Outubro foi marcado por preços em patamares recordes para a soja, mas com escassos negócios no Brasil, devido à falta de produto. O plantio teve início nas principais regiões produtoras do país, mas com atraso devido à falta de chuvas. Mesmo assim, a previsão é de safra recorde.

A produção brasileira de soja em 2020/21 deverá totalizar 133,517 milhões de toneladas, com elevação de 6,5% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 125,339 milhões de toneladas. A revisão foi divulgada por SAFRAS & Mercado. No dia 4 de setembro, data do relatório anterior, a projeção era de 132,17 milhões de toneladas.

Com o plantio em andamento, SAFRAS indica aumento de 2,8% na área, estimada em 38,325 milhões de hectares. Em 2019/20, o plantio ocupou 37,272 milhões de hectares. O levantamento indica que a produtividade média deverá passar de 3.380 quilos por hectare para 3.501 quilos.

O analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque, lembra que foram feitos ajustes nas estimativas de áreas para alguns estados. “Nossa última pesquisa mostra que as áreas a serem semeadas devem ser maiores do que as estimadas inicialmente, principalmente em alguns estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste”, alerta.

Entretanto, acrescenta o consultor, ainda há possibilidade de que os atrasos no plantio culminem na não semeadura de algumas áreas esperadas, devido ao cuidado com a janela para o plantio de uma segunda safra de milho ou algodão no Centro-Oeste e no Sudeste.

Roque explica que não foram feitos ajustes nas produtividades médias esperadas. “Entendemos que os atrasos acumulados no plantio, até o momento, ainda podem ser contornados, não comprometendo de forma ampla os potenciais produtivos das plantas. Se o clima for favorável nos próximos meses, ainda poderemos colher uma safra cheia ou com poucas perdas”, completa.

Mercado

Uma combinação de fatores catapultou as cotações da soja no mercado físico brasileiro. Em algumas regiões, a saca se aproxima da casa de R$ 180,00, o maior nível da história e mais do que o dobro do que o preço praticado em igual período do ano passado.

Com demanda firme por parte dos chineses, a Bolsa de Mercadorias de Chicago registrou em outubro os melhores patamares em quatro anos, beirando a US$ 10,90 por bushel na posição novembro. O atraso nos trabalhos de semeadura no Brasil e o aperto nas previsões para os estoques globais ajudaram a sustentar as cotações.

O fator câmbio também ajudou a sustentar as cotações no mercado físico brasileiro. O clima de maior aversão ao risco, com o aumento dos casos de coronavírus em praticamente todo o mundo, fez com que os investidores buscassem opções mais seguras. O dólar encerra o mês se aproximando de R$ 5,80.

Fonte: Agência SAFRAS

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