A cultura da soja é suscetível, durante todo o seu ciclo, ao ataque de diferentes espécies-praga. Apesar desses insetos possuírem inimigos naturais que reduzem sua população, quando atingem populações elevadas, capazes de causar perdas significativas no rendimento da cultura, necessitam ser controlados. Entre as principais pragas da cultura da soja destacam-se os percevejos, que podem provocar danos diretos e irreversíveis à cultura reduzindo significativamente a produção, qualidade e poder germinativo dos grãos de soja. Entre as espécies de percevejo, o percevejo-marrom (Euchistus heros) é uma espécie que possui grande importância no cenário agrícola, onde seus danos na cultura da soja fazem com que o agricultor busque alternativas de controle. Os primeiros ataques podem acarretar no abortamento de vagens. As lesões nas vagens provenientes dos ataques da praga, ocasionam perdas que podem chegar até 30%. Consequentemente os grãos perdem tamanho, pois ocorre o murchamento de vagens retardando a maturação e consequentemente a colheita.

Existem alternativas de manejo para controlar esse problema, uma delas é o controle químico com inseticidas, ferramenta que já vem sendo usada ao longo dos anos. Entretanto, algumas vezes essa ferramenta não é suficiente, devido à resistência dos insetos-praga aos diferentes ingredientes ativos dos inseticidas e também por falhas no momento da aplicação. Os percevejos possuem uma característica física onde a sua superfície corporal é apolar, característica essa que dificulta o molhamento pela pulverização. A utilização de adjuvantes é uma alternativa encontrada pelos agricultores para melhorar a aplicação de inseticidas, melhorando a qualidade da operação e promovendo maior contaminação dos insetos.

Leia mais: Percevejo-marrom: conhecer para manejar

Em um trabalho publicado nos anais do IX Sintag (Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação), Campo Grande/MS, 2019, pesquisadores do estado do Paraná (Marubayashi et al.), desenvolveram um estudo onde avaliaram a adição de diferentes adjuvantes com o inseticida Engeo Pleno® (Tiametoxam 141 g L-1 + Lambda-Cialotrina 106 g L-1)  para o controle do percevejo-marrom. A dose utilizada do inseticida foi definida em um estudo prévio de dose respostas como sendo a DL50.

Os adjuvantes utilizados foram Oro-solve®, Wetcit Gold® e Orobor N1®, nas concentrações de 0,03 mL, 0,005 mL e 0,005 mL.  Foi verificado que a mistura entre o inseticida e os diferentes adjuvantes aumentaram de forma significativa a mortalidade dos percevejos quando comparado a aplicação do inseticida sem adjuvantes, porém não houve diferença significativa entre os diferentes adjuvantes.

Tabela 1. Mortalidade (%) do percevejo-marrom (Euschistus heros) tratado com Engeo Pleno®  associada a diferentes adjuvantes.

Fonte: Anais do IX Sintag (Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação). De 09 a 11 de setembro de 2019. Campo Grande/MS.

O trabalho completo pode ser conferido nos anais do IX Sintag (Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação) de 09 a 11 de setembro de 2019 – Campo Grande/MS, na página 462.

Portanto, tendo em vista a disponibilidade dessa tecnologia na agricultura, a adição de adjuvantes nas caldas de pulverizações de inseticidas para o controle de percevejos pode se tornar uma importante ferramenta que pode auxiliar e maximizar a operação, tornando a aplicação mais efetiva e trazendo economia para o bolso do agricultor.

Leia mais: Adjuvantes agrícolas: classificação, benefícios e sua importância nas pulverizações. 

 

 

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