As cotações do trigo em Chicago recuaram também nesta virada de mês, fechando o dia 1º de agosto em US$ 4,75/bushel, contra US$ 4,99 uma semana antes. A média de julho ficou em US$ 5,06, contra US$ 5,12 em junho.
Mesmo com a piora nas condições das lavouras de trigo de primavera nos EUA, as cotações cederam. Segundo o USDA, até o dia 28/07 cerca de 73% das lavouras estavam entre boas a excelentes condições (o mercado esperava 76%), outros 21% estavam regulares e 6% entre ruins a muito ruins.
Todavia, o mercado foi pressionado pelo avanço na colheita de trigo na Europa. Segundo o governo francês, a produção local de trigo deverá bater em 39 milhões de toneladas. Assim, a forte entrada de produto no hemisfério norte, associada a fraca demanda pelo produto dos EUA, forçaram as baixas nas cotações nesta semana.
Mesmo assim, as vendas líquidas de trigo por parte dos EUA atingiram a 659.700 toneladas na semana encerrada em 18/07, para o atual ano comercial 2019/20. Este volume ficou 74% acima da média das quatro semanas anteriores. Já as inspeções de exportação somaram 390.730 toneladas na semana encerrada em 25/07, ficando abaixo do esperado pelo mercado.
Por sua vez, o plantio de trigo na Argentina atingia a 97% da área esperada, estando quase finalizado neste momento. A área total argentina será de 6,6 milhões de hectares, se constituindo na maior área nos últimos 18 anos. Portanto, em o clima ajudando, a Argentina terá muito trigo a ofertar ao Brasil, segurando nossos preços internos caso o câmbio se mantenha nos níveis entre R$ 3,50 e R$ 3,70 no país.
No Mercosul não houve alterações nos preços de referência, com a compra indicando valores entre US$ 230,00 e US$ 240,00/tonelada, enquanto a safra nova argentina se manteve em US$ 185,00.
E no Brasil, os preços estão estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 41,46/saco, enquanto os lotes se mantiveram em R$ 46,80/saco. No Paraná, o balcão continuou entre R$ 46,50 e R$ 47,50/saco, enquanto os lotes registraram R$ 54,00 a R$ 55,00/saco. E em Santa Catarina o balcão se manteve entre R$ 41,00 e R$ 42,00/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 50,40/saco na região de Campos Novos.
O plantio no Rio Grande do Sul estaria finalizado, com a área total chegando a 739.500 hectares, praticamente repetindo a área do ano anterior.
Em termos de mercado geral a liquidez continua fraca, com os moinhos esperando a entrada da nova safra, a partir de setembro, para realizarem negócios mais expressivos com o produto nacional.
As condições das lavouras melhoraram um pouco no Paraná, embora ainda haja dúvidas quanto aos reais estragos provocados pelas geadas do início de julho. Aliás, a este respeito, novas geadas estavam previstas para este final de semana no Sul do país, fato que pode atingir, agora, lavouras gaúchas e catarinenses.
No Paraná, segundo o Deral, a semana registrou 8% das lavouras em condições ruins, 28% regulares e 64% entre boas a excelentes. No ano passado, nesta época, havia 18% em condições ruins, 26% regulares e 56% entre boas a excelentes. Portanto, até o momento, as lavouras paranaenses se apresentam melhores, porém, havendo problemas em relação a média histórica. No Rio Grande do Sul, por enquanto, as mesmas estavam dentro da normalidade.
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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).
1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2- Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ.