O manejo e controle eficiente de plantas daninhas em culturas agrícolas é essencial para reduzir perdas produtivas em função da matocompetição, especialmente se tratando do cultivo de lavouras comerciais, onde a produtividade está relacionada com a rentabilidade. Dependendo da espécie de planta daninha e densidade populacional infestante, perdas de produtividade superiores a 90% podem ser observadas, como é o caso de elevadas infestação de caruru-palmeri (Amaranthus palmeri) na cultura do milho (Gazziero & Silva, 2017).
Além dos danos à produtividade, em casos mais severos, a presença de plantas daninhas em culturas anuais pode até mesmo inviabilizar a colheita mecanizada, comprometendo a viabilidade da lavoura. Além da influência direta sobre a cultura cultivada, vale lembrar que uma grande variedade de espécies de plantas daninhas atuam como hospedeiras de pragas e patógenos. Logo, o controle eficiente dessas plantas é essencial não só durante a safra, como também nos períodos entressafra das culturas agrícolas.
Algumas espécies de plantas daninhas ainda se destacam por apresentar características que conferem a elas além da elevada habilidade competitiva, rápido crescimento e desenvolvimento, grande produção de sementes e resistência ou tolerância a herbicidas, fato que dificulta ainda mais o manejo dessas plantas daninhas. Atualmente, diversas espécies de plantas daninhas apresentam resistência a herbicidas utilizados no controle pós-emergente. Mas afinal, o que difere a tolerância da resistência de uma planta daninha á herbicidas?
A tolerância, pode ser compreendida como a capacidade inata de uma espécie de planta daninha em sobreviver e se reproduzir após a aplicação do herbicida na dose recomendada (é relacionada à variabilidade genética). Já a resistência é a capacidade adquirida de uma planta sobreviver e reproduzir-se após a aplicação de determinada dose herbicida que, sob condições normais, controla os demais integrantes da população (Up. Herb, 2023).
Cabe destacar que a ocorrência e a evolução da resistência estão condicionadas a seleção de biótipos resistentes, impulsionada pelo uso inadequado e/ou equivocado de herbicidas, principalmente se tratando da aplicação sucessiva de herbicidas de mesmo mecanismo de ação. Além da diferenciação entre tolerância e resistência, vale lembrar que existe mais de um tipo de resistência.
Quando uma planta apresenta resistência a um mecanismo de ação de herbicidas dizemos que ela apresenta resistência simples, já quando o biótipo apresenta resistência a dois ou mais mecanismos de ação de herbicidas, tem-se então a resistência múltipla.
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Referências:
GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 28/2/2023.
UP. HERB. RESISTÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS AOS HERBICIDAS: TOLERÂNCIA E RESISTÊNCIA. Up. Herb: Academia das Plantas Daninhas, 2023. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/int/resistencia-de-plantas-daninhas-aos-herbicidas >, acesso em: 28/03/2023.
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