Comentários referentes à 10/03/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 10/03
O contrato de soja para maio, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -1,07%, ou $ -11,00 cents/bushel a $ 1014,00. A cotação de julho, fechou em baixa de -1,01% ou $ -10,50 cents/bushel a $ 1028,25. O contrato de farelo de soja para maio fechou em baixa de -0,69 % ou $ -2,1 ton curta a $ 302,3 e o contrato de óleo de soja para maio fechou em baixa de -2,67 % ou $ -1,16/libra-peso a $ 42,26.
ANÁLISE DA BAIXA
A soja negociada em Chicago fechou em baixa nesta segunda-feira. As cotações seguem pressionadas pela velocidade da colheita da soja no Brasil, antes atrasada, agora adiantada em relação ao ano anterior.
Entrou em vigor hoje da retaliação chinesa à soja americana, com tarifa de 10% em resposta às tarifas de 20% que tributam a entrada de produtos chineses nos Estados Unidos. A soja também recebeu pressões externas. Com a guerra tarifária do governo Trump, Wall Street e um amplo conjunto de commodities derreteram nos EUA neste começo de semana.
O Canadá também começou a ser taxado, em resposta a uma decisão de agosto do governo canadense, que sinalizava apoio aos americanos naquele momento.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
EUA-TEMOR DE RECESSÃO (baixista)
Em meio aos temores de uma recessão que a cruzada tarifária do governo Trump poderia causar à economia dos EUA, os preços da soja fecharam em baixa em Chicago, em linha com a queda dos principais índices de ações em Wall Street.
RETALIAÇÃO CHINESA (baixista)
Além desse contexto de incertezas, o mercado de oleaginosas foi pressionado pela entrada em vigor hoje da retaliação chinesa à soja americana, com tarifa de 10% em resposta às tarifas de 20% que tributam a entrada de produtos chineses nos Estados Unidos.
TARIFAS CHINESAS SOBRE O CANADÁ (baixista)
E como dano colateral em uma guerra tarifária que ganha dimensões globais: o óleo de soja caiu hoje em Chicago (a posição de maio perdeu US$ 25,57 e fechou o dia com ajuste de US$ 931,66 a tonelada) após o anúncio feito no sábado pelo governo chinês de que a partir do dia 20 deste mês imporá tarifas de até 100% sobre diversas mercadorias vindas do Canadá, entre elas óleo e farelo de canola, em retaliação aos impostos que aquele país impôs em agosto passado sobre veículos elétricos, aço e alumínio chineses.
Isso, que hoje atingiu duramente os preços da canola em Winnipeg e na Euronext, pode levar a uma maior entrada de óleo de canola canadense nos Estados Unidos, país que é o principal importador deste produto, do qual o Canadá é o maior produtor e exportador, sujeito ao que finalmente acontecer em termos de tarifas entre esses vizinhos norte-americanos.
BRASIL-AVANÇO DA COLHEITA (baixista)
Com dados coletados até quinta-feira, a consultoria AgRural informou hoje o avanço da colheita de soja no Brasil em 61% da área apta, ante 50% na semana anterior e 55% no mesmo período de 2024.
EUA-EXPORTAÇÕES MAIORES (altista)
Em seu relatório semanal de inspeção de embarques dos EUA, desta vez referente ao período de 28 de fevereiro a 6 de março, o USDA relatou embarques de soja de 844.218 toneladas, acima das 699.958 toneladas do relatório anterior e próximo do máximo esperado pelos operadores, que trabalhavam com uma faixa factível entre 400.000 e 900.000 toneladas.
EUA-NOVA VENDA (altista)
Em seus relatórios diários, o USDA confirmou hoje uma nova venda de soja dos EUA para 2024/2025 para destinos desconhecidos, por 195.000 toneladas.
CHINA-SITUAÇÃO APERTADA DA SOJA E DO FARELO (altista)
A escassez de farelo na China poderá se intensificar. A Bolsa local (DCE) subiu, assim como a basis spot e para abril e maio. Os estoques de soja nos portos diminuíram de 4,6 para 4,0 MT e os estoques nas fábricas esmagadoras caíram de 4,15 para 3,7 MT. Os embarques de soja brasileira ainda estão abaixo do esperado.
Fonte: T&F Agroeconômica