As cotações da soja, em Chicago, se mantiveram firmes nesta semana, na expectativa
dos relatórios de intenção de plantio e estoques trimestrais previstos para o dia 28/03.
Com isso, o bushel da oleaginosa fechou a quinta-feira (21) em US$ 12,12, contra US$
11,80 uma semana antes.

Em paralelo, na semana encerrada em 14/03, os embarques de soja, pelos EUA, somaram 686.181 toneladas, resultando num total de 35,8 milhões de toneladas em todo o atual ano comercial, estando abaixo dos mais de 44 milhões de toneladas exportadas em igual momento do ano anterior.

E aqui no Brasil, com o câmbio batendo ao redor de R$ 5,00 por dólar em alguns momentos da semana, e prêmios um pouco melhores, o somatório dos três fatores (Chicago, câmbio e prêmio) permitiu uma melhoria nos preços. A média semanal gaúcha fechou em R$ 112,58/saco, enquanto nas principais praças do Estado o valor oscilou entre R$ 111,00 e R$ 112,00/saco. Já no restante do país, os valores médios giraram entre R$ 103,00 e R$ 110,00. De forma geral, o mercado vem segurando preços médios ao redor de R$ 105,00/saco, por enquanto.

Dito isso, as vendas por parte dos produtores brasileiros aumentaram diante da melhoria dos preços, com um volume de 4 milhões de toneladas negociadas na semana, se constituindo no melhor momento de vendas desde meados do ano passado. Deste total, 90% foram negócios de exportação, sendo a maior parte para a China. (cf. Brandalizze Consulting) Assim, o mercado vai sinalizando que pode haver sim uma melhora nos preços para os meses futuros, caso Chicago não recue.

Por sua vez, a colheita da soja 2023/24 teria alcançado a 63% da área no dia 14/03, estando presente em todos os Estados. (cf. AgRural) O Rio Grande do Sul, mais atrasado, registra colheita de 3% de sua área nesta semana. (cf. Emater) Enquanto isso, no Paraná, a colheita atingia a 80% da área, sendo o maior índice desde 2016 para esta época do ano. (cf. Deral)

E pelo lado das exportações, o Brasil deverá atingir a 14 milhões de toneladas de soja em março, segundo a Anec. Em março do ano passado as exportações nacionais da oleaginosa atingiram a 14,4 milhões de toneladas, sendo este o maior volume mensal de 2023. Já a exportação de farelo de soja está estimada em 2,13 milhões de toneladas para março.

Mesmo com a quebra relativa da safra brasileira, que começa a ser pesada em
Chicago finalmente, o Brasil ainda deverá colher a segunda maior safra de soja de sua história, ficando abaixo apenas da colhida no ano passado. Com isso, o país consolida sua posição de maior fornecedor do produto para a China.

De fato, as importações de soja brasileira, por parte da China, aumentaram 211% nos dois primeiros meses de 2024, em relação ao ano passado, superando a participação dos EUA. O maior comprador mundial de soja importou 6,96 milhões de toneladas da oleaginosa do Brasil, acima das 2,24 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado. Já as importações dos EUA caíram de 9,71 milhões de toneladas em 2023para 4,96 milhões de toneladas em 2024. Isso situa a participação do Brasil no mercado de soja em 53% e a dos EUA em 38%. Por outro lado, em termos totais, as importações chinesas de soja, no período de janeiro a fevereiro, registraram a menor baixa em cinco anos, alcançando 13,04 milhões de toneladas, segundo dados da alfândega do país asiático no início deste mês. As mesmas teriam sido prejudicadas pelas margens de esmagamento fracas e menos chegadas de navios durante os feriados do Ano Novo Lunar chinês. Mesmo assim, a China mantém prioritariamente as compras de soja brasileira devido ao fato de que nossos preços são mais baixos no mercado mundial nestes últimos tempos. (cf. Reuters)

Fonte: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum-  CEEMA UNIJUÍ – Comentários referentes ao período entre 15/03/2024 e 21/03/2024

FONTE

Autor:Prof. Dr. Argemiro Luís Brum-  CEEMA UNIJUÍ

Site:   CEEMA UNIJUÍ

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