A Valorização do Dólar nos últimos meses influenciou nas negociações de exportação de soja em Mato Grosso. O produtor rural do estado nunca havia visto o preço da soja acima de R$ 100,00/sc, por exemplo.
Ademais, por mais “estranho” que pareça, este preço até há pouco tempo estava muito baixo para o mercado externo, que paga em dólar pela oleaginosa. Assim, do lado da exportação, os preços ofertados agradaram ao produtor. Além disso, o momento é “disputa” pela soja restante no estado, que está influenciando a alta nos preços internamente.
A maior demanda e a valorização dos subprodutos estão motivando a indústria do estado a processar mais soja, por isso também estão ofertando maiores preços ao produtor. Esta “concorrência” é boa para o agricultor, e uma consequência disso já pode ser percebida: já existem relatos de negócios fechados para a soja da safra 21/22 em Mato Grosso.
Confira agora os principais destaques do boletim:
• A demanda interna aquecida sustentou os preços do Indicador Imea-MT na última semana, que ficou cotado a R$ 104,14/sc na média, alta de 0,52%.
• Na CME-Group os contratos futuros recuaram na semana anterior, influenciados pelo “mercado climático” e pela possível piora na relação EUA x China.
• O Prêmio corrente em Santos-SP registrou alta de 11,50%, fechando a semana a US$ 1,40/bu. Volumes de soja acima do percebido no ano passado para as primeiras semanas de julho continuam a ser escoados para fora do país.
• Já a margem de esmagamento (Relação Soja/farelo e óleo) aumentou 11,10% na última semana, devido à valorização dos subprodutos.
Custo em alta:
O Imea divulgou novos dados sobre o custo de produção. O custo operacional estimado para a safra 20/21 ficou em R$ 3.597,37/ha, aumento de 0,65% em relação ao mês passado, apontando a 6ª alta seguida da estimativa. Grande parte disso se deve às despesas de custeio, em que estão os fertilizantes e defensivos agrícolas.
Como são insumos que possuem cotação atrelada ao dólar, os seus preços ficam suscetíveis à variação cambial, que chegou a seu ápice em mai/20. Para se ter ideia, estima-se para o próximo ano que o dólar se mantenha próximo de R$ 5,00/US$ (Bacen), principalmente devido à aversão ao risco mundial. Sendo assim, o produtor pode conviver com patamares altos do custo por mais tempo.
A boa notícia é que o dólar afeta diretamente o preço da soja, o que pode compensar esta alta nos custos. Porém, vale salientar que as negociações do grão e dos insumos precisam estar “casadas” para que o produtor não fique tão exposto ao risco cambial.
Fonte: Imea