A semeadura é um dos principais processos no cultivo da soja, sendo essencial uma boa semeadura para garantir um bom estabelecimento da lavoura e adequado estande de plantas. Além de cuidados como a escolha da cultivar, época de semeadura e a aquisição de sementes de boa qualidade fisiológica, sanitária, física e genética, a execução do processo de semeadura é de fundamental importância.
Segundo Castela Junior et al. (2014), vários fatores podem interferir na qualidade do processo de semeadura da soja, sendo um dos principais a velocidade de semeadura. Embora com o avanço tecnológico as semeadoras modernas possibilitem maior velocidade de trabalho e uniformidade de distribuição de sementes, quando realizado o processo de semeadura em velocidades incompatíveis com as estabelecidas pela fabricante para o melhor desempenho da semeadora, má distribuição longitudinal de sementes pode ser observada.
Conforme observado por Correia et al. (2020), a má distribuição longitudinal de sementes pode implicar em redução do número de espaçamentos aceitáveis, aumento do número de espaçamentos falhos (falhas) e aumento do número de espaçamentos duplos (duplas ou multiplos), resultando em redução do estande de plantas e impactando a produtividade da soja.
Figura 1. Regularidade de distribuição de sementes de soja em sistema plantio direto, em função da velocidade de semeadura.
Embora, assim como observado por Tiesen et al. (2016) as diferentes velocidades de semeadura da soja não tenham afetado o estabelecimento da cultura, componentes de produtividade como a massa de mil grãos e a própria produtividade foram afetadas.
Figura 2. Massa de mil grãos de soja em função da velocidade de semeadura.
Figura 3. Produtividade de soja em função da velocidade de semeadura.
Chaves (2015), assim como Tiesen et al. (2016), encontrou resultados que demonstram a redução da produtividade da soja em função do aumento da velocidade de semeadura, enfatizando a importância do processo de semeadura na produtividade final da cultura.
Com relação a distribuição de sementes, embora novas tecnologias permitam melhores condições de distribuição; conforme destacado por Jasper et al. (2011), é notório que o aumento da velocidade de semeadura pode reduzir o número de espaçamentos aceitáveis, aumentando o número de espaçamentos duplos ou múltiplos (Jasper et al., 2011); assim como falhas (Correa et al., 2020), sendo fundamental definir uma velocidade de semeadura que atenda as recomendações do fabricante da semeadora, visando evitar má distribuição de sementes e alteração no estande de plantas.
Veja também: Vigor de sementes X Produtividade de Soja
Referências:
CASTELA JUNIOR, M. A. et al. INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DA SEMEADORA NA SEMEADURA DIRETA DA SOJA. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Goiânia, v.10, n.19; p. 2014.
CHAVES, R. G. SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO E VELOCIDADE DE SEMEADURA DA SOJA. UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS, 2015.
CORREIA, T. P. S. et al. SEMEADURA DA SOJA EM FUNÇÃO DE MACANISMOS DOSADORES E VELOCIDADE OPERACIONAL. Energia na Agricultura, Botucatu, v. 35, n. 2, p. 190-198, abril-junho, 2020.
GAZEL, K. L. et al. REGULARIDADE DE DISTRIBUIÇÃO EM DIFERENTES VELOCIDADES DE SEMEADURA DE SOJA EM SISTEMA PLANTIO DIRETO. Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC’2017, 2017.
JASPER, R. et al. VELOCIDADE DE SEMEADURA DA SOJA. Eng. Agríc., Jaboticabal, v.31, n.1, p.102-110, jan./fev. 2011.
TIESEN, C. M. A. et al. INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE SEMEADURA NO CULTIVO DA SOJA. Sci. Elec. Arch. Nov. 2016.
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