A presença de populações de plantas daninhas pode resultar em significativas perdas de produtividade na cultura do trigo. Além de matocompetir com o trigo por água, radiação solar e nutrientes do solo, algumas espécies de plantas daninhas ainda atuam como hospedeiras de pragas e insetos que podem incidir sobre o trigo causando perdas produtivas e depreciando os grãos.
Visando reduzir as perdas de produtividade em função da matocompetição, deve-se realizar um adequado manejo e controle de plantas daninhas no trigo. Conforme destacado por Vargas & Bianchi (2011), de maneira geral, o ideal é que a cultura permaneça livre de competição no primeiro terço do seu desenvolvimento, a exemplo, o período crítico de uma cultivar com ciclo de 140 dias termina aos 47 dias após emergência (DAE).
Um estudo realizado por Rigoli (2007) indica que o período anterior a interferência (PAI), em cultivar de trigo com porte baixo, vai até 12 DAE, e o período crítico de prevenção da interferência (PCPI) é de 12 a 24 DAE (Vargas & Bianchi, 2011).
Corroborando os resultados obtidos por Rigoli (2007), avaliando o período crítico de competição de plantas daninhas com a cultura do trigo, Agostinetto et al. (2008) observaram que se tratando de populações de plantas daninhas formadas principalmente por azevém e nabo, o período correspondente ao PAI é de aproximadamente 12 DAE e o Período Total de Prevenção a Interferência (PTPI) é de 24 DAE. Assim, o período em que as práticas de controle devem ser efetivamente adotadas (PCPI) é dos 12 aos 24 DAE.
Figura 1. Definição dos períodos de controle e de convivência de plantas de azevém e nabo na cultura do trigo, com base na produtividade de grãos. CAP/UFPel, Capão do Leão, RS, 2006.
Visando garantir a manutenção da produtividade do trigo, o manejo e controle eficiente de plantas daninhas no trigo é essencial para reduzir a matocompetição. Tendo em vista o PCPI para o trigo, o bom posicionamento de herbicidas é determinante para o sucesso do manejo das plantas daninhas.
Embora plantas daninhas distintas do trigo possam ser controladas com maior facilidade, algumas espécies, principalmente as pertencentes a família Poaceae, apresentam maior complexidade de controle por apresentar similaridades ao trigo. Sendo assim, é preciso conhecer as alternativas disponíveis de herbicidas seletivos, bem como a forma de uso e orientações para minimizar os danos em trigo. Confira abaixo os herbicidas seletivos, doses e épocas de aplicação para o controle de plantas daninhas na cultura do trigo.
Tabela 1. Herbicidas seletivos, doses e época de aplicação indicados para o controle de plantas infestantes nas culturas de trigo e triticale.
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Referências:
AGOSTINETTO, D. et al. PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS COM A CULTURA DO TRIGO. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 26, n. 2, p. 271-278, 2008. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/pd/a/38w45d7PPbg7sJFKKJwCfQD/?format=pdf&lang=pt >, acesso em: 24/05/2022.
JORIS, H. A. W. et al. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA TRIGO E TRITICALE: SAFRA 2022. Fundação ABC & Biotrigo Genética, 2022. Disponível em: < https://www.conferencebr.com/conteudo/arquivo/informacoes-tecnicas-para-trigo-e-triticale–safra-2022-1649081250.pdf >, acesso em: 24/05/2022.
RIGOLI, R. P. COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE TRIGO (Triticum aestivum L.) com azevém (Lolium multiflorum L.) e nabo (Raphanus raphanistrum L.). Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pelotas, 2007.
VARGAS, L. BIANCHI, M. A. MANEJO E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM TRIGO. Trigo no Brasil: Bases para produção competitiva e sustentável, cap. 10, Embrapa, 2011. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/931337/trigo-no-brasil-bases-para-producao-competitiva-e-sustentavel >, acesso em: 24/05/2022.