Com data definida para 22 de setembro de 2020 o banimento do Paraquate no Brasil introduz um novo senário no manejo de plantas daninhas em várias culturas agrícolas. Com o produto banido, fica proibida a comercialização, importação e/ou uso do Paraquate em todo território Brasileiro. O Paraquate é um herbicida muito utilizado como dessecante em pré-semeadura de culturas agrícolas principalmente por não apresentar efeito residual no solo e também utilizado na dessecação em pré-colheita em várias culturas agrícolas.

Figura 1. Nota de esclarecimento.

Fonte: MAPA.

Com a proibição do produto, torna-se necessária a busca por novas alternativas visando substituir o produto em suas principais aplicações de uso, sendo os mais indicados para essa tarefa o Glufosinato, o Diquat e o Saflufenacil.

Em vídeo, o processor da Esalq – USP Rafael Pedroso explica o panorama geral da proibição do Paraquate e trata de algumas características dos seus possíveis substitutos.



Segundo Rafael, atualmente 15 produtos estão registrados com o princípio ativo Glufosinato. Dentre as características desses herbicidas, Pedroso destaca que os produtos com esse ingrediente ativo não apresentam efeito residual e podem ser misturados com produtos sistêmicos sem maiores problemas, entretanto, o Glufosinato apresenta menor eficiência no controle de gramíneas (Poaceae), além de apresentar ação e efeito mais lento.

Já com relação ao Diquat, princípio ativo mais similar ao Paraquate, Rafael destaca que atualmente 12 produtos apresentam registro com esse princípio ativo. Sendo que esse não apresenta efeito residual, contudo é de difícil mistura com produtos sistêmicos além de apresenta dificuldade no controle de gramíneas.

Com apenas quatro produtos registrados, o Saflufenacil apresenta ação limitada sobre gramíneas, entretanto apresenta bom controle de plantas de folhas largas e pode ser misturado com produtos sistêmicos sem grandes problemas. Uma característica interessante desse princípio ativo é sua capacidade em promover efeito residual de acordo com a dose utilizada. Entretanto, Rafael destaca que erros de dosagem podem se tornar problema em culturas como a soja e feijão, sendo necessário respeitar intervalo entre a aplicação e a semeadura da cultura.



O docente explica que o intervalo irá depender o tipo de solo, textura e principalmente teor de matéria orgânica do solo, sendo que quanto mais arenoso o solo e menores os teores de matéria orgânica, maior será o intervalo entre aplicação e a semeadura da cultura. Considerando as opções de princípio ativo para a substituição do Paraquate, pode-se dizer que tanto para o Glufosinato, quanto para o Diquat e o Saflufenacil.  “em geral a ação sobre gramíneas é um pouco limitada em relação ao paraquate”, o que torna fundamental o planejamento do controle de plantas daninhas, visando um manejo eficiente. Contudo, cabe destacar que a adaptação a ausência do Paraquate é necessária sendo fundamental buscar alternativas além da substituição do princípio ativo, tais como manejos culturais para promover um controle eficiente das plantas daninhas.

Veja também: Com o Paraquate banido, qual a opção para substitui-lo?

Confira o vídeo abaixo onde o Professor Rafael Pedroso trata da nova situação frente ao banimento do Paraquate e aborda algumas características dos principais produtos indicados para sua substituição.


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