No Rio Grande do Sul, em 1% das lavouras a fase é de floração, 25% delas estão em enchimento do grão, em 58% delas o trigo encontra-se em maturação (característica que se configura entre a maturação fisiológica e o ponto de colheita) e foram colhidos 16% das
lavouras.
Nesta safra, a área estimada pela Emater/RS-Ascar para o cultivo do trigo é de 739,4 mil hectares. A área de cultivo de trigo no RS corresponde a 37% da área brasileira de plantio com o grão.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí (30% da área do Estado), que engloba os Coredes Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, em 24% da área de 221 mil hectares a cultura encontra-se na fase de enchimento do grão, 62% em maturação (característica que se configura entre a maturação fisiológica e o ponto de colheita) e 14% das lavouras estão colhidas.
Segue lenta a colheita devido às condições climáticas e ao estádio predominante da cultura. Até o momento, o clima não prejudicou a maturação da cultura, embora durante a semana tenha havido poucos dias de céu aberto. Os sintomas de incidência de giberela continuam aparecendo nas lavouras, principalmente nas espiguetas, mas com pouca expressão nos grãos.
O produto colhido apresenta boa qualidade, com PH superior a 78. As áreas colhidas estavam com umidade um pouco acima do ideal, devido a dois fatores: clima úmido e maturação desuniforme dos perfilhos, necessitando secagem nos armazéns.
Produtividade bastante variada, conforme o nível de técnicas utilizadas e os pequenos danos ocasionados pelas geadas e doenças. Na regional de Santa Rosa (27% da área de trigo do Estado), que compreende os Coredes Fronteira Noroeste e Missões, 13% das lavouras estão em enchimento de grãos, 65% em maturação e 22% foram colhidos. A produtividade destas lavouras ficou em torno de 3.300 quilos por hectare, com PH entre 78 e 80. Em alguns municípios que integram a regional, o panorama geral não é dos mais animadores; uma das razões é que a colheita não avançou mais devido às chuvas e poucas horas de sol, dificultando a operação; a outra são grãos colhidos com bastante umidade.
As frequentes chuvas na semana podem ter influenciado na qualidade dos grãos (PH), o que reflete em menor receita bruta por hectare. A colheita do cereal não anima os produtores quanto à produtividade, chegando a volumes bastante distintos entre as diferentes variedades. A produtividade ficou entre 30 e 50 sacas por hectare; nas unidades de recebimento, a umidade do grão colhido variou de 12 e 28%, mas com PH acima 78. Alguns produtores de Cândido Godói acionaram o Proagro junto às agências financeiras durante a semana. Com o tempo predominantemente nublado, os grãos apresentam teor de umidade maior; ainda que sob tais implicações, os produtores realizam a colheita para evitar perda de qualidade do grão, tentando preservar o PH alto.
No entanto, cerealistas e cooperativas da região não estão recebendo trigo com umidade acima de 18%, gerando pequenos impasses na comercialização. Na regional de Frederico Westphalen (14% da área no Estado), que corresponde aos Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai, 10% das lavouras encontram-se na fase de enchimento do grão, 60% em maturação (característica que se configura entre a maturação fisiológica e o ponto de colheita) e 30% foram colhidos.
A cultura apresenta bom aspecto visual. Os agricultores realizaram aplicações de fungicidas; se o clima continuar favorecendo, a expectativa é de bons rendimentos. O trigo colhido vem apresentando boa qualidade, com PH acima de 78.
Na regional de Passo Fundo (6,5% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Produção e Nordeste, 20% das lavouras encontram-se na fase de enchimento do grão e 80% em maturação (característica que se configura entre a maturação fisiológica e o ponto de colheita). As lavouras encontram-se em boas condições sanitárias, embora o tamanho reduzido das plantas devido à baixa precipitação em agosto e setembro.
Apesar disso, no geral as lavouras indicam bom potencial produtivo para a cultura até o momento. Alguns produtores ainda realizam tratamentos fitossanitários em lavouras mais tardias. Destaque para os municípios de Não-Me-Toque (com seis mil hectares) e Lagoa Vermelha (com quatro mil hectares), cujo rendimento em 2018 foi de 3,6 toneladas por hectare, acima da média do Estado, que é de 2,4 toneladas por hectare.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria (5,5% da área do Estado), que engloba os Coredes Central, Vale do Jaguari e Jacuí Centro, em 1% da área, o trigo encontra-se na fase de floração, em 63% a fase é de enchimento do grão, 31% estão em fase de maturação (característica que se configura entre a maturação fisiológica e o ponto de colheita) e 5% foram colhidos. Na região, as maiores áreas estão situadas em Tupanciretã, com 14,8 mil hectares; Santiago, com 5,5 mil hectares; Júlio de Castilhos e Capão do Cipó, com estimativa de cinco mil hectares de área cultivada com trigo em cada município.
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé (5,1% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Campanha e Fronteira Oeste, em 50% delas a fase é de enchimento do grão, 45% estão em maturação (característica que se configura entre a maturação fisiológica e o ponto de colheita) e 5% foi colhido. Na região o destaque é o município de São Borja, município com a maior área – 13 mil hectares, onde 70% da cultura encontra-se em maturação e 30% colhidos. A produtividade média foi de 50 sacas por hectare, com PH acima de 78.
Na regional de Caxias do Sul (4% da área do Estado), que corresponde aos Coredes Serra, Campos de Cima da Serra e Hortênsias, as lavouras apresentam as seguintes fases: 15% em floração, 64% em enchimento do grão e 21% em maturação (característica que se configura entre a maturação fisiológica e o ponto de colheita). Na região dos Campos de Cima da Serra, cerca de 30% das áreas cultivadas ainda se encontram em fase de floração.
Tal percentual de lavouras nesta fase preocupa os produtores, pois se trata da mais propícia à infecção de giberela e, além disso, as condições de clima úmido são favoráveis à ocorrência da doença. As demais áreas continuam com aspecto visual muito bom, com raras ocorrências de acamamento e sem danos por intempéries. Nos municípios de menor altitude na região da Serra, as lavouras se encontram na fase de enchimento de grãos; as semeadas no início do período estão em maturação, e a colheita deverá ser iniciada na última semana de outubro.
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim (com 3,3% da área do Estado), que corresponde ao Alto Uruguai, 30% da lavoura encontra-se na fase de enchimento do grão, 60% em maturação (característica que se configura entre a maturação fisiológica e o ponto de colheita) e 10% da área foi colhida. Nas lavouras colhidas, a média de produtividade varia entre 3.300 a 3.600 quilos por hectare, e o produto apresenta PH acima de 78, o que indica boa qualidade. Destaque para os municípios de Sertão, com quatro mil hectares; Cruzaltense, com dois mil hectares; e Ipiranga do Sul, com 1,8 mil hectares.
Na regional de Soledade (com 3% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo, 60% das lavouras estão na fase de enchimento do grão, 39% em maturação (característica que se configura entre a maturação fisiológica e o ponto de colheita) e 1% foi colhido. A colheita do trigo na semana foi suspensa devido ao excesso de chuvas.
As primeiras lavouras colhidas apresentaram produtividades que variam entre 2.700 e 3.120 quilos por hectare, com PH acima de 78. Continuam os tratamentos em lavouras mais tardias para o controle de doenças fúngicas, especialmente a giberela, que ataca a cultura nas fases de florescimento e enchimento de grãos e que é favorecida por períodos contínuos de molhamento superior a 48 horas.
Mercado (saca de 60 quilos)
Na regional de Ijuí, os preços praticados ficaram entre R$ 38,00 e R$ 39,00/sc.; o produto disponível foi comercializado a R$ 41,00/sc. em Cruz Alta. Na região de Santa Rosa, o preço médio pago aos produtores na semana foi de R$ 38,5/sc. de trigo com PH 78. Na região de Caxias do Sul, o trigo foi comercializado entre R$ 38,00 e R$ 42,00/sc.
Em Passo Fundo, a R$ 39,00/sc. Na região de Frederico Westphalen, a comercialização do produto foi a R$ 39,00/sc. O preço mínimo para o trigo em grão tipo 1 (pão) com PH 78, safra 2019-2020 para a região Sul do Brasil é de R$ 40,57/sc., estabelecido pela Portaria nº 31, de 11/03/2019.
Segundo o levantamento semanal da Emater/RS-Ascar, o preço médio semanal do trigo no Rio Grande do Sul foi de R$ 38,54/sc., uma redução de 1,08% em relação ao da semana anterior.
Fonte: Emater/RS