O contrato de maio22 do trigo brando SRW de Chicago fechou em alta de 2,76% ou 29,0 cents/bushel a $ 1080,50; a cotação de DEZ22, que interessa aos produtores/exportadores brasileiros, fechou em alta de 2,54% ou 26,75 cents/bushel a $ 1074,50; o contrato do trigo duro HRW de Kansas para maio fechou também em alta de 3,83% ou 35,50 cents/bushel a $ 1140,25; o trigo de primavera HRS de Minneapolis fechou em alta de 1,31% ou 14,75 cents/bushel a $ 1142,0 e o trigo para moagem da Euronext de Paris fechou em alta de 1,60% ou $ 7,75 euros/t a 380,50 euros.

Causas da alta de hoje – Cotações em alta em um mercado que não vê uma resolução antecipada do conflito entre Ucrânia e Rússia. Perspectivas de estoques mais baixos em todo o mundo (de acordo com o recente USDA) adicionam um sentimento de alta.

Condições do Trigo americano de inverno: O NASS informou que 5% da safra de trigo de inverno de 22/23 estava emergida em 10/04. Isso aumentou 4% na semana passada, com progresso notavelmente em CA e NC. O trigo de inverno TX teve 26% emergida, acima dos 23%. As condições do trigo de inverno melhoraram de uma pontuação inicial Brugler500 mínima de 27 anos em 279 para 281. Essa ainda é a classificação Brugler500 mais baixa desde 1996. Montana, Oklahoma e Oregon tiveram a maior melhoria em relação à semana passada, embora CA, SD e WA foram piores. Apesar de melhorar 3 pontos, TX ainda está no fundo com 79% P/VP e 0% E para uma classificação líquida de 172 Brugler500. A NASS também relatou o plantio de trigo de primavera com 6% concluído, acima dos 3% da semana passada e 1 ponto acima da média.

Exportação EUA: O USDA informou que 411.012 toneladas de trigo foram embarcadas durante a semana encerrada em 07/04, aumento de 93k T na semana e foi apenas 50k T na mesma semana da temporada passada. O trigo da primavera compôs a maior parte da exportação da semana com 175k MT do total, HRW compôs outros 141k MT. O USDA adicionou 21,5 mil MT aos relatórios anteriores, o que levou a exportação total MYTD para 17,627 MMT. Isso é 82,5% da previsão revisada do USDA e se compara ao ano passado, quando os 21.446 MMT foram 80% do WASDE de abril.

Licitações de hoje: O GASC do Egito emitiu uma licitação internacional de trigo, embora esteja considerando apenas as ofertas da UE. A Argélia também está no mercado de trigo.

Exportações Ucrânia: A Associação de Grãos da Ucrânia estima 22/23 embarques de trigo em 10 MT, abaixo dos 19 MT projetados pelo USDA para esta temporada – que foi reduzido de 20 MT no relatório WASDE de sexta-feira.



Giro pelos Estados: 

RIO GRANDE DO SUL: A briga é pelo frete R$ 1.850 CIF (moinhos) FOB (vendedores)

Moinhos: Mercado segue travado; moinhos começaram a semana indicando preços, mas sem ter interessados. Moinhos do RS indicaram R$ 1.750,00/R$ 1.770,00 interior e R$ 1.830,00/1.850,00 posto moinho. Com prazos longos (pagamento final de julho) chegaram a indicar R$ 1.850,00 interior. Mas vendedor pede no mínimo R$ 1.800,00 no interior com prazos máximos de 45 dias.

Exportação seguiu buscando ofertas para trigo futuro (novembro e dezembro) com preços na casa de R$ 1.710,00 / R$ 1.720,00 CIF porto, no melhor momento. Mas não houve relatos de negócios, pois produtores seguem olhando os custos de produção e esperando preços melhores para começarem a travar contratos. Preços da pedra, em Panambi, mantiveram R$ 94,00 ao produtor.

Santa Catarina: Moinhos tentando comprar trigo gaúcho, que é o mais competitivo

Trigo Gaúcho: Ofertas do Rio grande R$ 1.850,00 foi o mínimo que se conseguiu na semana, chegando ao leste do estado a R$ 1.986,40 CIF + ICMS.

Preços locais: Moinho paga entre R$ 1950-2000 CIF. Vendedores R$ 1950/t, daí pra cima. Os preços locais também estão ao redor de R$ 2.000/t ou mais. Por outro lado, os moinhos estão abastecidos até o final de abril, alguns um pouco mais.

PARANÁ: Mercado estabilizado, com raras ofertas, o que sinaliza, como antevimos, final de disponibilidade

Negócio do dia: Tem alguns vendedores a R$ 1.900/t na região dos Campos Gerais e outros a R$ 1.950/1970 no norte do estado. Houve mais um lote vendido em Guarapuava a R$ 1.900 à vista. A pedida agora é de R$ 2.000/t a R$ 2.100/t FOB. Mas, as ofertas, agora, são raras, indicando final da disponibilidade.

Importação: Na semana anterior havia sido fechado um negócio de trigo argentino CIF Paranaguá a US$ 425 e, nesta semana, a oferta já era de US$ 430 – antes da alta desta sexta-feira. Provavelmente na segunda seja maior.

Trigos do Mercosul:

TRIGO PARAGUAIO: Preços estáveis e pouco interesse interno e externo diante da pouca disponibilidade

Mercado doméstico: Primeira semana de abril e vemos que o negócio de trigo continua lento e escasso. Ainda há lotes disponíveis no mercado, embora possam ser muito poucos, sendo assim o panorama local, vemos que tanto compradores quanto vendedores especulam e esperam o momento certo para fazer negócio. Se falarmos de níveis de preços em nacional variam de 340 a 355 dependendo da localização do moinho e da qualidade do trigo.

BRASIL: Vemos que o país vizinho pode ser algo um pouco mais atrativo que o mercado interno; os níveis da semana passada chegaram a US$ 410 a leste do Paraná e a US$ 380 a oeste do Paraná, mesmo assim não ouvimos relatos de negócios importantes para o país vizinho.

TRIGO ARGENTINO: Trigo não cotou abril, mas subiu UDS$ 5/t para maio

Trigo de 11,5%: Com a forte alta em Chicago, depois do relatório do USDA, os preços FOB UpRiver do trigo argentino não apresentaram cotação para abril, mas subiram mais US$ 5/t para US$ 385 para maio. E não apresentaram cotação para os demais meses de safra velha. Para a próxima safra, o preço pedido pelos vendedores subiu US$ 10/t para US$ 340 para dezembro, com compradores a US$ 328/t.

  • TRIGO com 12,0% não foi cotado.
  • PANAMAX também não foi cotado.
  • TOPOFF não foi cotado.

Fonte: T&F Agroeconômica

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