O trigo (Triticum aestivum L.) é um dos cereais mais consumidos no Brasil, sendo a principal fonte de matéria prima destinada à produção de farinha, que está presente diariamente na mesa através dos inúmeros itens que a possui. Segundo a Conab, a área destinada para a safra de trigo de 2022 deverá aumentar 3% comparada aos anos anteriores, e com expectativa de um aumento de 5% na produção nacional. No caso do RS, a estimativa de um clima mais seco e frio deverá favorecer a cultura, a expectativa é das melhores, por isso o RS estará semeando a maior área dos últimos 40 anos.
Gramíneas de uma forma geral, e o trigo não é exceção, são muito responsivas à adubação nitrogenadas. Por isso, a definição da dose de nitrogênio a ser aplicada geralmente é definida em cima do teor de matéria orgânica e da expectativa de produtividade. O momento de aplicação desse nutriente é extremamente importante para aumentar a eficiência de absorção e a resposta da cultura.
O nitrogênio (N) é um dos nutrientes mais exigidos pelas plantas, podendo constituir de 2 a 5% da matéria seca. Ele atua na fotossíntese, sendo constituinte dos aminoácidos e proteínas na planta presente na cultura do trigo, uma relação muito estreita com o potencial produtivo e com a qualidade do grão.
O manejo de N preconizado na cultura do trigo envolve uma aplicação na base, (15 a 20 kg de N/há) na linha de semeadura, e outras duas aplicações em cobertura no perfilhamento e a segunda no elongamento. Por isso, o cuidado do produtor com o momento da aplicação do nitrogênio buscando um maior sincronismo entre a disponibilidade e a demanda, é fator importante para uma maior resposta da cultura a adubação.
Estudando o período crítico para a suplementação de nitrogênio na cultura do trigo sobre os componentes de produtividade, Bredemier e Mundstock (2001), observaram em dois cultivares de trigo que quando o nitrogênio foi aplicado no início do ciclo (emissão da terceira folha), esse estimulou as plantas a aumentarem o número de espiguetas e consequentemente o número de grãos por espigas. Já, quando o nitrogênio foi aplicado mais tardiamente (emissão da sétima folha), esse estimulou a sobrevivência de maior número de colmos, decorrendo disto o aumento de grãos por unidade de área.
Uma prática que vem sendo utilizada na região sul, é a aplicação de uma dose de N na antese (fase reprodutiva) da cultura, com objetivo é aumentar o teor de proteínas no grão importante para comercialização.
Cabe destacar que cada região e cada cultivar pode se comportar de forma diferente, sendo algumas mais responsivas ao uso intensivo de fertilizantes. Para a tomada de decisão quanto à dose de nitrogênio, é necessário a realização da análise de solo e interpretação dos resultados e de acordo com a expectativa de produtividade definir a dose adequada.
Autores: Filipe Belchor Barcelos e Poliana Bortoluzzi – Participantes do Programa de Educação Tutorial – PET de Ciências Agrárias na Universidade Federal de Santa Maria – Campus Frederico Westphalen/RS.