuando, com aumento de folhas secas, colmos com estiolamento, espigas brancas, espiguetas estéreis e paralisação do desenvolvimento de grãos.

Também tem sido observada nova emissão de afilhos nas plantas mais danificadas. Os danos são variados e diferem entre lavouras em função de diferentes cultivares, estádios fenológicos, topografia e localização das lavouras, sendo mais acentuados nas lavouras que se encontravam em alongamento do colmo, espigando e em florescimento, estádios durante os quais os tecidos reprodutivos estão mais tenros e há maior concentração de seiva. Nestas lavouras as estimativas iniciais apontam para perdas superiores a 50% do potencial produtivo inicialmente estabelecido. Nas lavouras menos afetadas, os produtores deram continuidade aos tratamentos fitossanitários.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Soledade, uma semana após as geadas nota-se em muitas lavouras de trigo a presença de espigas com aspecto esbranquiçado; outro sintoma característico percebe-se ao puxar o pedúnculo da espiga: ele se desprende facilmente do colmo, onde é possível verificar lesões. Ainda não é possível quantificar a dimensão, porém os danos devem variar em função da fase da cultura e do local da lavoura.

Nas situadas no Baixo Vale do Rio Pardo, embora em espigamento, os danos foram pouco
significativos; já no Alto da Serra do Botucaraí, onde se concentra a maior parte da área cultivada, os prejuízos poderão ser maiores.

Na regional de Erechim, o preço é de R$ 55,00; na de Santa Maria, R$ 57,60; na de Soledade, R$ 56,60; na Caxias do Sul, R$ 57,00; na de Ijuí e Santa Rosa, R$ 57,70; na de Bagé, R$ 58,00. Na de Passo Fundo, o preço tem variado entre R$ 56,00 e R$ 60,00; na de
Frederico Westphalen, entre R$ 53,00 e R$ 56,00/sc



Mercado (saca de 60 quilos)

O levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar identificou o valor da saca de
60 quilos do trigo no Estado em R$ 57,55/sc., com aumento de 2,24% em relação ao da
semana anterior.

Fonte: Emater/RS

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