O clima do período não foi muito favorável para o desenvolvimento das plantas em relação à luminosidade. No entanto, as chuvas contribuíram para a manutenção da umidade do solo. A queda das temperaturas beneficiou o perfilhamento de lavouras em estágio inicial, mas preocupa os produtores com áreas em floração.
A sanidade das lavouras está satisfatória de maneira geral. Há alguma ocorrência de doenças e necessidade de aplicação de fungicidas para controle preventivo. Continua o monitoramento de pragas e doenças. Os produtores realizam adubação nitrogenada em cobertura e aplicação de herbicidas para controle de invasoras nas lavouras semeadas no final do período recomendado, principalmente para controle do azevém.
A área cultivada de trigo, conforme dados da Emater/RS-Ascar, é de 1.312.488 hectares, e a produtividade prevista de 3.100 kg/ha. O desenvolvimento da cultura avançou, e 8% da área está em floração no Estado, mas ainda em menor percentual se comparado a safras anteriores.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, o retorno das chuvas foi extremamente benéfico. Houve atraso na aplicação da adubação nitrogenada em cobertura, o que pode limitar o potencial produtivo de algumas lavouras. Em Itaqui, 80% das áreas em fase de alongamento apresentam poucos perfilhos. Cenário semelhante é observado em Maçambará, onde as lavouras implantadas no início da época de semeadura estão em fase de alongamento, mas com porte baixo, mesmo após a realização da adubação nitrogenada, feita com atraso.
Em Manoel Viana, os produtores aplicam herbicidas e ureia em função do retorno da umidade no solo. Também se nota, como em outros municípios da região, lavouras com porte reduzido como consequência da falta de chuvas e de problemas no manejo do nitrogênio. Como ponto positivo, o clima seco, ao longo de julho, está refletindo na boa sanidade das plantas. Em São Borja, 10% das lavouras estão atingindo a fase de espigamento, 40% em fase de emborrachamento, 40% em alongamento e 10% – últimas lavouras plantadas – em fase de perfilhamento. Em razão da ocorrência de chuvas volumosas, os produtores têm efetuado pulverizações de fungicidas, em especial para proteção de lavouras em ciclo mais adiantado.
Em São Gabriel, as lavouras apresentam coloração amarelada e plantas de porte baixo, o que preocupa os produtores. A expectativa é de que as aplicações de nitrogenados melhorem esses parâmetros. O clima limitou a realização dos tratos culturais nas lavouras de trigo na Campanha. As adubações foram realizadas apenas na segunda-feira, antes da ocorrência das chuvas, e a partir do sábado, nas áreas de melhor drenagem. As lavouras se encontram em boas condições, com perfilhamento adequado em razão das temperaturas baixas. É monitorada a ocorrência de doenças. Foi observada alguma movimentação de produtores realizando plantio de trigo em Hulha Negra, mas a área total deve ser de 1.000 hectares em vez dos 1.600 estimados.
Na de Caxias do Sul, as precipitações, ocorridas durante o período, foram propícias para manter a umidade do solo adequada e para permitir a aplicação da adubação nitrogenada em cobertura. A fase predominante de desenvolvimento das lavouras na região é o perfilhamento. A baixa temperatura tem sido muito benéfica nesse momento, pois proporciona o aumento do número de afilhos por planta. As lavouras apresentam boa sanidade e baixa incidência de pragas.
Na de Erechim, a adequada umidade do solo, decorrente das chuvas, possibilitou a aplicação de adubação nitrogenada em grande parte das lavouras. As áreas estão em fase de desenvolvimento vegetativo, apresentando satisfatórias condições sanitárias e mantendo as expectativas de produção inicial.
Na de Frederico Westphalen, onde há 148.680 hectares cultivados, embora tenha sido afetada pelo clima na fase de emergência, a cultura se recupera e apresenta desenvolvimento satisfatório em razão das condições ambientais dos últimos dias. Cerca de 98% da área se encontra em estádio de desenvolvimento vegetativo – 40% em emergência e perfilhamento e 60% em elongação –, com boas taxas de perfilhamento e de emissão e expansão foliar.
As primeiras áreas semeadas com variedades precoces entraram em desenvolvimento reprodutivo (2%), e os produtores estão preocupados em função da previsão de baixas temperaturas, que podem prejudicar significantemente a produtividade dessas lavouras. Apesar do estado fitossanitário satisfatório, devido ao avanço do desenvolvimento vegetativo, é necessária a intensificação das estratégias de manejo preventivo, principalmente para o controle de doenças, como oídio e manchas foliares, e a aplicação de fungicidas, que é a principal prática neste período.
Na de Ijuí, as áreas mantêm o bom desenvolvimento e o potencial produtivo. Devido ao clima favorável, as plantas se fortaleceram e estão emitindo raízes e colmos novos e folhas robustas. Aproximadamente 40% das lavouras estão em início da elongação do colmo, aumentando o tamanho das plantas. Algumas áreas apresentam floração. Os produtores deram prosseguimento aos tratos culturais. É necessária a aplicação de fungicidas, pois há presença de oídio e ferrugem nas cultivares mais suscetíveis e nas lavouras implantadas no início do período de semeadura.
Na de Passo Fundo, metade da área está em desenvolvimento vegetativo e metade em afilhamento. O estado fitossanitário da cultura está adequado. As baixas temperaturas favorecem o desenvolvimento da cultura na fase inicial. A comercialização da safra passada está praticamente concluída.
Na de Pelotas, a cultura está em desenvolvimento vegetativo. De 04 a 10/08, houve altos volumes acumulados de precipitações, temperaturas mais baixas e predominância de dias encobertos, que não favoreceram o desenvolvimento vegetativo do trigo. O estado fitossanitário das plantas está bom, e o desenvolvimento normal para o período.
Na de Santa Maria, 6% das lavouras estão na fase de floração, e as primeiras lavouras implantadas iniciam a fase de enchimento de grão. Em Tupanciretã, há ocorrência de oídio em cultivares suscetíveis. No Vale do Jaguari, o desenvolvimento das plantas ocorre de forma mais lenta, pois houve deficiência hídrica principalmente durante o mês de julho.
Na de Santa Rosa, a alta umidade do ar e a baixa luminosidade até sábado (10/08), quando o sol voltou a brilhar, foram condições propícias para a evolução da incidência de oídio, especialmente nas lavouras plantadas no cedo e nas com variedades mais suscetíveis. A partir do domingo (11/08), os agricultores aproveitaram o clima seco para realizar a aplicação de fungicidas; alguns triticultores de Tuparendi efetuaram o controle do oídio com calda sulfocálcica, obtendo bons resultados há mais de três anos.
A área plantada nesta safra atingiu 290.705 hectares. As primeiras lavouras de trigo semeadas em maio estão entrando em floração, o que corresponde a cerca de 4% da área. As demais lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, na fase de perfilhamento ou de alongamento, com aparecimento da folha bandeira.
Os produtores estão preocupados com as geadas nas lavouras em fase de espigamento, pois poderão ocorrer danos na formação do grão durante a fase de florescimento. Porém, a avaliação de dano somente é possível quando essas lavouras entrarem em processo de maturação. Estão em andamento o controle de ervas daninhas, a adubação em cobertura e as pulverizações com fungicidas para controle do oídio.
Nas lavouras semeadas no início do período, por estarem em fase de emborrachamento e espigamento/florescimento, os trabalhos se concentram nas pulverizações com fungicidas para controle de ferrugem do colmo e da folha e para controle de giberela na espiga. Ataques de pulgão foram observados em algumas lavouras; sua incidência é baixa, mas exige controle. O aspecto visual das lavouras é considerado bom, assim como a perspectiva de produtividade.
Na de Soledade, a alta umidade relativa do ar (nevoeiros, garoa e chuva) e a ausência de radiação solar no período beneficiaram o aumento da pressão de doenças foliares, como manchas, e desaceleraram o desempenho vegetativo da cultura, mas sem causar grandes impactos em áreas bem manejadas tecnologicamente. Entretanto, a chuva, considerada de bons volumes para a época, manteve a umidade do solo em teores adequados, melhorando a eficiência dos tratos culturais, como adubações nitrogenadas em cobertura e tratamentos fitossanitários.
O retorno da radiação solar plena no domingo e o frio persistente são condições climáticas benéficas para o trigo nessa fase, pois fortalece o perfilhamento e a sanidade. Prosseguem os tratamentos fitossanitários preventivos e curativos para doenças foliares, e estão em finalização as adubações em cobertura. Estão em pleno perfilhamento 80% das lavouras, e o restante em fase de pré-perfilhamento.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,29%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 68,80 para R$ 69,00. O produto disponível foi cotado na Bolsa de Cereais de Cruz Alta em R$ 87,00/sc.
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Fonte: EMATER/RS