FATORES DE ALTA
a) No Brasil, estados com grande capacidade de esmagamento, como PR, todo o Centro -Oeste e Sudeste, tiveram fortes quebras de safra e deverão ver disputas de matéria-prima entre indústrias esmagadoras locais, para fazer biodiesel e farelo para suas indústrias de carnes e os exportadores de grão, elevando (um pouco) os preços;
b) Boa demanda da China: o Brasil continua a ter os preços mais competitivos no mercado internacional, como mostra o quadro abaixo e isto mantém a preferência chinesa. Além disso, o índice de Profat do Brasil é maior que a soja dos concorrentes, explicando a razão da preferência pela soja brasileira.
FATORES DE BAIXA
a) avanço da colheita no Brasil, que está resultando na entrada de um grande volume da oleaginosa no mercado de exportação e afetando a demanda pelo grão norte-americano. A alta do dólar ante o real, que tende a estimular as exportações brasileiras, foi outro fator baixista para os preços.
A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) disse nesta semana que o Brasil deve embarcar até 15,13 milhões de toneladas da oleaginosa em março;
b) preferência pelo Brasil: A Reuters informou que as exportações brasileiras de soja para a China no primeiro bimestre aumentaram 211% na comparação anual, para 6,96 milhões de toneladas. O volume representa mais de 53% do total importado pelo país asiático no período, de 13,04 milhões de toneladas. Isto faz pressão sobre as cotações de Chicago, embora aumente os prêmios no Brasil;
c) boas perspectivas para a safra da Argentina também pesaram sobre os contratos. Na quinta, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires disse que a condição das lavouras de soja no país ficou estável na última semana. Segundo a bolsa, 84% da safra apresentava condição entre normal e excelente, sem variação ante a semana anterior. A parcela em condição regular ou ruim se manteve em 16%.
ANÁLISE TÉCNICA
a) Fundos de investimento estão reduzindo as vendas: O relatório CFTC-Comissão de controle dos futuros negociados registrou 148.339 contratos líquidos de venda a descoberto de soja dos Fundos de Investimento em 19/03. Essa foi uma venda líquida menor, de 6,8 mil contratos para a semana por meio de cobertura curta. Já os hedgers comerciais de soja adicionaram 63,4 mil novos contratos, o que no total reduziu suas posições compradas líquidas de 53 mil para 41 mil contratos na semana.
b) Os Fundos de Investimento registraram 46.874 contratos líquidos vendidos em farelo de soja, ou 4k contratos a menos vendidos em algumas novas compras líquidas. Os fundos estavam abandonando as posições vendidas em óleo de soja ao longo da semana, o que reduziu suas posições vendidas líquidas em 18,7 mil contratos, para 14,7 mil.
MERCADO DO DIA 22/03: SOJA fechou o dia e o acumulado semanal em queda, quebrando um ciclo de três semana em alta
FECHAMENTOS DO DIA 22/03
O contrato de soja para maio24, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -1,61%, ou $ -19,50 cents/bushel a $ 1192,50. A cotação de julho24, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -1,65 % ou $ -20,25 cents/bushel a $ 1205,50. O contrato de farelo de soja para maio fechou em baixa de -1,51 % ou $ -5,3 ton curta a $ 339,1 e o contrato de óleo de soja para maio fechou em baixa de -2,36 % ou $ -1,15/libra-peso a $ 47,64.
ANÁLISE DA BAIXA
A soja negociada em Chicago fechou o dia e a semana em queda. O mercado realizou parte dos lucros da semana, depois de duas sessões em alta que somaram 2,24%. Segundo o analista Bem Potter, “os preços da soja têm estado voláteis nas últimas semanas, à medida que vários grupos tentam determinar o potencial exato de produção da América do Sul”. O avanço da colheita no Brasil e o ciclo da soja entrando na reta final da Argentina mantém as cotações pressionadas.
Com isso, a soja fechou a semana em leve queda de -0,48% ou $5,75 cents/bushel. O farelo de soja acumulou ganhos de 1,31% ou $4,4 ton-curta. O óleo de soja recuou -3,60% ou $-1,78 libra/peso no período.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
CHINA-IMPORTAÇÃO DE SOJA DEVE CHEGAR A 103 MT, DIZ USDA DE PEQUIN
A China deve importar 103 milhões de toneladas de soja no ano comercial 2024/25, de acordo com a representação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Pequim. O volume é o mesmo estimado para a temporada 2023/24. De acordo com o USDA, o maior uso de farelo de soja em ração devido aos preços competitivos, a demanda estável do setor de frango e a demanda crescente da aquicultura devem compensar a demanda mais fraca do setor de suínos.
A China deve esmagar 98 milhões de toneladas de soja em 2024/25, ante 97 milhões de toneladas em 2023/24, disse o USDA em Pequim. O aumento se deve à expectativa de um crescimento moderado na demanda por ração animal.
Fonte: T&F Agroeconômica