Mercado internacional Os preços internacionais médios em março de 2019, na Bolsa de Valores de Chicago (CBOT), tiveram uma forte baixa, se comparados com fevereiro de 2018, passando de U$ cents 910,12/bu para UScents 883,60/bu.
Mais uma vez os preços internacionais CBOT têm movimentação em cima dos fundamentos de mercado da guerra comercial sino-americana, que não sinaliza, ainda, nenhuma solução que encerre o conflito. No entanto, o mercado já acredita em um acordo a curto prazo. Não está sendo apenas a dita guerra que vem influenciando o cenário agrícola mundial, mas também um possível atraso de plantio de milho, motivado pelas enchentes ocorridas principalmente no sul dos Estados Unidos, que podem vir a atrasar o plantio do milho estadunidense.
Como a janela de plantio de soja é maior que a de milho, existe a perspectiva de que as áreas deste grão, que foram impossibilitadas de plantio no momento ideal, possam ir para a soja, motivando uma queda de preços CBOT. Outro fator importante divulgado em março foi a divulgação, feita pelo Usda, da estimativa de intenção de plantio para a safra 2019/20 dos Estados Unidos.
Segundo o Usda os americanos devem reduzir a área plantada em aproximadamente 5%, passando de 89,19 milhões de acres (36.236 milhões de hectares) para 84,6 milhões de acres (34.243 milhões de hectares).
Com a média de produtividade dos últimos três anos em 3.423 kg/ha, a produção para a safra 2019/20 norte-americana deve ser de apenas 117,28 milhões de toneladas, enquanto que na safra 2018/19 este valor foi de 123,66 milhões de toneladas, mas com a produtividade de 3.470 kg/ha.
Mercado Nacional
No Brasil, os preços nacionais de março de 2019 não se alteraram, se comparados aos de fevereiro de 2019, mesmo com os preços internacionais com fortes baixas e os prêmios de porto (Paranaguá-PR) passando da média de UScents 52,00/bu para UScents 40,00/bu, o dólar tem segurado uma queda dos preços nacionais, a média dos preços do dólar em fevereiro de 2019 foi de R$ 3,70 e a de março/19 R$ 3,84.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de soja em grãos em março de 2019 fecharam em 8,95 milhões de toneladas. Este valor foi muito menor que o estimado pelo line-up de 10 milhões de toneladas.
Esse valor foi também 12,3% maior que o estimado em março de 2018, aferido em 8,81 milhões de toneladas. O que consolida o fato de que as exportações de 2019, que estavam muito fortes no início do ano, começaram a arrefecer.
A soma das exportações de 2019 está em 17,24 milhões de toneladas, enquanto que no mesmo período de 2018 esse valor era de 13,24 milhões e em 2017, de 13,40 milhões de toneladas. Caso os valores continuem dentro da média das exportações de 2018 e 2017, as exportações de abril devem ser de aproximadamente 10,40 milhões de toneladas. Com a queda prevista para a safra 2018/19, estimada em 113,46 milhões de toneladas, as exportações devem sofrer uma forte redução em 2019, ficando em um valor estimado de 70 milhões de toneladas.
Se defrontado a 2018, o valor estimado de exportação para 2019 será 13,6 milhões de toneladas menor, por outro lado será quase 2 milhões de toneladas superior ao exercício de 2017, onde a safra colhida foi de 114 milhões.
O consumo interno deve girar em torno de 44 milhões de toneladas, sob uma forte pressão do aumento de produção de óleo de soja para biodiesel, assim, possivelmente, os estoques de passagem deverão ser bastante baixos.
Fonte: Conab