A água desempenha um papel crucial no desenvolvimento e crescimento das plantas, sendo frequentemente o fator limitante da produtividade agrícola. Aproximadamente 90% da massa da planta é formada de água, havendo variação de acordo com o estágio de desenvolvimento.

Após a absorção pela planta, a maior parte da água (97%) é perdida através da transpiração, enquanto apenas uma pequena fração é destinada ao crescimento (2%) e aos processos metabólicos essenciais, como a fotossíntese (1%) (Taiz et al., 2017).

O consumo de água necessário para o desenvolvimento e crescimento do milho está diretamente relacionado à interceptação de radiação, influenciada pelo Índice de Área Foliar (IAF) em cada fase fenológica. Na média o consumo de um híbrido com duração de 120 dias é de entre 439 e 534mm de água, sendo o período que se estende desde o pendoamento até enchimento de grãos (VT até R3) onde ocorre a maior demanda de água da cultura (Tabela 1).

Tabela 1. Consumo da água (estimado pela evapotranspiração de referência e Kc) de milho com duração de 120 dias durante o período de 2012 a 2020.
Fonte: Sistema Irriga®

Apesar da elevada necessidade de água durante seu ciclo, o milho se destaca por apresentar uma alta eficiência no uso da água em comparação com outras culturas agrícolas, produzindo uma quantidade considerável de matéria seca por unidade de água absorvida.

Um estudo realizado em 173 lavouras na região sul do Brasil, buscando altas produtividades (18,5 t ha⁻¹), demonstrou a necessidade de um volume de água superior a 1000 mm para alcançar uma produção de 20,9 kg de grão ha-1 mm-1 de água utilizada, considerando a água disponível no solo no momento da semeadura mais a precipitação e a irrigação ao longo do ciclo de cultivo (Figura 1).

Figura 1. Relação entre a produtividade de grãos e suprimento de água em sistemas de cultivo de milho irrigado (azul) e sequeiro (amarelo). A linha sólida preta representa a função limite.
Fonte: Equipe FieldCrops, Grupo Agros e Sistema Irriga®


Referências Bibliográficas.

Taiz, L. et al. FISIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. Porto Alegre: Artmed, ed. 6, 2017.

Pilecco, I. B. et. al. ECOFISIOLOGIA DO MILHO VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 2, 2024.



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