Além da adição de bactérias fixadoras de nitrogênio e promotoras de crescimento vegetal por meio da coinoculação da soja, do uso de fungicidas e inseticidas visando promover proteção às sementes, é possível adicionar micronutrientes ao tratamento de sementes, sendo um deles o Zinco (Zn).

Conforme observado por Werner et al. (2020), o tratamento de sementes de soja com micronutrientes não afeta a germinação das sementes, podendo inclusive aumentar o vigor de plântulas influenciando no peso de matéria fresca e comprimento da parte aérea das plântulas. Sendo assim, a adição de micronutrientes no tratamento de sementes da soja pode promover melhores condições de crescimento e desenvolvimento nos estádios iniciais da cultura.

Segundo Taiz et al. (2017), o Zinco está envolvido em funções bioquímicas na planta tais como desidrogenase glutâmica, anidrase carbônica, além de ser constituinte de álcool desidrogenase entre outras funções. Avaliando o efeito do tratamento de sementes de soja com Zinco na qualidade fisiológica e produtividade da soja, Lemes et al. (2017) encontraram resultados que demonstram respostas significativas da soja ao Zinco adicionado via tratamento de sementes.

Os autores avaliaram dois lotes de sementes cv. V-Max RR. Para compor os tratamentos foram utilizadas diferentes doses de Zinco, sendo a fonte um produto comercial contendo 780g.L-1 de Zinco. Os tratamentos avaliados correspondiam as doses de 0, 2, 4, 6 e 8 mL do produto por Kg de sementes.

curso cigarrinha Após o tratamento, foi analisada a qualidade fisiológica das sementes, avaliada pelos testes de germinação e vigor, considerando-se primeira contagem de germinação, teste frio, envelhecimento acelerado, comprimento da parte aérea e de raiz (Lemes et al., 2017).

Conforme destacado por Lemes et al. (2017), os melhores resultados fisiológicos assim como para componentes de produtividade da soja foram observados quando utilizadas doses variando entre 2 e 6 ml por Kg de sementes.

Figura 1. Primeira contagem (A) e germinação (B) de sementes de soja submetidas a diferentes doses de Zinco via tratamento de sementes.

Fonte: Lemes et al. (2017).

Entretanto, cabe destacar que variações de resultados forma observadas de acordo com o lote de sementes. Com relação aos componentes de produtividade, os autores avaliaram número de legumes por planta, número de sementes por planta e peso de sementes por planta, o qual teve a umidade corrigida para 13% (Lemes et al., 2017).

Figura 2. Peso de sementes por planta em resposta a diferentes doses de Zinco fornecidas via tratamento de sementes da soja.

Adaptado: Lemes et al. (2017).

Assim como componentes fisiológicas das sementes, para o componente de produtividade peso de sementes por planta, em ambos os lotes de sementes as melhores respostas foram observadas quando utilizada as doses entre 2 e 6 mL por Kg de sementes.

Confira o trabalho completo de Lemes et al. (2017) clicando aqui!

Assim como as respostas da soja ao Zinco fornecido via tratamento de sementes observadas por Lemes et al. (2017), Oliveira et al. (2017) observaram o aumento da massa de 100 grãos de soja em resposta a aplicação de diferentes doses de Zinco em V9 e R1 para a cultivar M 7739 IPRO, destacando o importante papel do micronutriente na produtividade da soja.

Figura 3. Massa de 100 grãos de soja cv. M 7739 IPRO submetida a aplicação de diferentes doses de Zinco. Ipameri – GO, 2015.

**: significativo a 1% de probabilidade
Fonte: Oliveira et al. (2017).

Tendo em vista os aspectos observados, pode-se concluir que o fornecimento de Zinco via tratamento de semente da soja não interfere em características fisiológicas da semente, podendo proporcionar aumento de alguns componentes de produtividade da soja. Contudo, assim como para os demais micronutrientes, seja via tratamento de semente, via foliar ou outra forma de aplicação, esses desempenham papel apenas como ajuste fino para o aumento da produtividade da soja, sendo fundamental atentar para características básicas de fertilidade do solo como pH, disponibilidade de macronutrientes e também para uma adequada e eficiente coinoculação de sementes.

Veja também:TSI ou on Farm?

Referências:

LEMES, E. S. et al. TRATAMENTO DE SEMENTES DE SOJA COM ZINCO: EFEITO NA QUALIDADE FISIOLÓGICA E PRODUTIVIDADE. Colloquium Agrariae, v. 13, n.2, 2017. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/pdf/231153968.pdf>, acesso em: 24/09/2020.

OLIVEIRA, F. C. et al. POTENCIAL FISIOLÓGICO DE SEMENTES DE SOJA EM DIFERENTES DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE ZINCO. Revista de Agricultura Neotropical, Cassilândia-MS, v. 4, Suplemento 1, p. 66-71, dez. 2017.

TAIZ, L. et al. FISIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. Ed. 6, Porto Alegre, 2017.

WERNER, H. A. et al. QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA (Glicyne max L. Merrill) TRATADAS COM MICRONUTRIENTES. Research, Society and Development, v. 9, n. 9, 2020.

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1 COMENTÁRIO

  1. O zinco tem um potencial de mortalidade das bactérias do Inoculantes. É necessário um teste de produtos a base de Zn para saber a compatibilidade com o Bradyrhizobium.
    Se houver alta mortalidade, prejudicando o fornecimento de N.

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