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Atenção com a adubação nitrogenada no trigo

A correta nutrição de uma planta influencia diretamente em sua produtividade, sendo que a carência de algum nutriente (macro ou micro) pode limitar a produtividade da cultura, e com o trigo não é diferente.

Veja também: A Lei de Liebig (ou Lei do mínimo) e a produtividade das lavouras.

Assim como os demais macronutrientes, o Nitrogênio é exigido em maiores quantidades pela planta de trigo, Segundo BONA; MORI; WIETHÖLTER, (2016), o Nitrogênio desempenha papel fundamental na planta, sendo componente de tecidos, órgãos vegetais e grãos, além de estar presenta na síntese de proteínas, clorofila, enzimas, ácidos nucleicos entre outros.

Figura 1. Concentração média de macro e micronutrientes na folha bandeira da planta de trigo no início do espigamento.

Fonte: BONA; MORI; WIETHÖLTER, (2016).

De maneira geral, há duas formas de fornecer nitrogênio a uma cultura, a primeira delas é a liberação de nitrogênio da matéria orgânica do solo e a outra é o fornecimento de nitrogênio por meio de fertilizantes minerais ou orgânico, sendo os minerais mais utilizados a nível de campo.

Mas quando realizar a adubação nitrogenada para a cultura do trigo?

Conforme destacado por BONA; MORI; WIETHÖLTER, (2016), as maiores absorções do nitrogênio pelo trigo ocorrem no momento de alongamento do colmo e espigamento, contudo além da dose de Nitrogênio utilizada no momento da semeadura, é conveniente parcelar o restante da adubação nitrogenada nas fases de afilhamento e elongação do colmo (figura 2). A dose de nitrogênio varia de acordo com o cultura antecessora (gramínea ou leguminosa), com o teor de matéria orgânica do solo e expectativa de produtividade para a cultura. (Para a recomendação da dose correta consulte um Engenheiro Agrônomo).

Figura 2. Manejo nutricional para a cultura do trigo (escala FEEKES-LARGE).

O potássio em cobertura somente precisa ser aplicado quando a dose total exceder 100kg.ha-1 de K2O.
Fonte: BONA; MORI; WIETHÖLTER, (2016).

Confira o trabalho completo de BONA; MORI; WIETHÖLTER, (2016) clicando aqui!

Benefícios do parcelamento da adubação nitrogenada também foram observados por ECCO et. al, (2020), onde os autores concluem que quando realizada a adubação nitrogenada nos estádios de alongamento e emborrachamento, maiores valores de peso hectolitro (PH) são observados para o trigo. ROCHA et. al, (2013), avaliando o rendimento de trigo submetido ao parcelamento da adubação nitrogenada sob plantio direto observaram que quando parcelada a adubação do trigo nos estádios de duplo anel e espigueta, maiores produtividade são observadas quando comparada ao trigo em que a adubação nitrogenada não foi parcelada.



Quando comparamos os valores de produtividade obtidos por ROCHA et. al, (2013) para a condição em que não houve a adubação nitrogenada e o tratamento em que a adubação foi parcelada entre semeadura, duplo anel e espigueta, nota-se uma diferença de produtividade de 1542,11 kg.ha-1, fato que demonstra a intima relação do nitrogênio com a produtividade do trigo, conforme observado por WENDLING et. al, (2007), onde o autor encontrou para as condições  e o ano de condução do estudo que a máxima eficiência técnica correspondia a 76 kg.ha-1 de nitrogênio e a máxima eficiência econômica foi de 36 kg.ha-1 de nitrogênio. O estudo foi conduzido no Paraguai nos anos de 2003 e 2004.

Figura 3. Relação entre a produtividade de trigo cultivado após soja e doses de Nitrogênio aplicadas, máxima eficiência técnica (MET) e máxima eficiência econômica (MEE).

Fonte: WENDLING et. al, (2007).

Embora os dados obtidos por WENDLING et. al, (2007) apresentem certo distanciamento da realidade triticultora Brasileira para o cenário atual, o estudo demonstra que apesar da alta resposta do trigo à adubação nitrogenada, nem sempre a máxima produtividade irá corresponder ao maior retorno econômico.

Cabe destacar que a adubação nitrogenada é essencial no cultivo do trigo e seu parcelamento pode auxiliar no maior aproveitamento do nutriente pela cultura, refletindo em maiores produtividades, conforme observado por COSTA; ZUCARELI; RIEDE, (2013), entretanto, os autores destacam que a resposta ao parcelamento podem depender do genótipo. Sendo assim, é fundamental atentar para a eficiência econômica e lucratividade do cultivo.


Veja também: Azospirillum brasilense: um forte aliado no cultivo do trigo



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Referências:

BONA, F. D; MORI, C; WIETHÖLTER, S. MANEJO NUTRICIONAL DA CULTURA DO TRIGO. Informações Agronômicas, n. 154, IPNI, jun. 2016. Disponível em: <http://www.ipni.net/publication/ia-brasil.nsf/0/47520FE3CAA3AEF183257FE70048CC16/$FILE/Page1-16-154.pdf>, acesso em: 02/07/2020.

COSTA, L; ZUCARELI, C; RIEDE, C. R. PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NO DESEMPENHO PRODUTIVO DE GENÓTIPOS DE TRIGO. Rev. 216 Ciênc. Agron., v. 44, n. 2, p. 215-224, 2013.

ECCO, M. et. al. ADUBAÇÃO NITROGENADA EM COBERTURA EM DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DA CULTURA DO TRIGO. Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável (RBAS), v.10, p.9-16, mar. 2020.

ROCHA, K. F. et. al. RENDIMENTO DE TRIGO SUBMETIDO AO PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA SOB PLANTIO DIRETO. XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, Florianópolis, ago. 2013.

WENDLING, A. et. al. RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA PARA TRIGO EM SUCESSÃO AO MILHO E SOJA SOB SISTEMA PLANTIO DIRETO NO PARAGUAI. R. Bras. Ci. Solo, 31:985-994, 2007.

Equipe Mais Soja
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