A semeadura do trigo foi finalizada no Estado. No momento, 91% das lavouras encontram-se nas fases de germinação e vegetativa. As áreas em floração alcançam em média 8%.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, o longo período de temperaturas elevadas e sem chuvas permitiu a redução dos níveis excessivos de umidade do solo. A semeadura foi concluída em Hulha Negra, em Lavras do Sul e em Aceguá, praticamente dentro do limite da janela do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), encerrada na segunda-feira (31/07). Foram boas as condições para aplicações de herbicidas e fungicidas, que estavam atrasadas há algumas semanas. Os produtores de Bagé, de Candiota e de Aceguá realizaram a aplicação de fertilizante nitrogenado, mas muitos perderam o ponto da primeira aplicação no perfilhamento devido à impossibilidade de entrada nas lavouras, durante o mês de julho, que foi marcado por altos volumes pluviométricos. De maneira geral, o potencial produtivo da cultura ainda é satisfatório, e a excelente disponibilidade de radiação solar refletiu em melhoria na coloração das plantas, que recuperaram a tonalidade verde mais escuro. Na Fronteira Oeste, em Maçambará, as lavouras apresentam potencial produtivo variado: as áreas implantadas entre final de maio e início de julho apresentam excelente desenvolvimento no início da fase reprodutiva; e as lavouras implantadas em julho sofreram com o excesso de umidade e com a falta de luminosidade,resultando em potencial mais baixo. Os dias ensolarados e de menor umidade relativa do ar devem reduzir a progressão das doenças nas lavouras de Manoel Viana, que receberam aplicações de fungicidas. Além de ferrugem-da-folha e manchas, também se observa ocorrência de oídio em algumas áreas.
Na de Caxias do Sul, nos Campos de Cima da Serra, as temperaturas mais elevadas e a alta luminosidade favoreceram o bom desenvolvimento das plantas. De modo geral, as lavouras da região seguem com aspecto dentro da normalidade e com perspectiva de rendimento dentro do esperado.
Na de Frederico Westphalen, as temperaturas altas e a pouca umidade favorecem o aparecimento de doenças, principalmente de manchas foliares, que podem ocasionar a redução do afilhamento, influenciando a produtividade final. Estima-se que 95% da área se encontre em fase de germinação ou de desenvolvimento vegetativo, 4% em fase de floração e 1% em enchimento de grãos.
Na de Ijuí, o clima seco e a baixa umidade no solo provocaram a diminuição no ritmo de crescimento das plantas, que, no entanto, apresentam porte mais elevado, apesar da coloração verde menos intensa. Os produtores estão dando continuidade à aplicação da adubação nitrogenada em cobertura, mas apenas em pequenas áreas, em função de a umidade do solo estar abaixo da ideal. Durante a semana, foi intensificada a aplicação de fungicidas. Além do complexo de doenças foliares, foi diagnosticada a presença de oídio, principalmente nas cultivares mais sensíveis. Em virtude do clima mais quente, as plantas apresentam porte mais elevado, e há necessidade de aplicação de redutores de crescimento para evitar o acamamento futuro das plantas. A aplicação deve ser efetuada no estádio de primeiro nó visível, logo após o perfilhamento.
Na de Passo Fundo, os produtores seguem as aplicações de adubos nitrogenados em cobertura, bem como o monitoramento de pragas e de doenças. A cultura se desenvolve normalmente em relação ao período e às fases nas quais se encontra: 5% estão em germinação e 95% em desenvolvimento vegetativo.
Na de Pelotas, 92% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo e 8% em floração. Nas áreas em florescimento, estão sendo realizadas as aplicações de fungicidas preventivos. De modo geral, as áreas de trigo permanecem com bom desenvolvimento, sem apresentar problemas fitossanitários significativos.
Na de Santa Maria, 10% das lavouras estão em início de floração e 90% em desenvolvimento vegetativo. O manejo para controle de doenças tem sido realizado de forma preventiva, uma vez que as condições climáticas – chuvas volumosas e temperaturas em grande amplitude – têm se mostrado favoráveis para a ocorrência de doenças.
Na de Santa Rosa, 85% das áreas estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 12% na fase de floração, e 3% já em enchimento do grão, pois foram semeadas bem no cedo. A boa insolação e o clima seco do período proporcionaram a boa aparência daslavouras de trigo; a maioria estão em perfilhamento e emborrachamento. A chuva do dia 07/08 foi importante para restabelecer a boa umidade do solo e contribuir para o bom desenvolvimento das plantas na fase de emborrachamento. Os produtores realizaram os tratos culturais da época, como pulverização de herbicida para controle de ervas invasoras e adubação nitrogenada em cobertura, na maioria das lavouras que estão em perfilhamento. Também foram efetuadas pulverizações de inseticidas nas lavouras onde foram constatados focos de pulgão, assim como pulverizações de fungicidas nas lavouras onde se identificou o aparecimento de oídio e ferrugem-da-folha. Nas lavouras do cedo que entraram em floração, já ocorrem pulverizações de controle preventivo de giberela. Observa-se, na região, que alguns produtores de leite estão cultivando trigo para fazer silagem em complementação à silagem de milho, que, devido à estiagem do verão passado, produziu abaixo do esperado.
Na de Soledade, no Baixo Vale do Rio Pardo e Centro Serra, a cultura cresce e se desenvolve normalmente por causa do bom teor de umidade do solo. Contudo, no Alto da Serra do Botucaraí, o crescimento e o desenvolvimento da cultura têm sido mais lentos em razão do baixo teor de umidade do solo, embora as demais condições ambientais – temperatura e luminosidade solar – tenham sido favoráveis.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio apresentou uma elevação de 0,21% em relação à semana anterior, passando de R$ 66,25 para R$ 66,39.
Fonte: Emater/RS
