Por Argemiro Luís Brum

As cotações do milho, em Chicago, neste final de novembro, recuaram. Com o feriado nacional estadunidense nesta quinta-feira (28), tomamos como referência o fechamento do dia 27/11, o qual ficou, para o primeiro mês cotado, em US$ 4,15/bushel, contra US$ 4,26 uma semana antes. Lembrando que o melhor momento do mês foi no dia 08/11 quando o bushel alcançou US$ 4,31.

No Brasil, os preços estabilizaram. As altas foram interrompidas já na semana anterior, diante de uma redução na demanda local e a entrada de triguilho no mercado. Assim, os preços no país estabilizaram entre R$ 55,00 e R$ 71,00/saco, sendo que a média semanal gaúcha ficou em R$ 68,17/saco. Mesmo assim, em relação ao ano passado, nesta mesma época, tais preços estão entre 20% a 57% mais elevados, conforme a região do país.

Há casos ainda melhores, como no Mato Grosso, onde o milho disponível alcança valores de R$ 57,17/saco, ou seja, 62% acima do registrado no mesmo período do ano passado (cf. Imea). A entrada do triguilho (trigo de qualidade ração), após uma safra nacional parcialmente frustrada deste cereal, pressiona para baixo os preços do milho.

Enquanto isso, o plantio da safra de verão de milho atingia a 59% da área esperada no país, segundo a Conab, havendo problemas climáticos (falta de chuva suficiente) em muitas regiões do Rio Grande do Sul. Os estados mais adiantados na semeadura de verão são Paraná (99%), Santa Catarina (98%), São Paulo (90%), Rio Grande do Sul (85%), Minas Gerais (65,8%), Goiás (41%), Bahia (25%) e Piauí (2%).

É importante destacar que, repetindo anos passados, há forte diferença entre as estatísticas oficiais (Conab) e as privadas sobre o caminhar do plantio. Tanto é verdade que, para determinado analista privado, o plantio do milho verão, no Centro-Sul brasileiro, teria chegado a 93% no final da semana anterior (cf. AgRural). Uma explicação pode estar no fato de que a Conab considera também o plantio do Norte/Nordeste, enquanto a iniciativa privada destaca apenas o Centro-Sul nacional.

Pelo levantamento da Conab, as lavouras de verão já semeadas apresentavam 12,3% das áreas em fase de emergência, 66,1% avançaram para desenvolvimento vegetativo, 18,2% estavam em floração e 3,4% já chegaram ao enchimento de grãos.

Enfim, segundo a Secex, nos primeiros 14 dias úteis de novembro o Brasil exportou 3,46 milhões de toneladas de milho, o que representa uma média diária 33,2% abaixo da média de todo o mês de novembro do ano passado. Nesse ritmo, o país deve fechar o ano com 38 milhões de toneladas de milho exportadas, contra mais de 50 milhões no ano anterior. O preço médio pago pela tonelada do milho brasileiro recuou 7,2%, em relação a novembro de 2023, ficando em US$ 210,30.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Informativo CEEMA UNIJUÍ

Site: Dr. Argemiro Luís Brum/CEEMA-UNIJUÍ

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