A cotação do milho em Chicago, para o primeiro mês cotado (que agora passou a ser julho), se manteve estável, com viés de alta, nesta semana. O fechamento desta quinta-feira (16) ficou em US$ 4,57/bushel, contra US$ 4,42 uma semana antes.
O relatório do USDA, do dia 10, trouxe as primeiras projeções de safra para o ano 2024/25. Os principais dados foram:
1) a produção dos EUA fica projetada em 377,5 milhões de toneladas, contra 389,7 milhões nesta última colheita;
2) mesmo assim, os estoques finais estadunidenses, do cereal, aumentariam para 53,4 milhões de toneladas, após a estimativa de 51,4 milhões no corrente ano comercial;
3) o preço médio aos produtores estadunidenses de milho ficaria em US$ 4,40/bushel, contra a estimativa de US$ 4,65 para 2023/24;
4) a produção mundial de milho somaria 1,22 bilhão de toneladas, contra 1,23 bilhão estimada para o corrente ano comercial;
5) já os estoques finais mundiais chegariam a 312,3 milhões de toneladas, contra 313,1
milhões em 2023/24;
6) a produção brasileira e argentina de milho está projetada, respectivamente, em 127
e 51 milhões de toneladas para 2024/25;
7) e as exportações brasileiras de milho, no novo ano comercial, chegariam a 49
milhões de toneladas.
Dito isso, até o dia 12/05 os EUA haviam semeado 49% da área esperada de milho, contra 54% na média histórica. Na mesma data, 23% das lavouras já estavam germinando, contra 21% na média.
Em relação às exportações, na semana encerrada em 09/05, os EUA embarcaram 937.729 toneladas do cereal, ficando dentro das expectativas do mercado. Com isso, os embarques totais, no atual ano comercial, atingiram a 33,9 milhões de toneladas, ou seja, 30% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.
Já no Brasil, os preços do cereal voltaram a subir no Rio Grande do Sul, diante das perdas provocadas pelas enchentes, porém, se mantiveram relativamente estáveis no restante do país, embora o viés seja de alta. A registrar o fato de que no porto de Santos o produto voltou à casa dos R$ 60,00/saco. Assim, a média gaúcha fechou a semana em R$ 56,26/saco, enquanto as principais praças locais trabalharam com R$ 55,00. No restante do país, os preços do milho oscilaram entre R$ 36,00 e R$ 56,00/saco.
E pelo lado das exportações brasileiras de milho, a Secex indicou que, até a segunda semana de maio, o país embarcou 96.650 toneladas de milho, sendo este volume 25,1% do total exportado pelo país em todo o mês de maio do ano passado. A média diária de embarques, no período, ficou em recuo de 21,1% sobre maio do ano passado.
Estes números vão confirmando a tendência de que o Brasil irá exportar bem menos milho do que no ano passado. Para a Céleres Consultoria o volume do corrente ano ficaria entre 45 e 46 milhões de toneladas, porém, há analistas apontando a possibilidade de o número final ficar bem abaixo disso, ao redor de 25 a 30 milhões de toneladas.
Por sua vez, a Conab, em seu informativo de maio, indicou que a segunda safra de milho está com 14,1% das lavouras em maturação e 58,9% em enchimento de grãos.
Há problemas climáticos no Paraná e Mato Grosso do Sul. Segundo o órgão público, a colheita da safra de verão ainda teria 32% da área para ser colhida no país.
Especificamente no Paraná, o Deral confirma os prejuízos climáticos, apontando que 29% das lavouras da safrinha local estão em condições médias e 14% ruins, sendo que 16% do total estão em maturação. Além do Centro-Oeste, também no Paraná as primeiras lavouras da safrinha iniciaram a colheita neste momento.
E no Mato Grosso, segundo o Imea, a comercialização do milho segunda safra continua atrasada “tanto para a safra passada 2022/23, quanto para o ciclo atual 2023/24 e para a próxima temporada 2024/25”. No final de abril, 97% da safra passada havia sido vendida, mesmo com um aumento de 5,08% no preço médio do produto. Já para o milho da safra 2023/24 havia sido negociado 33,3% do total estimado para a produção, contra 61,9% registrado na média para esta data. Enfim, as vendas relativas à futura safra atingiam a apenas 1,6% da produção esperada.
E no Mato Grosso do Sul, segundo a Famasul, 59% das lavouras da safrinha estão em boas condições, 19,6% regulares e 21,3% em condições ruins. Com isso, as estimativas de plantio são de 2,2 milhões de hectares, ou seja, 5,8% a menos do que no ano anterior, com uma produtividade média de 86,3 sacos por hectare, isto é, 14,2% ab ixo do registrado no ano anterior, e uma produção final de 11,4 milhões de toneladas, o que significa 19,2% abaixo do colhido em 2023.
Autor/Fonte: CEEMA UNIJUÍ – Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)
(1) Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).
Autor:CEEMA UNIJUÍ – Prof. Dr. Argemiro Luís Brum