Atualmente, 76% das lavouras de trigo estão em desenvolvimento vegetativo, 20% em floração e 4% em enchimento de grãos. As chuvas, ocorridas nos dias 22 e 23/08, que abrangeram todo o Estado, proporcionaram a reposição de umidade no solo e beneficiaram o desempenho das plantas, além de viabilizarem a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura. No entanto, a massa de ar frio subsequente, especialmente a partir de 25/08, causou a formação de geadas de intensidade variável. A avaliação inicial indica que a maioria das lavouras não sofreu prejuízos, exceto em algumas áreas de baixada, onde a intensidade das geadas foi maior e as plantas estavam em estágios reprodutivos. Uma análise mais detalhada de possíveis perdas será realizada, durante o próximo período, por meio de vistorias técnicas.
Apesar da intercorrência climática, o aspecto geral do trigo no Estado é considerado satisfatório, e as perspectivas de produtividade permanecem favoráveis, desde que se mantenham os períodos de tempo firme alternados com chuvas regulares.
Em termos fitossanitários, os produtores estão ativamente monitorando as lavouras e realizando o controle de pragas e doenças, como oídio, manchas foliares, ferrugem e giberela, nas lavouras em estágios mais avançados. Oídio tem sido a doença mais incidente até o momento, exigindo maior atenção ao controle.
A área cultivada, conforme dados da Emater/RS-Ascar, é de 1.312.488 hectares, e a produtividade prevista está em 3.100 kg/ha.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, aproximadamente 15% das lavouras encontram-se na fase de floração. Apesar da adubação nitrogenada em cobertura e da melhoria das condições climáticas ao longo de agosto, ainda há lavouras com porte reduzido e número limitado de perfilhos. A perda de potencial produtivo não só está diretamente relacionada à escassez de chuvas em julho, mas também é atribuída ao baixo nível de investimento, em algumas áreas, após a frustração da safra de verão, que comprometeu a disponibilidade de recursos dos produtores.
Em São Borja, as lavouras continuam se desenvolvendo bem; contudo, as chuvas regulares de agosto estão aumentando a incidência de doenças, como oídio. Na região da Campanha, a área de trigo é significativamente maior que na da fronteira, e as lavouras ainda estão na fase vegetativa, reagindo bem às aplicações de fertilizantes e herbicidas, realizadas nas semanas anteriores. O clima frio, com geadas pontuais, não tem causado problemas significativos e tem sido considerado positivo para o desenvolvimento normal do ciclo das cultivares. O elevado volume de chuvas no período deixou os produtores em alerta quanto ao risco de doenças, embora, até o momento, as lavouras apresentem excelente sanidade.
Na de Caxias do Sul, a cultura encontra-se na fase de perfilhamento. As chuvas e as temperaturas mais baixas favorecem o estágio atual das lavouras, o que pode aumentar o número de espigas por área, mantendo, assim, a expectativa positiva de rendimento da safra. As práticas culturais em andamento são a adubação nitrogenada e o controle de plantas invasoras, e iniciam-se as pulverizações para o controle e a prevenção de doenças.
Na de Frederico Westphalen, 60% das áreas encontram-se em estádio de desenvolvimento vegetativo, 35% em florescimento e 5% em enchimento de grãos. As lavouras têm sido beneficiadas pela boa disponibilidade de radiação solar nas últimas semanas. A formação de geada leve pode afetar, de forma moderada, a produtividade nas áreas em estádios de desenvolvimento reprodutivo. Quanto ao estado fitossanitário, a ocorrência e a evolução de oídio são preocupantes, mesmo em áreas com aplicações preventivas de fungicidas, levando os agricultores a adotarem estratégias de controle mais intensivas, como a redução do intervalo entre aplicações e a associação de diferentes princípios ativos.
Na de Ijuí, a cultura mantém desenvolvimento adequado, proporcionando a emissão vigorosa e bem expandida da folha bandeira. As lavouras em fase de espigamento apresentam desuniformidade na emissão das espigas em razão da emergência irregular das plantas, causada pelo excesso de chuvas durante o período de semeadura. As plantas em estádios de desenvolvimento mais tardios não mostram sinais de atraso, e as espigas possuem tamanho adequado. Nas lavouras com melhor aspecto visual, o número de espiguetas por espiga está excelente, sem falhas de fecundação. A pressão de doenças fúngicas está menor, embora a presença de oídio ainda exija atenção nas cultivares mais suscetíveis.
Na de Passo Fundo, 48% das áreas estão em perfilhamento; 50%, emborrachamento; e 2%, floração. Quanto ao estado fitossanitário, não há ocorrência de doenças e pragas.
Na de Pelotas, as lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo. Os dias constantemente nublados, sem radiação solar direta, e as chuvas frequentes, combinadas a temperaturas mais amenas durante o dia e baixas à noite, foram altamente desfavoráveis para o crescimento das plantas. Porém, as áreas mantêm bom estado fitossanitário, e o ciclo é considerado normal para o período.
Na de Santa Maria, as lavouras continuam apresentando bom desenvolvimento e condições fitossanitárias satisfatórias. Os dias com temperaturas mais baixas têm favorecido o perfilhamento, e a chuva recente foi fundamental para manter um nível adequado de umidade no solo e o potencial produtivo.
Na de Santa Rosa, 33% das lavouras estão em floração e 4% no início do enchimento de grãos. A maior parte (63%) ainda está em desenvolvimento vegetativo, variando entre as fases de perfilhamento, alongamento e emborrachamento, com a folha bandeira visível. As condições climáticas de boa insolação, temperaturas amenas e chuvas leves beneficiaram o desenvolvimento das lavouras, resultando em plantas de coloração verde intensa e caules vigorosos. No entanto, as geadas podem afetar as lavouras. Inicialmente, não foram observados grandes prejuízos, salvo em áreas mais baixas. Uma avaliação mais precisa somente será possível após a futura ocorrência de chuvas para revelar danos.
Na de Soledade, 55% da cultura está em perfilhamento e 45% em alongamento do colmo. A alta umidade relativa do ar (orvalho, garoa e chuva) e a baixa radiação solar prejudicaram o desempenho vegetativo das lavouras. As condições de umidade e temperaturas amenas favorecem doenças, como manchas foliares e ferrugens, mantendo os produtores em alerta para o monitoramento e controle. Muitos realizam aplicações preventivas, recomendadas assim que surgem os primeiros sintomas.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,47%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 68,81 para R$ 69,13. O produto disponível foi cotado na Bolsa de Cereais de Cruz Alta em R$ 85,00/sc.
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Fonte: EMATER RS