As condições climáticas, observadas no período, favoreceram a intensificação da semeadura das lavouras de inverno, especialmente de trigo. Anteriormente, essa atividade havia sido represada devido à concentração dos produtores na conclusão da safra de verão e às condições ambientais adversas (chuvas e excesso de umidade no solo), que limitavam a operação apenas nos terrenos mais secos. Durante o período, houve intensa movimentação de tratores e máquinas semeadoras, visando ampliar a extensão cultivada, considerada em atraso.
Nas áreas implantadas mais precocemente, observa-se boa evolução das lavouras, embora algumas partes apresentem problemas no estande de plantas em razão da semeadura em solo excessivamente úmido, que causou o selamento dos sulcos pela passagem dos discos das semeadoras, agravado pela ausência de chuvas após essa operação.
A área cultivada na safra 2023 no Estado foi de 1.505.807 hectares, e a produtividade foi de 1.751 kg/ha (IBGE). A Emater/RS-Ascar está realizando o levantamento de intenção de plantio para a safra 2024, que deverá ser apresentado nas próximas semanas. Preliminarmente, a tendência observada é de pequena redução, comparativamente à safra anterior. A redução da área de plantio se justifica pelos baixos preços do cereal e pela frustração de produtividade na última safra.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a semeadura iniciou apenas nos municípios de menor altitude, que cultivam menores extensões. Nos Campos de Cima da Serra, onde se localizam os principais produtores do cereal, a semeadura está prevista para julho. A expectativa é que a área cultivada na próxima safra seja menor que na safra anterior em função da frustração na última colheita e da baixa disponibilidade de sementes.
Na de Erechim, a expectativa de plantio é de redução de aproximadamente 10% em relação a 2023. Cerca de 10% da área foi plantada.
Na de Frederico Westphalen, cerca de 25% foram semeados nas últimas duas semanas, em razão das boas condições de umidade do solo, que permitiram qualidade na deposição da semente. No entanto, alguns fatores contribuem para decrescer a área cultivada, pois a erosão e a perda da fertilidade, causadas pelas chuvas excessivas de maio, exigem maiores investimentos em fertilizantes para atender às demandas das culturas e corrigir os níveis de fertilidade.
Além disso, houve redução significativa no cultivo de plantas de cobertura recomendadas em pré-semeadura de trigo em decorrência do estreitamento da janela de plantio, provocado pelo atraso na safra de soja e pela recorrência das precipitações. Em relação ao manejo fitossanitário, algumas áreas em desenvolvimento vegetativo enfrentam ataques de pulgão, que, em muitos casos, estão acima do nível de dano econômico, justificando o controle químico.
Na de Ijuí, o trabalho de semeadura foi intenso. Estima-se que aproximadamente 25% da área foi semeada. Mesmo com a umidade acima do ideal para a operação de plantio, os produtores realizaram a operação devido às previsões de maiores volumes de chuva para a segunda quinzena de junho. A redução da umidade do solo, nas camadas superficiais, foi rápida, mas, a partir de 09/06, tornou-se mais difícil obter uma boa cobertura das sementes nos locais onde o solo estava mais seco e compactado.
Na de Santa Maria, há tendência de diminuição na área de cultivo. Estima-se que cerca de 10% da área tenha sido plantada. As lavouras estão concentradas na parte oeste da região, principalmente entre Tupanciretã, Capão do Cipó, Júlio de Castilhos, Jari e Santiago.
Na de Santa Rosa, a semeadura avançou nas últimas semanas. Contudo, em decorrência da redução da umidade do solo, especialmente na camada superior, os produtores restringiram a semeadura nas áreas mais altas, priorizando as partes baixas do terreno, onde a umidade ainda estava maior, garantindo assim melhor formação do estande de plantas. Estima-se que a semeadura tenha ultrapassado 50% da área a ser cultivada, já atingindo as fases de emergência ou desenvolvimento vegetativo.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 2,18 %, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 65,63 para R$ 67,06.
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Fonte: EMATER/RS