Através da matocompetição, plantas daninhas como o Capim-amargoso (Digitaria insularis) podem causar reduções significativas na produtividade da soja. Características como o rápido crescimento e desenvolvimento, a elevada produção de sementes e a dispersão facilitada delas, tornam as plantas daninhas pertencentes a família Poaceae, daninhas presentes em lavouras produtoras de grãos.
Embora o Capim-amargoso seja uma das plantas daninhas mais conhecidas dessa família, plantas como o Capim-branco (Chloris elata), vem ganhando importância por suas características competitivas. Dessa forma, assim como para o capim-amargoso, o controle do capim-branco é indispensável para evitar perdas de produtividade decorrentes da matocompetição.
Figura 1. Chloris elata

Em vídeo o Professor da UFPR e supervisor do Grupo Supra Pesquisa, Alfredo Albrecht, destaca que o capim-branco apresenta resistência conhecida ao glifosato. Sedo assim, é fundamental atentar para o posicionamento de produtos que possibilitem o controle eficiente dessa daninha.
Avaliando e eficiência de diferentes herbicidas e associações no controle do capim-branco, Alfredo destaca que há boas opções para uso no controle dessa planta daninha, entretanto cada herbicida apresenta suas particularidades, as quais devem ser levadas em consideração no posicionamento dos produtos.
Conforme destacado por Alfredo, a associação entre glifosato + formulação contendo imazapir e imazapic desempenham bom controle do capim-branco (figura 1 – A), entretanto, em virtude das exigências e particularidades dos produtos, essa associação deve ser utilizada com antecedência à semeadura da soja (no mínimo 30 dias), sendo necessárias precipitações médias acumuladas de cerca de 100mm. Já o glufosinato, segundo Alfredo é uma interessante alternativa no controle de plantas jovens e rebrota.
Pensando num cenário pós banimento do Paraquate, a primeira opção para substituição do produto no manejo de plantas daninhas é a utilização do Diquat, entretanto, conforme comentado por Albrecht, quando comparado ao Paraquat, o Diquat apresenta menor eficiência no controle de gramíneas.
Figura 2. Eficiência de diferentes herbicidas no controle de capim-branco, (Chloris elata), aos 14 dias após aplicação. A – glifosato + formulação contendo imazapir e imazapic; B – glifosato + haloxifop; C – glifosato + cletodim; D – glufosinato; E – Diquat; F – Testemunha.

Alfredo chama atenção para a importância do glufosinato no controle de plantas daninhas, sendo esse, uma interessante alternativa para substituir o glifosato em algumas aplicações, ampliando o espectro de controle. Além disso, quando associado a outros produtos como haloxifop ou cletodim, apresenta bom controle do capim-branco.
Figura 3. Eficiência de diferentes herbicidas no controle de capim-branco, (Chloris elata), aos 14 dias após aplicação. A – saflufenacil + glufosinato; B – cletodim + saflufenacil + glufosinado; C – saflufenacil + cletodim; D – haloxifop + glufosinato; E – cletodim + glufosinato; F – Testemunha.

Tendo em vista os aspectos observados, pode-se notar interessantes alternativas para o controle de capim-branco, sendo essencial adequar o posicionamento de produtos de forme a promover controle eficiente da planta daninha sem aumentar a pressão de seleção, visando reduzir o surgimento de novos casos de resistência.
Veja também: Capim-amargoso resistente
Confira o vídeo abaixo com as dicas do professor Alfredo Albrecht.
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Referências:
FLORA DIGITAL. Chloris elata. Disponível em: <https://floradigital.ufsc.br/open_sp.php?img=7860>, acesso em: 26/10/2020.