As cotações do milho continuaram em alta em fevereiro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, com avanços mais significativos a partir de meados do mês. Os aumentos estiveram atrelados à demanda elevada ao mesmo tempo em que vendedores reduziram a oferta – esses produtores passaram a priorizar entregas dos lotes negociados antecipadamente, sobretudo os de soja, visto que a oferta da oleaginosa estava mais alta devido ao avanço da colheita.

Com os lotes de soja para serem entregues, demandantes também enfrentaram menor disponibilidade de fretes e preço elevado de transporte. Atentos a esse cenário, compradores de milho aumentaram os valores de aquisição, sobretudo no caso de lotes mais próximos da unidade de consumo.

Além disso, as preocupações relacionadas a atrasos da colheita da safra verão e da semeadura da segunda temporada, sobretudo no Centro-Oeste brasileiro, mantiveram vendedores afastados dos negócios no mercado spot, à espera de novas valorizações.

Com isso, no acumulado de fevereiro (de 31 de janeiro a 28 de fevereiro), os preços de balcão (pago ao produtor) e de lotes (negociações entre empresas) subiram fortes 7,7% e 9,1%, respectivamente. Especificamente na região consumidora de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa acumulou alta expressiva de 16,7% em fevereiro, fechando a R$ 87,49/saca de 60 quilos no dia 28. A média do Indicador no mês, de R$ 80,76/sc de 60 kg, é 8,9% maior que a de janeiro.

Na B3, de 31 de janeiro a 28 de fevereiro, o contrato Mar/25 subiu 15%, fechando a R$ 86,7/sc no dia 28, e o contrato Maio/25 avançou 9%, indo para R$ 82,43/sc.

ESTIMATIVAS – Conforme relatório divulgado pela Conab no dia 13, a produção brasileira da safra 2024/25 deve totalizar 122,01 milhões de toneladas, 5,5% acima da verificada na temporada anterior, com recuperação da primeira e da segunda safras.

Para a primeira safra, apesar da redução na área, o aumento na produtividade elevou a produção para 23,58 milhões de toneladas, 3% superior à de 2023/24. Quanto à segunda safra, as expectativas nos aumentos da área e da produtividade podem resultar em produção 6,4% superior à anterior, totalizando 96,04 milhões de toneladas. Já a terceira safra (cultivada nas regiões Norte e Nordeste) deve produzir 2,38 milhões de toneladas, 3,8% abaixo da anterior.

Deste modo, somando os estoques iniciais, a produção e a importação, a oferta do cereal em 2025 deve ser de 125,81 milhões de toneladas. A Companhia ainda estima que o consumo interno será de 86,92 milhões de toneladas, gerando excedente de praticamente 39 milhões de toneladas. Já a exportação segue estimada em 34 milhões de toneladas. Nesse contexto, apenas 4,89 milhões de toneladas restarão ao final da temporada, patamar abaixo das 9 milhões de t da média dos últimos cinco anos.

O USDA, por sua vez, apontou redução nos estoques mundiais do cereal em 2024/25, refletindo a queda na produção na América do Sul (Brasil e Argentina). Agora, a produção mundial foi estimada pelo USDA em 1,212 bilhão de toneladas.

Nos Estados Unidos, a produção segue projetada em 377,63 milhões de toneladas, enquanto Brasil e Argentina tiveram quedas de 1 milhão de toneladas, estimadas em 126 e 50 milhões de toneladas, respectivamente. Quanto aos estoques mundiais, passaram de 293,3 milhões de toneladas em janeiro para 290 milhões em fevereiro. O USDA também apresentou os números sobre a safra 2025/26 nos Estados Unidos, com estimativa de área destinada ao cereal de 38,05 milhões de hectares.

CAMPO – Os trabalhos de campo avançaram em fevereiro, beneficiados pelo clima quente e seco na maior parte do mês. Levantamento da Conab indica que, até o dia 2 de março, 25,3% da área da safra verão nacional havia sido colhida, ainda abaixo dos 29,4% registrados no mesmo período de 2024. Já a semeadura da segunda safra soma 69,6% da área nacional estimada, segundo dados da Conab do dia 2, atraso anual de 4,1 p.p..

INTERNACIONAL – Os futuros iniciaram o mês em alta, impulsionados pelas preocupações com a safra na América do Sul, além da suspensão, em fevereiro, das taxas que os norte-americanos haviam implementado sobre os produtos do México, que, vale ressaltar, é um grande comprador de milho dos Estados Unidos. No entanto, no final do mês, o aumento nos estoques de etanol de milho, a previsão de taxação a produtos do México, do Canadá e da China em março e a estimativa de aumento na área destinada ao cereal nos Estados Unidos pressionaram os valores no acumulado de fevereiro.

Neste contexto, o contrato Mar/25 recuou fortes 5,9% em fevereiro, fechando a US$ 4,535/bushel (US$ 178,53/t) no dia 28. Os vencimentos de Mai/25 e Jul/25 caíram 4,7% e 4,2%, nesta ordem, fechando a US$ 4,6950/bushel (US$ 184,83/t) e US$ 4,7575/bushel (US$ 187,29/t).

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FonteCepea



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS FEVEREIRO/2025

Site: Cepea

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