As culturas de invernos estão sendo retiradas do campo e o período de semeadura da soja se aproxima, sendo essa a principal cultura de verão cultivada em território brasileiro. Entretanto, algumas dúvidas começam a surgir nesse período pré-semeadura, tais como comprar semente tratada ou tratar a semente na fazenda (tratamento on Farm)?
Ambas as formas de tratamento de sementes apresentam pontos positivos e negativos, entretanto, o tratamento on Farm apresenta difícil quantificação da quantidade de princípio ativo empregado em cada semente tratada, além de proporcionar maior desuniformidade na cobertura das sementes a maior manipulação de defensivos, podendo aumentar os riscos de intoxicação por parte dos operadores.
Já o tratamento de sementes industrial (TSI) além de proporcionar maior uniformidade na cobertura de sementes, proporciona maior comodidade ao agricultor, diminuindo o contato de colaboradores com defensivos.
Figura 1. A esquerda TSI (figura a), a direita tratamento on Farm (figura b).
Além da maior uniformidade de cobertura e deposição de princípios ativos no TSI, o Professor Marcelo Madalosso destaca que o tratamento industrial reduz os danos mecânicos nas sementes de soja, e proporciona maior proteção às sementes contra fungos e patógenos do solo. Conforme destacado por Madalosso, a desuniformidade de cobertura do tratamento de sementes on Farm pode conferir portas de entrada de patógenos na semente, á infectando e resultando até mesmo na redução do estande de plantas. Além disso, a má distribuição dos princípios ativos sobre o tegumento da semente resulta em perdas econômicas uma vez que há certo gasto na aquisição dos produtos e esses produtos não estão sendo empregados como deveriam na cobertura das sementes.
Há também outros benefícios do TSI, tais como a utilização de polímeros que conferem maior uniformidade de cobertura das sementes melhorando o tratamento de sementes. Além de defensivos, o TSI pode ser oferecido com um pacote de outros produtos como micronutrientes, enraizadores ou até mesmo o inoculante e/ou coinoculante para sementes de soja.
Entretanto, cabe destacar que quando adquiridas as sementes já inoculadas ou coinoculadas, deve-se dar atenção especial para o transporte a armazenamento dessas sementes, sendo que condições de altas temperaturas e umidade inadequada podem comprometer a sobrevivência das bactérias inoculadas resultando na ineficiência dos processos de simbiose a associação dessas bactérias com a planta de soja.
Quando realizada a inoculação e/ou coinoculação das sementas a nível de fazenda e utilizados inoculantes turfosos, deve-se acrescentar solução adesiva no processo de inoculação para promover a maior adesão do inoculante nas sementes. Sendo incorreto segundo Prando et al. (2019) a adição de inoculante turfoso diretamente na caixa de sementes da semeadora. Os autores destacam que o procedimento correto para promover melhor adesão do inoculante nas sementes é preparar uma solução açucarada a 10% e usar 200 a 300 mL.50 kg-1 de sementes para umedecer e dar aderência; na sequência, adicionar o inoculante turfoso, misturar bem e deixar as sementes secarem à sombra, antes de abastecer a semeadora (Prando et al., 2019).
Veja também: Inoculação e coinoculação da soja: Uma prática essencial na rentabilidade e sustentabilidade do cultivo
Confira o vídeo abaixo com as dicas do professor Marcelo Madalosso e veja as vantagens de usar o TSI.