A colheita de trigo encontra-se em fase inicial, e 2% das lavouras foram colhidas. Aproximadamente 30% dos cultivos estão em processo de maturação, indicando que a colheita deverá se intensificar a partir da segunda quinzena de outubro. Para a operação, os produtores planejam fazer uso generalizado de desfolhantes para promover uma maturação mais uniforme e possibilitar o plantio de soja em sequência.
As lavouras apresentam uma condição geral satisfatória e desempenho adequado na maior parte do Estado. As chuvas intercaladas com dias ensolarados têm favorecido o desenvolvimento, garantindo a umidade necessária ao solo e promovendo adequado enchimento de grãos, além de maturação uniforme. Os intervalos entre as precipitações têm evitado o molhamento prolongado, o que contribui para a redução do risco de infecções fúngicas. Nas áreas em fase reprodutiva, os grãos estão bem formados, em fase de acúmulo de massa, com bom perfil de plantas e estande adequado. A exceção são as regiões Sul e Campanha, onde a recorrência de chuvas tem dificultado o manejo fitossanitário preventivo, e a Região Noroeste, onde há registros pontuais de danos causados por granizo e ventos fortes.
Em termos gerais, a expectativa para a safra segue positiva, desde que não ocorram incidentes climáticos prejudiciais até o final do ciclo. Os níveis de produtividade projetados permanecem estáveis e, em lavouras localizadas ao Norte, Planalto e Nordeste, há potencial para superar as projeções iniciais.
No manejo cultural, os produtores realizam aplicações de fungicidas para controle da giberela e complementam com fertilizantes foliares para a manutenção da capacidade produtiva.
A área cultivada, conforme dados da Emater/RS-Ascar, é de 1.312.488 hectares, e a produtividade prevista está em 3.100 kg/ha.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, o nível adequado de umidade no solo e a alta disponibilidade de radiação solar, essenciais para a fase de enchimento dos grãos, têm favorecido as lavouras. No entanto, as temperaturas elevadas podem acelerar o ciclo da cultura, antecipando o desenvolvimento. Outro fator que pode impactar as lavouras, é a presença pontual de insetos e doenças; algumas lavouras em fase de maturação apresentam alta incidência de grãos chochos, afetados por brusone e giberela. As espigas afetadas podem ter sua produtividade e qualidade dos grãos reduzidas, e as perdas por doenças não são cobertas por seguro.
Em São Borja, alguns produtores estão acionando o seguro Proagro devido ao acamamento causado por ventos fortes no final de setembro. Na região da Campanha, as lavouras foram novamente impactadas por chuvas intensas em 01/10. Os dias ensolarados, a partir de 02/10, combinado a temperaturas amenas, favoreceu a retomada do desenvolvimento das culturas, que se encontram majoritariamente nas fases de emborrachamento e floração. Contudo, apenas em solos de melhor drenagem e textura arenosa, foi possível o acesso das máquinas para a aplicação de fungicidas a partir de 05/10. A previsão de novos períodos chuvosos causa preocupação quanto à sanidade das lavouras, principalmente em relação ao risco de doenças fúngicas.
Na de Caxias do Sul, as condições climáticas permanecem extremamente favoráveis para o desenvolvimento e para a manutenção da sanidade fitossanitária das lavouras. A ocorrência de chuvas rápidas garantiu a umidade adequada do solo, e o retorno de períodos secos, logo após essas precipitações, reduziu o tempo de permanência de água nas folhas e espigas, minimizando o risco de infecções por patógenos. O estádio fenológico predominante é o de floração, embora ainda existam áreas em fase de espigamento, e outras já em enchimento de grãos. Mantém-se a expectativa de bons rendimentos.
Na de Erechim, a precipitação média de 60 mm garantiu a umidade necessária para a cultura, que se encontra, majoritariamente, em fase reprodutiva. As condições sanitárias são consideradas adequadas, apesar da ocorrência de giberela em alguns pontos. A expectativa de produtividade permanece estável em torno de 3.600 kg/ha.
Na de Frederico Westphalen, aproximadamente 20% das áreas de cultivo estão na fase de florescimento, 70% em enchimento de grãos, e 10% se encontram em maturação. A cultura tem sido amplamente beneficiada pelas condições ambientais favoráveis. Quanto ao manejo, começam os preparativos para o início da colheita, conforme as áreas mais adiantadas se aproximam do ponto ideal de maturação.
Na de Ijuí, a cultura segue se desenvolvendo bem, mesmo com o pequeno aumento de incidência de doenças de espiga. Observa-se um aumento no acamamento das plantas devido às chuvas acompanhadas de ventos moderados. A fase predominante é o enchimento de grãos, e o potencial produtivo está satisfatório até o presente momento. Atualmente, 1% da área foi colhida; 19% estão em fase de maturação; 49% em granação; e 31% em floração. O rendimento obtido nas primeiras áreas está estimado em 3.100 kg/ha.
Na de Passo Fundo, a cultura encontra-se nos estádios de enchimento de grãos (70%) e floração (30%), mantendo bom potencial produtivo. Não há registro de ocorrência significativa de pragas ou doenças.
Na de Pelotas, 46% das lavouras estão em florescimento, 27% em desenvolvimento vegetativo e 27% em enchimento de grãos. As chuvas iniciais da semana ultrapassaram 100 mm, mas o clima mais seco e ensolarado, desde 02/10, favoreceu o desenvolvimento das plantas. Apesar do excesso de chuvas, que geraram preocupações, as lavouras mantêm estado fitossanitário satisfatório, e os fungicidas estão sendo aplicados preventivamente.
Na de Santa Maria, a maior parte das lavouras encontra-se na fase de enchimento de grãos, e 20% em maturação fisiológica. As condições sanitárias são adequadas, mas há preocupação em relação à umidade prolongada no período, que pode favorecer a incidência de doenças fúngicas.
Na de Santa Rosa, 49% encontram-se em enchimento de grãos, e 48% estão em processo de maturação fisiológica. Apenas 3% da área foi colhida, e a produtividade está ligeiramente abaixo da esperada, em 3 mil kg/ha, mas há boa qualidade e PH de 78. No geral, o aspecto sanitário das lavouras está muito bom em decorrência das pulverizações antifúngicas e das condições climáticas propícias. Poucas lavouras não se recuperaram do acamamento após os ventos fortes na última semana de setembro. Os danos causados por granizo foram mínimos. Apenas no município de Santa Rosa, foram observados estragos de maior intensidade, mas afetando apenas algumas lavouras, indicando que não devem impactar a produtividade na região.
Na de Soledade, 5% das áreas iniciaram a maturação; 50% estão em enchimento de grãos; e 45% em floração. A incidência de ferrugens e manchas foliares permanece baixa em lavouras bem manejadas. O tempo firme reduziu a pressão de doenças e permitiu o avanço do ciclo produtivo, mantendo os níveis esperados de produtividade.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, variou negativamente em 0,80%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 67,27 para R$ 66,73. O produto disponível foi cotado na Bolsa de Cereais de Cruz Alta em R$ 80,00/sc.
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Fonte: Emater RS
