Nos estádios iniciais do desenvolvimento da soja, uma série de doenças podem acometer as plantas, em especial sob condições de estresse, causando dentre outros danos, redução significativa do estande de plantas, impactando negativamente um dos principais componentes de produtividade da soja, o número de plantas por área.

Em nível de campo, as condições desfavoráveis à germinação da semente e a emergência da plântula de soja, especialmente a deficiência hídrica, tornam mais lento esse processo, expondo as sementes por mais tempo a fungos do solo, como Rhizoctonia solani, Pythium spp., Fusarium spp. e Aspergillus spp. (A. flavus), entre outros, que podem causar a sua deterioração ou a morte da plântula (França-Neto et al., 2016).

Como principal estratégia no manejo inicial de doenças em soja, podemos destacar o tratamento de sementes com fungicidas. Embora com efeito residual limitado, o tratamento de sementes com fungicidas apropriados possibilita a redução dos impactos das doenças na fase inicial do desenvolvimento da soja, através de controle de patógenos na zona próxima a semente.

Além dos patógenos presentes em sementes de baixa qualidade sanitária, alguns fungos necrotrófico podem ser encontrados no solo e em resíduos culturais antes mesmo da semeadura da soja, servindo como fonte de inóculo para o desenvolvimento de doenças no estabelecimento da cultura. Logo, promover proteção inicial às sementes é fundamental para o bom estabelecimento do estande de plantas e sanidade da lavoura.

Sobretudo, além de definir os produtos que irão compor o tratamento de sementes, é essencial atentar para a qualidade do processo, em especial quando realizado a nível de propriedade (on Farm). Como principal vantagem em relação ao tratamento de sementes industrial (TSI), o tratamento de sementes on Farm apresenta custo relativamente menor. Contudo, além da maior necessidade de manipulação de defensivos agrícolas, o tratamento de sementes on Farm normalmente apresenta menor qualidade de cobertura das sementes.



Figura 2. A esquerda TSI (figura a), a direita tratamento on Farm (figura b).

Foto: Peske & Platzen – SEED News (2019)

Mesmo utilizando de estratégias como o uso de equipamentos específicos para o tratamento das sementes, de maneira geral a uniformidade de cobertura proporcionada pelo tratamento on Farm é inferior ao TSI. A cobertura uniforme das sementes é essencial para garantir a boa distribuição e concentração dos defensivos agrícolas sobre sua superfície, proporcionando maior capacidade de controle de patógenos que possam infectar a semente e prejudicar sua germinação.

Além disso, as tecnologias empregadas no tratamento de sementes industrial permitem o uso mais concentrado de polímeros e bioestimulantes em conjunto aos fungicidas e inseticidas empregados, contribuindo para a melhoria não só da cobertura do tratamento das sementes, como também do estabelecimento inicial da cultura da soja.

Sobretudo, independentemente do método empregado para o tratamento de sementes (industrial ou on Farm), a prática é essencial para assegurar o bom estabelecimento da cultura no campo, reduzindo os efeitos causados por pragas e doenças iniciais que acometem a soja.


Veja mais: Tratamento de sementes de soja – Bioestimulantes melhoram germinação?



Referências:

FRANÇA-NETO, J. B. et al. TECNOLOGIA DA PRODUÇÃO DE SEMENTE DE SOJA DE ALTA QUALIDADE. Embrapa, Documentos, n. 380, 2016. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/151223/1/Documentos-380-OL1.pdf >, acesso em: 23/11/2022.

PESKE, S.T.; PLATZEN, H. TRATAMENTO DE SEMENTES: TECNOLOGIA QUE SE REINVENTA. SEED News, 2019. Disponível em:< https://seednews.com.br/artigos/3003-tratamento-de-sementes-edicao-julho-2019 >, acesso em: 14/12/2022.

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