Apesar de dados oficiais indicarem que a produção global de trigo na safra 2023/24 deve ficar abaixo da demanda, os preços internos e externos do cereal seguiram em queda em março.

No mercado doméstico, a cotação média mensal ficou ligeiramente abaixo da de fevereiro/24 e bem inferior à registrada há um ano. No geral, os negócios seguiram pontuais, tendo em vista que, enquanto produtores continuaram focados na safra de verão, compradores estiveram em busca de trigo de qualidade, cuja disponibilidade interna é baixa.

A média do cereal negociado no Paraná foi de R$ 1.241,66/tonelada em março, queda de 0,7% frente à de fevereiro e de expressivos 24% sobre a de março/23, em termos nominais. No Rio Grande do Sul, a média foi de R$ 1.173,65/t, respectivas baixas de 1,3% e 19,4%. Em São Paulo, a média, de R$ 1.222,99/t, caiu 0,4% no comparativo mensal e 30,6% no anual. Já em Santa Catarina, a média, de R$ 1.394,80/t, subiu 1,6% de fevereiro para março, mas recuou 12,6% em um ano.

A Conab estima a área nacional em 3,26 milhões de hectares para 2024, sendo 6% menor que a do no ano passado. No entanto, a produtividade média pode crescer 26%, indo para 2,937 t/ha, o que resultaria em produção de 9,587 milhões de toneladas, 18,4% acima da colhida em 2023.

Quanto às importações, a Conab estima 5,5 milhões de toneladas entre agosto/24 e julho/25, sendo 500 toneladas acima do relatório de fevereiro, mas 700 toneladas a menos que a projeção da safra anterior. A disponibilidade interna está estimada em 15,48 milhões de toneladas, contra 15,04 milhões de toneladas na temporada passada. O consumo doméstico é previsto em 12,62 milhões de toneladas, e as exportações permanecem apontadas em 2 milhões de toneladas.

ESTIMATIVAS 

Segundo dados divulgados em março pelo USDA, a colheita mundial é estimada em 786,7 milhões de toneladas, leve alta de 0,1% frente ao relatório anterior, mas queda de 0,3% em relação à safra passada – a pressão vem sobretudo da Austrália, que deve produzir 14,5 milhões de toneladas a menos que na temporada anterior. Para o Brasil, a produção permaneceu estimada em 8,1 milhões de toneladas.

Quanto ao consumo global, o USDA prevê 798,97 milhões de toneladas em 2023/24, elevação de 1% frente a 2022/23. Os estoques finais foram novamente reduzidos e devem totalizar 258,83 milhões de toneladas, baixa de 4,5% em relação à temporada anterior e um dos menores desde 2015/16.

A quantidade mundial exportada deve somar 215,36 milhões de toneladas em 2023/24, alta de 0,6% no mês, influenciada pela Ucrânia e Austrália; mas queda de 0,3% na comparação com a temporada passada, com o recuo expressivo na Austrália (-27,3%). Vale ressaltar que a elevação nos embarques argentinos será relevante, podendo somar 10 milhões de toneladas, 113,6% acima dos da safra 2022/23.

PREÇOS DE DERIVADOS 

Em março, tanto os farelos quanto as farinhas se desvalorizaram, devido à baixa demanda atual. Para os farelos, as quedas nos preços médios mensais foram de 6% para o ensacado e de 3,5% no a granel. Para as farinhas, no mesmo período, os recuos mais expressivos ocorreram para os valores da bolacha salgada (-3,9%) e da pré-mistura (-2,5%).

MERCADO EXTERNO 

De fevereiro para março, na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria cederam 4,8%, com a média passando para US$ 221,11/t. A queda do primeiro vencimento na Bolsa de Chicago foi de relevantes7,5% em igual comparativo, com média de US$ 5,4196/bushel (US$199,14/t) para o Soft Red Winter na CBOT. Na Bolsa de Kansas, o primeiro vencimento do trigo Hard Winter caiu 0,6%, para US$ 5,9140/bushel (US$217,30/t).

TRANSAÇÕES EXTERNAS

Segundo dados da Secex, em março, as importações brasileiras de trigo somaram 510,49 mil toneladas, volume19,2% superior ao do mesmo período do ano passado (428,3 mil toneladas). O preço médio do cereal importado foi de US$ 246,28/t FOB origem, queda de 27,4% também no comparativo anual. Já quanto às exportações, o Brasil embarcou 830,2 mil toneladas, contra 646,3 mil toneladas em mar/23.

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Fonte: CEPEA



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS DE MARÇO/2024/CEPEA

Site: Cepea

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