As lavouras de trigo encontram-se em condição satisfatória no RS e desempenho superior nas regiões ao Norte do Estado, onde as condições climáticas são mais propícias. Ao Sul, a situação é menos favorável, uma vez que a recorrência de chuvas na Campanha e no Extremo Sul tem gerado dificuldades no manejo cultural, resultando em adiamentos ou até suspensão de operações, incluindo adubações e pulverizações. Em 20/09, no Planalto Médio, a incidência de ventos fortes provocou o acamamento em algumas lavouras, mas houve uma recuperação quase total dos danos observados.

O ciclo produtivo está em evolução, e 4% das lavouras alcançaram o processo de maturação; 42% estão em fase de enchimento de grãos; 38% em floração; e restam 16% em desenvolvimento vegetativo.

Do ponto de vista fitossanitário, o monitoramento e o controle de doenças, como oídio e ferrugem, têm sido eficazes, e apenas em algumas regiões as lavouras foram afetadas. Nessas fases do ciclo, a atenção está voltada para giberela e brusone, mas apresentam baixa incidência e raras espigas com sintomas visíveis. Os produtores, atentos às previsões climáticas, têm realizado aplicações preventivas de fungicidas antes do início das chuvas. Também foi realizado controle de pulgão, que apresenta baixa incidência, mas prossegue-se o monitoramento. A área cultivada, conforme dados da Emater/RS-Ascar, é de 1.312.488 hectares, e a produtividade prevista está em 3.100 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, as chuvas de volumes suficientes para manter a umidade adequada do solo, sem expor as lavouras a longos períodos de molhamento foliar, contribuiu para o bom desenvolvimento e preservação da sanidade da cultura. No entanto, o retorno da fumaça advinda da Região Amazônica tem limitado a disponibilidade de radiação solar, o que pode impactar o crescimento da cultura na região.

Na Campanha, embora os primeiros dias do período tenham sido predominantemente ensolarados, as chuvas em 19 e 20/09 mantiveram a umidade do solo em níveis elevados. Em Aceguá, há dificuldades de acesso de maquinário às lavouras para efetuar a pulverização de fungicidas, o que pode afetar a sanidade das plantas. A intensa presença de ferrugem e mancha marrom representa um risco significativo ao potencial produtivo. Nas áreas onde as pulverizações foram realizadas, os danos são consideráveis devido à formação de trilhas entre plantas, causada pela passagem dos equipamentos.

Em Candiota e Hulha Negra, a implantação das lavouras ocorreu de forma mais tardia, e o excesso de umidade no solo tem atrasado as operações de controle de plantas daninhas e a aplicação da adubação nitrogenada de cobertura, o que pode comprometer o desenvolvimento.

Na de Caxias do Sul, predominam lavouras em elongação do colmo, uma vez que a maior parte foi semeada na segunda quinzena de julho. As semeadas em junho, que correspondem a apenas 15% do total, encontram-se nas fases de espigamento e floração. Todas apresentam excelente estado nutricional e fitossanitário, evidenciado pela coloração verde intensa, o que indica um elevado potencial produtivo. A precipitação média de 40 mm foi extremamente benéfica para manter essas condições.

Na de Erechim, os cultivos estão no padrão desejado, e as lavouras demonstram alto potencial de rendimento. As condições climáticas têm sido favoráveis para a adequada progressão de fases. Atualmente, 25% das áreas encontram-se na fase de elongação, e 75% já estão nas fases de floração e enchimento de grãos. A expectativa de produtividade permanece estimada em 3.600 kg/ha.

Na de Frederico Westphalen, 5% das áreas encontram-se no estádio vegetativo; 50% em florescimento; 40% em enchimento de grãos; e 5% em maturação. O desenvolvimento é considerado satisfatório, beneficiado pela alta disponibilidade de radiação solar e precipitações moderadas. Contudo, a incidência de oídio, em parte das lavouras, resulta em redução da área foliar, o que pode comprometer o potencial produtivo.

Na de Ijuí, a cultura apresenta excelente desenvolvimento e elevado potencial produtivo. Atualmente, 42% das áreas estão na fase de floração, 37% em formação de grãos, e 4% em maturação. Nas lavouras em fase de enchimento de grãos, observou-se um aumento nos casos de mal-do-pé, especialmente em áreas onde não foi realizada rotação de culturas. Porém, o índice de plantas afetadas permanece muito baixo. As chuvas intensas, acompanhadas de ventos, causaram o acamamento de algumas áreas de trigo. A maioria das plantas conseguiu retomar sua posição ereta, sem danos significativos, exceto em pequenas reboleiras acamadas em áreas de alta densidade, resultantes de sobreposição no plantio.

Na de Passo Fundo, a cultura encontra-se predominantemente nas fases de enchimento de grãos (30%) e floração (70%), com elevado potencial produtivo. Do ponto de vista fitossanitário, não foram observadas ocorrências significativas de doenças ou pragas até o momento, o que contribui para o bom desenvolvimento das lavouras.

Na de Pelotas, 49% estão na fase de florescimento, 47% em desenvolvimento vegetativo, e 4% em enchimento de grãos. O estado fitossanitário das plantas está satisfatório, e o desenvolvimento segue dentro da normalidade para o período. Em resposta às condições climáticas das últimas semanas, os produtores intensificaram o monitoramento de doenças fúngicas. No entanto, as precipitações dificultaram a realização de tratamentos fitossanitários.

Na de Santa Maria, as condições climáticas continuaram favoráveis, e as lavouras apresentam excelente estado fitossanitário; mais de 30% das áreas estão na fase de enchimento de grãos e 3% em fase de maturação. A produtividade estimada permanece em 2.968 kg/ha.

Na de Santa Rosa, 2% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo; 32% em floração; 61% em enchimento de grãos; e 4% em maturação fisiológica. As chuvas recentes favoreceram o enchimento de grãos e a maturação uniforme, e as lavouras demonstram excelente potencial produtivo.

Na de Soledade, 80% das lavouras encontram-se na fase reprodutiva de espigamento/florescimento e enchimento de grãos, quando são definidos componentes importantes para o rendimento, como o número e o peso dos grãos. Observou-se a incidência de oídio em algumas cultivares, com alta severidade em determinados casos. De maneira geral, mesmo nas lavouras afetadas, as plantas mantêm as folhas em bom estado, pois a doença está restrita ao terço inferior da planta, afetando principalmente o colmo e as folhas do baixeiro.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 0,20%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 69,41 para R$ 69,27. O produto disponível foi cotado na Bolsa de Cereais de Cruz Alta em R$ 84,00/sc.

Confira o Informativo Conjuntural n° 1834 Emater/RS completo, clicando aqui!

Fonte: EMATER RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1834

Site: EMATER/RS

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