O controle químico de pragas que acometem culturas como a soja é essencial para evitar maiores perdas produtivas, em especial se tratando de pragas com grande potencial em reduzir a produtividade, como lagartas e percevejos. Entretanto, embora seguidas as orientações técnicas para a cultura e os níveis de ação pré-estabelecidos para o controle de pragas, é comum observar relatos da casos de resistência de insetos a inseticidas.
Dessa forma, além do uso de cultivares tolerantes, e de práticas de MIP (Manejo Integrado de Pragas), o posicionamento de inseticidas é extremamente importante visando o manejo da resistência de pragas a inseticidas e a manutenção da eficácia dos inseticidas existentes.
Uma das principais e mais importantes práticas de manejo visando o manejo da resistência de pragas a inseticidas é a rotação inseticidas de diferentes modos de ação. Conforme destacado pelo Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas (IRAC-BR), conhecer os modos de ação dos inseticidas e os grupos químicos é essencial para embasar o bom posicionamento de produtos visando o manejo da resistência.
Atualmente existem vários modos de ação de inseticidas conhecidos e um grupo de inseticidas o qual apresenta modo de ação desconhecido ou incerto, sendo eles:
- Inibidores da acetilcolinesterase;
- Bloqueadores de canais de cloro mediados pelo GABA;
- Moduladores de canais de sódio;
- Moduladores competitivos de receptores nicotínicos da acetilcolina;
- Moduladores alostéricos de receptores nicotínicos da acetilcolina;
- Moduladores alostéricos de canais de cloro mediados pelo glutamato;
- Mímicos do hormônio juvenil;
- Miscelânea: inibidores não-específicos (Múltiplos sítios);
- Moduladores de canais TRPV de órgãos cordonotais;
- Inibidores de crescimento de ácaros;
- Disruptores microbianos da membrana do mesentero;
- Inibidores de ATP sintetase mitocondrial;
- Desacopladores da fosforilação oxidativa via disrupção do gradiente de próton;
- Bloqueadores de canais dos receptores nicotínicos da acetilcolina;
- Inibidores da biossíntese de quitina, tipo 0, Lepidoptera;
- Inibidores da biossíntese de quitina, tipo 1, Hemiptera;
- Disruptores da ecdise, Diptera;
- Agonistas de receptores de ecdisteroides;
- Agonistas de receptores de octopamina;
- Inibidores do Complexo III da cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria;
- Inibidores do Complexo I da cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria;
- Bloqueadores de canais de sódio dependentes da voltagem;
- Inibidores da acetil CoA carboxilase;
- Inibidores do Complexo IV da cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria;
- Inibidores do Complexo II da cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria;
- Moduladores de receptores de rianodina;
- Moduladores de órgãos cordonotais – alvo de ação indefinido;
- Moduladores Alostéricos de canais de cloro mediados pelo GABA;
- Disruptores virais da membrana peritrófica do intestino médio e, compostos com modo de ação desconhecido ou incerto (IRAC-BR).
Os grupos químicos dos referidos modos de ação citados anteriormente estão disponíveis para consulta no site do IRAC-BR, e podem ser acessados clicando aqui!
Além de possibilitar o manejo da resistência de pragas a inseticidas, conhecer os diferentes modos de ação dos inseticidas pode auxiliar técnicos e produtores na tomada de decisão frente a necessidade de posicionar diferentes inseticidas para maior eficiência de controle, contribuindo assim para a redução das perdas de produtividades decorrentes do ataque de pragas.
Veja mais: Inseticidas – alguns grupos que você precisa conhecer…
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Referências:
COMITÊ DE AÇÃO À RESISTÊNCIA A INSETICIDAS BRASIL. IRAC-BR, 2022. Disponível em: < https://www.irac-br.org/modo-de-acao >, acesso em: 28/03/2022.