Uma semente de qualidade deve conter algumas características que as distinguem dos grãos. Alguns atributos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários são necessários para atestar a qualidade de uma semente e classifica-la. Os cuidados abrangem a escolha do material genético utilizado, área de cultivo, manejo da cultura, colheita, beneficiamento, transporte, armazenagem e venda do produto.
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Seguidos todos os cuidados na produção da semente, é preciso atestar sua qualidade, mas como fazer isso?
Para isso, alguns testes devem ser realizados com o intuído de quantificar e monitorar parâmetros qualitativos dos lotes de sementes. Os testes mais realizados são: teste de germinação, teste de vigor, umidade, tetrazólio, pureza física e varietal, Peso de mil sementes (PMS) e emergência.
Mas quando devo realizar esses testes?
Estes testes precisam ser realizados em diferentes momentos a fim de monitorar a qualidade das sementes e diminuir sua deterioração, sendo muitas vezes repetidos em diferentes momentos, veja abaixo os momentos aconselhados para realização dos testes.
1° pré-colheita,
2° colheita,
3° recepção,
4° secagem,
5° beneficiamento,
6° armazenamento,
7° tratamento de sementes
8° pré-expedição.
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Pré-colheita
Durante o período de pré-colheita, é importante avaliar a umidade das sementes, os danos causados por percevejo e as sementes esverdeadas. A umidade pode ser avaliada por um medidor de umidade portátil ou em laboratório. Esse parâmetro é muito importante para definir o momento de colheita, diminuindo danos físicos externos e internos nas sementes. Segundo FRANÇA-NETO et. al, (2007), as sementes são normalmente colhidas quando apresentam pela primeira vez umidade de 15%, isso diminui os riscos de perda de germinação, vigor e o ataque por fungos. Também na pré-colheita é aconselhado a realização do teste de tetrazólio em algumas amostras de sementes, esse teste além de permitir diagnosticar danos mecânicos e deterioração por umidade, permite também observar danos causados por percevejos, sendo ferramenta para auxiliar na separação entre lotes.
Colheita
Durante o momento de colheita, o teste mais importante de ser realizado é o de umidade das sementes, esse teste é responsável por determinar o destino do lote (secagem ou beneficiamento), contudo, é interessante também avaliar danos mecânicos, os quais além do teste de tetrazólio, podem ser avaliados com a utilização de peneiras de diferentes tamanhos a fim de visualizar fragmentos de sementes. Essa avaliação é importante pois auxilia na regulagem da colhedora. Durante o processo de colheita deve-se ter atenção redobrada para que não haja mistura varietal entre os lotes.
Recepção
Durante a recepção das sementes, deve-se avaliar novamente a umidade, a deterioração por umidade, danos mecânicos, e sementes esverdeadas. Essas avaliações irão destinar o lote a secagem e/ou beneficiamento. Sempre lembrando que é importante atentar para não haver mistura varietal!
Secagem
Durante o processo de secagem, novamente deve-se avaliar a umidade e a temperatura da massa de sementes, a fim de controlar a umidade e não causar danos ao embrião. Danos mecânicos devem ser observados para posterior separação das sementes no beneficiamento.
Beneficiamento
Durante o beneficiamento deve-se monitorar a umidade da massa de sementes, danos mecânicos, além de avaliar germinação, Pureza física e varietal, emergência, integridade genética, peso de mil sementes (PMS) e realizar os testes de tetrazólio e envelhecimento acelerado para caracterizar os lotes com base nos parâmetros e metodologias atribuídas pelo Boletim de Análise de Sementes.
Armazenamento
Durante o processo de armazenamento é importante monitorar a germinação e emergência de plântulas, além de realizar o teste de tratazólio para avaliar a deterioração das sementes por umidade. Esses testes servem de base para determinar o tempo de armazenagem e perda de qualidade do lote ao longo do tempo, auxiliando na tomada de decisão de qual lote vender primeiro.
Após TSI
Após o Tratamento de Sementes Industrial (TSI), deve-se realizar o teste visual do TSI observando se houve boa e uniforme cobertura das sementes. Também é aconselhado a realização do teste de emergência de plântulas para verificar se os valores observados conferem com os valores obtidos anteriormente, sem a interferência do TSI.
Pré-expedição
Por fim, na pré-expedição deve-se realizar os testes de germinação e vigor para determinar se lote armazenado ainda contém as características exigidas pela legislação para comercialização.
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Referências:
FRANÇA-NETO et. al,. TECNOLOGIA DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA DE ALTA QUALIDADE – SÉRIE SEMENTES. Embrapa, Circular Tecnica n. 40, Londrina, PR, mar. 2007.
FRANÇA-NETO et. al,.TECNOLOGIA DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA DE ALTA QUALIDADE. Informativo Abrates, v.20, n.3, 2010.
PEREIRA et. al., DESEMPENHO DE SEMENTES DE SOJA TRATADAS COM FUNGICIDAS E PELICULIZADAS DURANTE O ARMAZENAMENTO. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 31, n. 3, p. 656-665, 2007.
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Redação: Maurício Siqueira dos Santos – Eng. Agrônomo.
