Já vimos que os atributos de qualidade das sementes são divididos em: genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários.

No texto anterior você entendeu mais sobre os atributos genéticos, que são atribuídos a pureza varietal e genética.

Hoje, vamos ver sobre os atributos de qualidade física da semente, que são:

  • pureza física;
  • umidade;
  • danos mecânicos;
  • peso de 1.000 sementes;
  • peso volumétrico;
  • aparência.

Pureza física

A pureza física reflete a composição física ou mecânica de um lote de sementes.

Essa característica nos mostra qual o grau de contaminação do lote de sementes.

Essa contaminação pode ser devido a presença de sementes de plantas daninhas, de outras variedades e material inerte.

Um valor elevado de pureza física de um lote de sementes, mostra que a produção de sementes foi feita da forma correta, com colheita e beneficiamento eficientes.

Umidade

A umidade é a quantidade de água contida na semente, e está associada ao ponto de colheita.

De acordo com a espécie, existe uma faixa de umidade em que a semente sofre menos danos mecânicos.

A umidade também influência durante a germinação e deterioração das sementes.

Conhecer mais sobre este atributo físico permite a escolha do procedimento mais adequado para colheita, secagem, acondicionamento, armazenamento e preservação da qualidade física, fisiológica e sanitária da semente.

Teste de hipoclorito de sódio para a determinação do índice de semente de soja com fissuras, causadas por danos mecânicos.

Danos mecânicos

Os danos mecânicos em sementes podem ocorrer durante a colheita, beneficiamento ou em qualquer momento que manuseamos estas sementes.

A colheita, por exemplo, pode danificar o tegumento das sementes, caso seja feita com as sementes muito úmidas ou muito secas.

Quando o tegumento da semente é rompido, esta fica ainda mais suscetível às condições ambientais e microrganismos.

Sementes de soja com sintomas típicos de deterioração por umidade. À esquerda: sementes secas com enrugamento devido a esse tipo de dano; à direita: sintoma de deterioração por umidade, caracterizado no teste de tetrazólio. Fotos: J.B. França Neto. Fonte: Embrapa.

Peso de 1.000 sementes

O peso de 1.000 sementes é utilizado para informar o tamanho e peso da semente.

Essa informação pode ser utilizada na hora da semeadura.

Sabendo o peso de 1.000 sementes, conseguimos estimar o número de sementes por quilo (kg), determinando o peso de sementes por área.



Aparência

A aparência de um lote de sementes é um fator muito importante na hora de comercializar suas sementes.

Um lote de sementes com plantas daninhas, com outros materiais, ou ainda com sementes mal formadas, não terão uma boa aparência, o que pode levar a não comercialização daquele produto.

Copo medidor usado para a determinação do percentual de sementes quebradas (bandinha) de soja durante a colheita. Fotos: F.C. Krzyzanowski. Fonte: Embrapa.

Peso volumétrico

O peso volumétrico é o peso de um determinado volume de sementes, e nos mostra o grau de desenvolvimento da semente.

Ele é influenciados por tamanho, formato, densidade e grau de umidade das sementes.

Assim, quanto menor for a semente maior será seu peso volumétrico, ou ainda, um lote de sementes maduras, tem maior peso volumétrico do que um lote com sementes imaturas, mal formadas e chochas.

O peso volumétrico, além de ser um atributo da qualidade do lote de sementes, ele também é utilizado para o cálculo de capacidade de silos.

Conclusão

Vimos neste texto sobre os atributos físicos das sementes, e o que cada um deles contribui com informações sobre a qualidade do lote de sementes.

O controle da qualidade física nos fornece dados relevantes, como porcentagem de sementes com injúrias mecânicas, umidade das sementes, peso volumétrico e aparência do lote.

No próximo texto, vamos ver sobre os atributos fisiológicos na qualidade de sementes.

Gostou do texto? Tem mais dicas sobre os atributos físicos na qualidade de sementes? Adoraria ver o seu comentário abaixo!


Sobre a Autora: Ana Ligia Giraldeli. Sou Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar), Doutora em Fitotecnia (USP/ESALQ) e especialista em Agronegócios. Atualmente sou professora da UNIFEOB.

 

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