A colheita do trigo chega na fase final, alcançando 77% da área cultivada. Permanecem apenas talhões mais extensos situados em regiões de maior altitude no Nordeste do Estado e as lavouras implantadas no final da janela preferencial de semeadura.

As condições meteorológicas predominantemente estáveis permitiram acelerar a operação. Entretanto, a colheita foi interrompida em alguns momentos de instabilidade, como em 16/11, durante as chuvas intensas, que surpreenderam os produtores em plena atividade.

O desempenho produtivo apresenta forte variabilidade entre regiões e dentro das próprias unidades produtoras como reflexo das expressivas diferenças de manejo e capacidade de investimento; da influência de eventuais episódios de chuvas excessivas que ocasionaram a redução de peso hectolitro (PH); da maior incidência de germinação na espiga; e/ou de danos associados à permanência prolongada de umidade em grãos maduros.

A Emater/RS-Ascar estima a área cultivada de trigo no Estado em 1.141.224 hectares. A produtividade está em 3.261 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste e Campanha, a colheita se aproxima da conclusão, embora ainda haja áreas a serem colhidas na segunda quinzena de novembro devido ao plantio tradicionalmente tardio. Há grande variabilidade de produtividade e qualidade. Em Hulha Negra, parte das lavouras resultaram em médias próximas de 1.500 kg/ha. Em razão do baixo PH e da recente queda nos preços do cereal, alguns produtores têm optado por manter os grãos na propriedade para evitar descontos por qualidade, penalizações por impurezas e custos de frete. Nessas situações, a comercialização tem sido realizada diretamente a produtores de leite, que utilizam o grão com o objetivo de reduzir custos na formulação das dietas das matrizes leiteiras.

Na de Caxias do Sul, a colheita avançou nos municípios de menor altitude; a produtividade média está próxima de 3.600 kg/ha, e o PH acima de 78. Nos Campos de Cima da Serra, a safra está atrasada em pelo menos 10 dias em relação à média histórica; o início de colheita ocorrerá somente após 20/11. As lavouras apresentam bom aspecto fitossanitário e expectativa de rendimento estável.

Na de Erechim, 60% da área foi colhida, evoluindo rapidamente no período. As lavouras registram variabilidade de produtividade, de 3.000 a 4.200 kg/ha, influenciada por doenças de fim de ciclo.

Na de Frederico Westphalen, 90% da área foi colhida; a produtividade média está estimada em 3.400 kg/ha. Observa-se queda gradual de qualidade à medida que a colheita avança, especialmente nas áreas mais tardias, as quais foram submetidas à maior período de precipitações.

Na de Ijuí, cerca de 80% da área foi colhida. Os produtores aguardam condições adequadas de umidade para finalização nas lavouras já maduras. Nas pequenas propriedades, a safra foi finalizada. Os talhões maiores, de plantio escalonado, apresentam ritmos distintos de operação. Nas áreas colhidas após as interrupções por chuva, houve redução do peso hectolitro, especialmente nos materiais que já estavam maduros durante o período chuvoso.

Na de Pelotas, 65% das lavouras foram colhidas. Entre as áreas remanescentes, 7% se encontram em enchimento de grãos e 28% em maturação. As produtividades de referência obtidas até o momento estão em 2.707 kg/ha.

Na de Santa Maria, a colheita avançou de forma acelerada, chegando a 80%. A produtividade média regional segue próxima de 3.000 kg/ha, embora haja variação expressiva entre municípios: em Tupanciretã, situa-se entre 3.300 e 3.600 kg/ha, com grãos de boa qualidade e PH elevado; em Júlio de Castilhos e Santiago, está satisfatório, com PH próximo de 80; e em Restinga Sêca, é de 2.100 kg/ha. Essa variação decorre de diferenças de manejo e da intensidade dos efeitos climáticos ao longo do ciclo.

Na de Santa Rosa, 95% da safra está colhida, devendo encerrar nos próximos dias. A produtividade está ligeiramente abaixo do esperado, influenciada pela redução de investimentos por parte dos produtores e pelas condições ambientais distintas. A maior parte do trigo tipo 1 e tipo 2 foi colhida antes das chuvas, preservando a qualidade dos grãos.

Na de Soledade, 90% da área está colhida, e restam principalmente talhões em altitudes elevadas – em Soledade e Fontoura Xavier – e em áreas de semeadura tardia. A produtividade está bastante variável: lavouras com manejo adequado atingem 3.900 kg/ha, e áreas com menor nível tecnológico, entre 2.400 e 3.000 kg/ha. O PH está majoritariamente superior a 78, e há muitos relatos de índices acima de 80.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, decresceu 3,38% quando comparado à semana anterior, passando de R$ 57,16 para R$ 55,23.

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Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1894

Site: Emater RS

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