Autores: Willian Aparecido Leoti Zanetti1; Bruno Marcos Nunes Cosmo2; Tatiani Mayara Galeriani3

Introdução 

Nos últimos anos, cresceu o debate sobre a incapacidade de atender a demanda de alimentos exigida pela sociedade, em virtude na finitude de terras agricultáveis disponíveis, projeções de crescimento populacional, expansão dos centros urbanos e maior demanda de consumo por alimentos com características específicas. Diante destas exigências, existem estudos voltados aos avanços tecnológicos, envolvendo o melhoramento genético, sistema de cultivo, controle climático, irrigação, nutrição, dentre outros, buscando garantir a segurança alimentar, com aumento de produtividade, ou seja, produzir mais na mesma área (SEIDLER; FRITZ FILHO, 2016).

Os cereais são culturas que vêm acompanhando essas transformações, além de serem amplamente utilizados na alimentação humana e animal, por fornecerem elevados valores nutricionais e energia para manutenção do organismo. Considerando o milho, como um cereal de destaque, por impulsionar diversos setores agroindustriais, devido a fatores econômicos e nutricionais (RODRIGUES et al., 2018). Constata-se que a cultura está em constante evolução para melhorar a produtividade e eficiência produtiva, fato constatado, devido a constantemente incorporação de novas técnicas e tecnologias, contornando, por exemplo, certas adversidades climáticas como forma de superar os entraves e elevar os patamares de produção (REZENDE; PEIXOTO, 2019).

Neste sentido, o presente trabalho teve por objetivo elencar e avaliar os avanços tecnológicos relacionados a cultura do milho, visando elevar os níveis de produtividade.

Materiais e Métodos 

O presente trabalho, foi desenvolvido visando elencar os avanços tecnológicos e de técnicas na cultura do milho, frente aos desafios na expansão da produtividade da cultura. Para atender tal objetivo, realizou-se uma avaliação qualitativa, elaborada no formato de uma revisão literária, empregando dados de trabalhos com menos de 10 anos de publicação, que permitam construir um panorama de evolução das técnicas empregadas na produção do milho no Brasil.

Resultados e Discussão

Apesar das diversas área envolvidas com a produção agrícola, existem aquelas com avanços mais pronunciados como a irrigação, a mecanização, o melhoramento genético e afins. No entanto, a evolução agrícola depende do gerenciamento e equilíbrio dos fatores referentes ao sistema solo, planta, atmosfera, em especial no milho que apresenta respostas distintas em relação ao crescimento, expansão foliar, geração de matéria seca total e produtividade (massa de grãos) (SANTOS et al., 2017).

Dentre as principais limitações relacionadas ao clima, é a ocorrência de chuvas irregulares, desta forma o emprego da irrigação em diferentes modalidades para suprir o déficit hídrico, é estimulado. Destaca-se ainda incrementos de produtividade que podem ultrapassar 100% ao comparar o sistema irrigado com o não irrigado. Este fato impulsiona de forma correlata a incorporação de técnicas de geoprocessamento, desenvolvimento e aplicação de sensores, automação e mecanização, dentre outras áreas que podem se desenvolver integradas com os sistemas de irrigação, de acordo com cada cenário (MANKE et al. 2017).

No setor voltado à genética vegetal, a produtividade vem sendo assegurada pela criação de novos genótipos e/ ou por combinações gênicas superiores. Pode-se citar o emprego da transgenia, que origina híbridos com caracteres avançados, melhorando desde o desenvolvimento vegetal, o controle de pragas e doenças, até a adaptação e resistência à fatores climáticos, permitindo o cultivo e produção satisfatória em diferentes períodos e ambientes (PEREIRA FILHO; BORGHI, 2018).

Outro setor de avanço é o da mecanização, evidenciado pelo desenvolvimento de pulverizadores cada vez mais eficientes no manejo de insetos, doenças e plantas daninhas. Destaca-se o emprego de colhedoras com sistemas modernos, além da automação que permitem uniformização e controle em tempo real, possibilitando ganhos em tempo e eficiência, além de incrementos produtivos (CARPES, 2018).

Embora, nem todos os avanços refletem em aspectos totalmente positivos (existem limitações e/ ou efeitos adversos), nota-se que ponderadamente as vantagens da evolução tecnológica tem superado as desvantagens e/ ou aspectos negativos, o que se torna evidente na Figura 1, que demonstra a evolução da área e da produtividade, segundo a Companhia Nacional do Abastecimento – CONAB (2020).

Conclusão

Finaliza-se destacando que existe grande diversidade de técnicas e tecnologias em torno da cultura do milho, que possibilitaram atingir produtividades nacionais médias acima de 5.500 kg ha-1, representando 250% de crescimento, enquanto a área cultivada não cresceu mais que 50% no mesmo período. Portanto, é inegável que a evolução do sistema produtivo do milho e de outras culturas deve ser incentivada constantemente.

Referências 

CARPES, D. P.; ALONÇO, A. S.; FRANCETTO, T. R.; MOREIRA, A. R.; CHAGAS, G. S. Qualidade da distribuição longitudinal de sementes de milho por um dosador-apanhador com auxílio pneumático. Engenharia na Agricultura, 26:43-51, 2018.

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Série histórica das safras: Milho total (1ª, 2ª e 3ª safras). Brasil: Conab, 2020. Disponível em: https://www.conab.gov.br/infoagro/safras/serie-historica-das-safras?start=20. Acesso em 01 jul. 2020.

MANKE, E. B.; FARIA, L. C.; PEREIRA, M. G.; NÖRENBERG, B. G.; CALDEIRA, T. L.; OLIVEIRA, H. F. E. Identificação de áreas irrigadas por pivô central e linear móvel no estado do Rio Grande do Sul. Irriga, 22:343-352, 2017.

PEREIRA FILHO, I. A.; BORGHI, E. Sementes de milho no Brasil: A dominância dos transgênicos. Brasil: EMBRAPA, 2018. 36p.

REZENDE, J. PEIXOTO, C. S. A. Um sistema de gerenciamento de processos de informação em módulo tecnológico de coleta de dados em campos de produção de sementes de milho. Revista Ubiquidade, 2:6-18, 2019.

RODRIGUES, V. S.; SOUSA, G. G.; SARAIVA, S. E. L.; CARDOSO, E. R. C.; PEREIRA FILHO, J. V.; VIANA, T. V. A Atributos químicos do solo em área cultivada com milho sob irrigação com água salina. Revista Brasileira de Agricultura Irrigada,12:3129-3138, 2018.

SANTOS, P. R. A.; CHIODEROLI, C. A.; LOUREIRO, D. R.; NICOLAU, F. E. A.; OLIVEIRA, J. L. P.; QUEIROZ, R. F. Características morfológicas e produtivas do milho no consórcio com forrageiras em diferentes épocas de semeadura. Revista Brasileira de Agricultura Irrigada, 11:2031 – 2039, 2017.

SEIDLER, E. P.; FRITZ FILHO, L. F. A evolução da agricultura e o impacto gerado pelosprocessos de inovação: um estudo de caso no município de Coxilha-RS. Economia eDesenvolvimento, 28:388, 2016.

Informações dos autores: 

  • ¹ Mestrando em Irrigação e Drenagem, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”(UNESP), Botucatu/ SP. E-mail: willianleoti@gmail.com
  • 2 Mestrando em Irrigação e Drenagem, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
    Filho” (UNESP), Botucatu/ SP. E-mail: brunomcosmo@gmail.com
  • 3 Mestranda em Agricultura, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Botucatu/ SP. E-mail: tatianigaleriani@gmail.com

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