Um dos principais manejo de uma lavoura é o manejo de plantas daninhas, o objetivo é eliminar a competição de plantas daninhas com plantas cultivadas por água, nutrientes e radiação solar, diminuindo perdas de produtividade e qualidade decorrentes dessa competição.
Em vídeo, o Professor da Universidade Federal do Paraná e Pesquisador do grupo Supra Pesquisas Alfredo Albrecht chama atenção para “a relevância do manejo de plantas daninhas no sistema produtivo”. Segundo Alfredo, é fundamental o manejo de plantas daninhas também nas janelas de produção e períodos entressafra a cultura da soja, independente do cultivo, seja no cultivo do trigo ou mesmo no milho safrinha, ambos após o cultivo da soja, é imprescindível o correto manejo de plantas daninhas.
Albrecht destaca a importância de culturas de inverno no manejo de plantas daninhas, visto que os cultivos de inverno, especialmente quando gramíneas, possibilitam o controle de plantas daninhas que as vezes não são fáceis de controlar sem causar danos nas culturas de verão, principalmente por possibilitar o uso de diferentes herbicidas.
No entanto é necessário alguns cuidados para o controle de plantas daninhas mesmo em cultivos de inverno. Independente da finalidade do cultivo (cobertura do solo ou produção de grãos), Alfredo destaca que deve-se “entrar com a lavoura no limpo”, pois as plantas daninhas que venham a emergir junto ou após a cultura de inverno apresentam controle mais facilitado em decorrência do curto período de desenvolvimento e porte. Já caso haja presença de plantas daninhas na implantação da cultura de inverno, o manejo e controle dessas plantas se torna mais dificultoso, principalmente pelo elevado desenvolvimento e porte.
Albrecht chama atenção para o senário futuro do manejo de plantas daninhas e a importância do correto manejo e rotação de culturas. Segundo ele, “nos próximos anos, terão alguns novos produtos, mas basicamente combinações de moléculas já existentes”, a perspectiva é que raramente venham a surgir novas moléculas ou mecanismos de ação com potencial uso no controle de plantas daninhas.
Figura 1. Alfredo Albrecht explica a importância do manejo de plantas daninhas e as perspectivas quanto ao surgimento de novas moléculas ou mecanismos de ação.
Contudo Albrecht destaca o surgimento de novas ferramentas e/ou tecnologias que podem auxiliar na produção agrícola, tais como o surgimento da soja Xtend®, EnlistTM, entre outras, no entanto, destaca que a curto prazo não teremos “novos mecanismos de ação”, salientando a importância do correto manejo de plantas daninhas, especialmente visando não perder a eficiência dos produtos já existentes.
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Atualmente, no Brasil, tem-se conhecimento de 10 espécies de plantas daninhas que apresentam resistência isolada ao glifosato e 8 com resistência múltipla (figura 2). O glifosato é o herbicida mais utilizado no controle de plantas daninhas no cultivo da soja com a tecnologia RR e é fundamental não só para manter a eficiência do glifosato mas também para outros herbicidas, que o manejo de plantas daninhas seja realizado corretamente, especialmente para evitar novos casos de resistência.
Figura 2. Plantas daninhas com resistência isolada e múltipla ao Glifosato.
Confira o vídeo abaixo onde o Professor Alfredo Albrecht aborda a Relevância do manejo de plantas daninhas.
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Referências:
ADEGAS, F. PALESTRA ONLINE – PLANTAS DANINHAS RESISTENTES: SITUAÇÃO ATUAL E MANEJO. Embrapa – Radar da Tecnologia Soja. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-HPHU1wHWfE> acesso em: 28/05/2020.
Sobre o autor: Maurício Siqueira dos Santos, Engenheiro Agrônomo formado pela UFSM. Atualmente Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da UFSM e Integrante da Equipe Mais Soja.