Temperatura do ar e radiação solar, são alguns dos fatores que regem o metabolismo vegetal da soja. Diferentemente de algumas espécies que respondem apenas a soma térmica, a soja é responsiva ao fotoperíodo. O fotoperíodo pode ser compreendido como o período entre o crepúsculo matutino e o crepúsculo vespertino, e exerce influência sobre o crescimento e desenvolvimento vegetal, inclusive induzindo a planta a mudanças de estádio fenológico.
Além disso, a radiação solar é a principal fonte de energia luminosa para o processo de fotossíntese da planta. Nesse contexto, além da intensidade da radiação, a duração e a qualidade do espectro luminoso são determinantes de respostas morfológicas e fenotípicas marcantes em soja, tais como estatura da planta, indução ao florescimento, além de influenciar na produtividade da cultura (Neumaier et al., 2020).
Levando em consideração que o sombreamento pode influenciar no rendimento da soja (figura 1), sistemas de integração, em que a soja é cultivada em conjunto com espécies arbóreas como no sistema Integração Lavoura, Pecuária, Floresta (ILPF), e agroflorestas, o posicionamento da soja e das culturas associadas que irão compor o sistema é fundamental para reduzir as perdas de produtividade em função do sombreamento.
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Figura 1. Decréscimos de rendimento da soja sob a ação de níveis de sombreamento, relativos à ausência de sombreamento (0% sombreamento = 100% rendimento de grãos).
Avaliando a eficiência do uso da radiação solar, crescimento e produtividade da soja, sob diferentes níveis de sombreamento e densidade populacionais, Silva et al. (2021), observaram que, a partir de níveis acima de 50% de interferência na radiação, reduções da produtividade da soja são observadas, dependendo da densidade populacional da soja.
Além disso, os autores observaram que em casos em que há certa restrição na interceptação da radiação pela planta, o ajuste da densidade populacional pode mitigar as perdas produtivas, sendo essa, uma alternativa interessante para adotar em áreas de ILPF, agroflorestas e/ou condições de sombreamento. Além de interferir na produtividade da soja, o crescimento das plantas também é afetado pela restrição luminosa, resultando na maior elongação das plantas na tentativa de interceptar mais luz (estiolamento).
Nesse sentido, caso a soja seja utilizada em sistemas integrados, deve ser feita a escolha das plantas que vão compor o sistema, buscando espécies arbóreas e arranjos que não interfiram mais que 50% na chegada de radiação no interior do dossel, devendo-se ajustar a população de plantas (aumentar), partindo da densidade recomendada possibilitando que a soja atenda sua demanda de radiação e permitindo um cultivo ideal (Silva et al., 2021).
Segundo Tibolla et al. (2019), em sistemas agroflorestais, a fim de evitar perdas produtivas na cultura da soja e viabilizar seu cultivo, a interceptação da radiação solar por espécies arbóreas não deve ser superior a 30%.
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Referências:
NEUMAIER, N. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA:TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE SOJA, cap. 2. Embrapa, Sistemas de Produção, n. 17, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 31/05/2023.
SILVA, A. F. et al. O SOMBREAMENTO E DENSIDADE MODIFICAM A EFICIÊNICA DO USO DA RADIAÇÃO, CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DA SOJA? Agrometeoros, Passo Fundo, 2021. Disponível em: < https://seer.sct.embrapa.br/index.php/agrometeoros/article/view/26786/14852 >, acesso em: 31/05/2023.
TIBOLLA, L. B. et al. EFEITO DO SOMBREAMENTO ARTIFICIAL NO CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DA SOJA. Rev. Bras. Cienc. Agrar., Recife, v.14, n.4, 2019. Disponível em: < http://www.agraria.pro.br/ojs32/index.php/RBCA/article/view/v14i4a6876 >, acesso em: 31/05/2023.
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