O agronegócio vive atualmente uma revolução, principalmente no que diz respeito à área de genética e biotecnologia. Esse avanço é tão surpreendente e acontece de forma tão rápida que não faltam novidades no meio científico para serem debatidas.

Dessa forma, o pesquisador da Embrapa Soja Alexandre Nepomuceno comentou sobre algumas inovações que já estão mudando a vida no campo no canal do Youtube do Conexão Ciência, que serão destacadas aqui, no Mais Soja, em duas etapas.

O pesquisador destacou que vivemos hoje, no Brasil, especialmente na área do agronegócio, duas grandes revoluções: uma da área da agricultura digital, como a conexão 5G, tecnologia Blockchain e Big Data, onde muitas Startups vêm desenvolvendo aplicativos e otimizando esses recursos para aumentar a produtividade no campo. A outra revolução é a da área da genética, que pouco tem se falado a respeito, embora o número de Startups que mais abrem no mundo seja dessa área, ainda não no Brasil, mas esse cenário tem melhorado com o passar dos anos.



Alexandre ressalta que dentro da área de genética, uma das grandes revoluções que nosso país deveria investir mais é na parte de sequenciamento de DNA. Para se ter uma ideia do avanço que já ocorreu nessa área, a primeira variedade de soja sequenciada demorou mais de 8 anos para ser finalizada e custou 50 milhões de dólares, hoje por 500 dólares consegue-se sequenciar o DNA de qualquer variedade em algumas horas.

Mas e por que isso é importante? Alexandre cita que o sequenciamento genético é a base das informações que serão utilizadas para desenvolver estratégias para a solução de problemas, como desenvolver variedades mais tolerantes à seca, ao alagamento, resistente a doenças, ao ataque de insetos, etc.

Outra questão importante ressaltada pelo pesquisador foi que o nosso país possui aproximadamente 25% de toda a biodiversidade do planeta, e isso atrai muitos outros países que possuem interesse de sequenciar as nossas espécies e verificar as mutações genéticas que foram ocorrendo com o processo evolutivo e adaptação de cada espécie.

Por exemplo, uma planta que cresceu na Caatinga e consegue sobreviver por um longo período sem água, aparentemente parece seca, mas com uma pequena quantidade de água já responde rapidamente ao estímulo recebido. Nessa planta, existe a presença de muito genes, enzimas e metabólitos que fazem com que essa planta possa suportar tais condições de estresse.

Se formos sequenciar o DNA de uma espécie como esta, pode-se trazer alguns desses genes para as nossas plantas cultivadas, como a soja e o milho, por exemplo, que evoluíram em ambientes sem condições de seca como a Caatinga. Pode ser que esses genes de maior resistência à seca estejam presentes nas nossas plantas cultivadas, porém, por não serem necessários nas condições em que as culturas foram implantadas, acabaram sendo desligados e perdendo suas funções com o passar dos tempos.

Após o sequenciamento e domínio dessa ferramenta, o pesquisador cita que entraríamos em uma outra revolução, que seria a revolução das técnicas como a transgenia, a edição de genomas, a tecnologia Crispr ou a ARN interferente, por exemplo, que são ferramentas que já existem e a tendência é de que serão cada vez mais utilizadas no futuro, para garantir e melhorar ainda mais a produção mundial de alimentos.

Veja a conversa do pesquisador da Embrapa Soja Alexandre Nepomuceno no vídeo abaixo.

https://youtu.be/6vEVj–mCzQ?t=273



Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.

Foto: R. R. Rufino, Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Embrapa Soja.

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