Algumas espécies de plantas daninhas apresentam elevada capacidade de produzir sementes, as quais quando dispersas, passam a integrar o banco de sementes do solo. Sob condições adequadas de temperatura, umidade e luminosidade, essas sementes passam a germinar, dando origem a novas plantas por meio de novos fluxos de emergência.

Figura 1. Fluxos de emergência de plantas daninhas.

Considerando que em breve entraremos no período de semeadura da soja, monitorar as áreas de cultivo no período anterior a semeadura é essencial para identificar os principais fluxos de emergência de plantas daninhas, bem como as espécies com maior dificuldade em controlar.

A ausência da palhada, cultura de cobertura ou de inverno durante a entressafra da soja, pode beneficiar as espécies do banco de sementes, consideradas fotoblásticas positivas (necessitam de luz para germinar), resultando em elevadas populações de planta daninhas ainda na pré-semeadura da soja.

Embora a dessecação pré-semeadura seja praticamente obrigatória para a semeadura da soja no sistema  plantio direto, em algumas ocasiões para se ter um manejo e controle eficiente dessas plantas daninhas não se deve deixar o controle “para a última hora”, em cargo apenas da dessecação pré-semeadura.



Especialmente em áreas com histórico de populações resistentes a herbicidas, o controle tardio (com plantas em avançado estádio de desenvolvimento) pode não ser eficaz para eliminar as plantas daninhas. Nesse contexto, o manejo antecipado tende a ser benéfico para controlar essas plantas daninhas.

Tendo em vista que uma das melhores estratégias para reduzir a matocompetição é o estabelecimento da lavoura no limpo, o controle anterior a pré-semeadura da soja (manejo antecipado), pode ser necessário em áreas mais infestadas, podendo inclusive, se utilizar ferramentas como aplicações sequenciais.

A necessidade de se manejar antecipadamente as plantas daninhas deve ser analisada a fim de reduzir o efeito da matocompetição. Em áreas altamente infestadas, é imprescindível atentar para os fluxos de emergência das plantas daninhas, atuando no estádio adequado (figura 2), para evitar falhas de controle no estabelecimento da soja.


Veja mais: Temperatura e umidade são fatores determinantes no estabelecimento da lavoura


Figura 2. Estádio limite para o controle eficiente de caruru (Amaranthus spp.).

Confira o vídeo abaixo com as dicas e contribuições do professor da UFPR e supervisor do Supra Pesquisa, Alfredo Albrecht.


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